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O Imperador Akihito do Japão – renúncia anunciada

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Japan's Emperor Akihito waves to well-wishers who gathered at the Imperial Palace to mark his 82nd birthday in Tokyo, Japan, December 23, 2015. REUTERS/Thomas Peter/File photo TPX IMAGES OF THE DAY

Japan’s Emperor Akihito  Tokyo, Japan. REUTERS/Thomas Peter/File photo

Assim relatam as fontes da Casa Imperial japonesa à emissora NHK.

Não será uma abdicação imediata, e sim “nos próximos anos”, e o soberano já comunicou a ideia à sua mulher, a imperatriz Michiko, e ao próprio Naruhito.

A decisão segue uma tendência das monarquias na Europa: o Rei Juan Carlos da Espanha renunciou em favor do filho, Felipe VI, assim como o Rei Alberto II da Bélgica que cedeu o trono ao filho Philippe.

Se confirmada, a abdicação será uma medida incomum no Trono do Crisântemo. O último soberano nipônico a abrir mão do cargo foi Kokaku, em 1817. É algo tão raro que nem poderia entrar em vigor imediatamente, já que não é uma hipótese prevista na Lei da Casa Imperial, de modo que seria necessário que a Dieta (Parlamento) aprovasse uma reforma.

“De certa forma, a decisão tem um caráter liberal, já que mostra o imperador de uma forma mais humana. Pode estar em desacordo com a opinião dos partidários mais conservadores do primeiro-ministro Shinzo Abe, que defendem o retorno a um culto mais tradicional do imperador”, afirma, de Tóquio, Celine Pajon, do Instituto Francês de Relações Internacionais.

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O atual soberano nasceu em 1933, filho do imperador Hirohito (chamado, após sua morte, de imperador Showa, pelo nome da sua era) e da imperatriz Nagako. Como príncipe herdeiro – apesar de não ter esse título à época –, viveu quando criança o apogeu do expansionismo japonês e posteriormente a derrota do seu país na Segunda Guerra Mundial. As duas bombas atômicas atiradas pelos EUA sobre Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, levaram Hirohito – em cujo nome centenas de milhares de soldados haviam se sacrificado – a anunciar a rendição pelo rádio. Foram fatos que marcariam para sempre Akihito e seu reinado.

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Cientista por vocação – publicou estudos sobre ictiologia e história da ciência em revistas especializada –, foi formalmente nomeado herdeiro em 1952. Em 1957, jogando tênis, conheceu Michiko Shoda, filha de um próspero empresário, com quem se casou em 1959, tornando-se a primeira plebeia a integrar a família imperial japonesa.

Como soberano, sempre foi uma voz conciliadora fora do seu país. Especialmente entre os demais países asiáticos, buscou fechar as feridas deixadas pelo militarismo japonês antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 1990, desculpou-se pela colonização da Coreia entre 1910 e 1945. Dois anos mais tarde, visitou a China – primeiro imperador japonês a fazê-lo – e reconheceu o “grande sofrimento” que a ocupação nipônica havia causado.

Seu sucessor, Naruhito, inaugurará uma nova era no Japão, de nome ainda por determinar. Naruhito e sua esposa, a princesa Masako, têm uma filha, Aiko. Mas, dadas as atuais normas de sucessão japonesas, que impedem as mulheres de reinarem, o herdeiro do próximo imperador seria seu sobrinho Hisahito.

Principe Naruhito_Aeroporto de Congonhas

Na foto acima, a despedida de  Mário Ameni, cerimonialista a sua Alteza o Príncipe Herdeiro Naruhito do Japão. Ao lado, em um momento de descontração,  esta que voz escreve, observa a cena na manhã seguinte ao jantar oferecido pelo Governo do Estado de São Paulo.

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