Perguntei a nossa colaboradora dra. Dorli por que é que muita gente não aceita ser chamada de avó, em uma tentativa (inútil, aliás) de negar essa condição.
Foi então que ela me explicou que inventara esse termo “avuelidade” – em português “avóidade”- transmissão de legados, valores, cumplicidades e amores, que só os queridos avós podem passar.
Mas para que esta transmissão se dê é preciso legitimar o papel de homem e mulher de nossos filhos que se tornam adultos e consequentemente, Pais.
E me fez ver que das muitas coisas ditas sobre ser avó ou avô pouco se fala sobre essa delicada transição de jovens filhos para pais adultos, com poder de decisão e num patamar até então ocupado por nós – como seus pais.
Dorli entende o temor que a transição de pais para avós pode provocar.
“É um temor real, pois as mudanças são grandes e, para muitos, temíveis. Há o temor da perda da beleza, da potência e, claro de poder sobre a “família” completa.
Fiquei pensando que, se por um lado avós cedem a autoridade para filhos, noras e genros, por outro, não há o que lhes tire o privilégio de serem cúmplices de traquinagens, detentores de segredos e, naturalmente, de um afeto luminoso e momentos mágicos que os netos lhes dedicarão por toda a vida – e até além dela – em preciosas e intocáveis memórias.
Por isso sugiro aos avós que se deem o luxo de mergulhar sem medo no abraço de um neto, roubar quantos beijos tiver vontade, perder-se adormecendo com as próprias historias de ninar para acordar revigorados desse contato de pura alegria: avuelidade!
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