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Dia da Mentira pelo Mundo

Embora pareça uma tradição simples, sua origem é envolta em diversas teorias e lendas. Uma das mais conhecidas começa no século XVI, na França, quando o calendário gregoriano foi adotado. Antes disso, o ano começava em abril, e com a mudança para 1º de janeiro, quem ainda comemorava o ano novo em abril passou a ser alvo de piadas e apelidado de “bobo”. Outra teoria conecta o Dia da Mentira a festivais antigos, como o Festival de Hilaria, celebrado na Roma Antiga com disfarces e brincadeiras que marcavam a chegada da primavera.

Na França – o 1º de abril é conhecido como “Poisson d’Avril” (peixe de abril), amigos colam peixinhos de papel nas costas dos desavisados.

Itália e Reino Unido – é marcado por brincadeiras criativas.

Escócia – celebra-se o “Hunt the Gowk”, uma caçada fictícia para enganar os mais ingênuos.

Estados Unidos e Canadá – destaca por pegadinhas elaboradas, muitas vezes encabeçadas por grandes empresas e veículos de mídia que publicam notícias falsas.

Alemanha – o dia é chamado “Aprilscherz”, onde as mentiras bem-humoradas ganham destaque.

Dinamarca, Suécia e Noruega – a data é comemorada de forma mais discreta, mas o espírito lúdico permanece o mesmo.

Espanha – o “Día de los Santos Inocentes”, em 28 de dezembro, tem o mesmo espírito do 1º de abril.

Irã – o Sizdah Bedar, comemorado no 13º dia do Ano Novo persa, traz um clima de descontração e piadas.

Aqui no Brasil, o Dia da Mentira é celebrado com brincadeiras que podem variar de simples boatos entre amigos a notícias falsas publicadas na internet. Embora a data não tenha uma origem clara por aqui, sua popularidade cresceu com a globalização e a influência das tradições ocidentais.

Essa diversidade de tradições ao redor do mundo nos mostra que, independentemente da origem ou do nome, a essência do 1º de abril permanece: uma oportunidade para quebrar a seriedade do dia a dia e celebrar o humor. O Dia da Mentira continua a divertir e a aproximar as pessoas, independentemente de onde estejam. Afinal, rir é uma linguagem universal.




Morihei Ueshiba – Muito mais do que só “O Sensei”

Não importa se você pratica alguma luta ou não: esse texto é para todos.

O Sensei trouxe lições que tocam a espiritualidade, a harmonia e o equilíbrio — temas que são tão relevantes nos dias de hoje. Aqui, separei algumas de suas frases mais famosas e como podemos aplicá-las na vida moderna.

“A verdadeira vitória é a vitória sobre si mesmo.” – a grande batalha é contra nossos medos e limitações. Na vida cotidiana, isso significa focar no nosso próprio desenvolvimento pessoal, em vez de nos compararmos aos outros.

“Aikido é a realização do amor.” – o objetivo não é machucar, mas resolver conflitos com amor e compaixão. Isso nos faz lembrar da importância de lidar com os desafios da vida de forma pacífica, tentando sempre encontrar soluções que beneficiem todos os envolvidos.

“Quando um inimigo tenta lutar com você, aceite-o e una-se a ele; assim, você se torna invencível.” – isso pode ser interpretado como saber redirecionar conflitos de forma inteligente, encontrando maneiras de transformar situações negativas em oportunidades de crescimento.

“A arte da paz começa com você. Trabalhe em si mesmo e ajuste sua ligação com o universo.” – antes de trazer paz ao mundo, devemos encontrar essa paz dentro de nós. Isso nos faz refletir sobre a importância do equilíbrio emocional e do autocuidado, algo essencial para navegar pelos desafios da vida moderna.

“Aikido é economia de poder. Ele é a total união da mente e do corpo.” – podemos ver isso como a importância de ser eficiente, focar no essencial e alinhar nossas ações e pensamentos para obter os melhores resultados com o mínimo de desgaste.

“Siga as leis da natureza, e você nunca será dominado por ninguém.” – aprender a “fluir” com as circunstâncias da vida, sem tentar controlar tudo, é um grande segredo para a resiliência e a felicidade.

“Todos têm um espírito que pode ser refinado, um corpo que pode ser treinado de alguma maneira.” – nos lembra que todos nós temos potencial de crescimento. O autodesenvolvimento é uma jornada contínua, seja aprendendo novas habilidades, melhorando a saúde mental ou aperfeiçoando nossa disciplina.

“O progresso vem para aqueles que treinam e treinam.” – não basta conhecer a teoria, é preciso colocar em prática. Seja no trabalho, nos estudos ou nas relações, o aprendizado vem com a experiência.

“A verdadeira arte marcial é a arte da reconciliação. O verdadeiro guerreiro é aquele que não luta.” – o verdadeiro poder está na reconciliação e não na destruição. No mundo de hoje, esse ensinamento nos mostra que a força real está na capacidade de unir e pacificar, e não em vencer disputas ou alimentar confrontos.

Os ensinamentos de Morihei Ueshiba são uma verdadeira bússola para quem busca paz interior e harmonia nas relações. Em meio ao caos e à correria do mundo, suas lições nos lembram da importância de manter a calma, buscar a reconciliação e agir com sabedoria e compaixão. Com essas virtudes, enfrentamos os desafios da vida com muito mais equilíbrio e serenidade.




1984, de Orwell e o nosso presente

O romance 1984, de George Orwell, publicado em 1949, apresentou ao mundo uma distopia assustadora, onde um governo totalitário controla cada aspecto da vida de seus cidadãos.

A obra retrata um Estado onipresente, que manipula a verdade, vigia a população incessantemente e pune qualquer pensamento divergente. Mais de sete décadas depois, até que ponto essa visão sombria da sociedade se tornou realidade?

Vigilância e controle da informação – no universo de 1984, o “Grande Irmão” observa tudo, monitorando indivíduos por meio de teletelas e informantes. Atualmente, vivemos em uma era digital em que a privacidade se tornou um conceito fluido. Redes sociais, dispositivos inteligentes e sistemas de reconhecimento facial podem ser utilizados para rastrear nossas ações e preferências. Governos e corporações coletam e analisam nossos dados em larga escala. Aí te pergunto: segurança ou controle de liberdade?

Manipulação da verdade – no livro, o Ministério da Verdade reescreve histórias, apaga eventos e molda a realidade de acordo com os interesses do Partido. Nos dias atuais, assistimos a fenômenos semelhantes por meio da proliferação de fake news, deepfakes e revisões históricas tendenciosas. A informação se tornou uma ferramenta de poder, e a verdade, muitas vezes, depende de quem a está difundindo.

Controle do pensamento e cultura do cancelamento – o conceito de “duplipensamento” descrito por Orwell reflete a capacidade de aceitar simultaneamente ideias contraditórias sem questionamento. Em nossa sociedade, debates políticos polarizados e a cultura do cancelamento podem restringir a liberdade de expressão, levando indivíduos a se autocensurar para evitar represálias. O medo de discordar e ser isolado socialmente cria um ambiente de conformidade forçada. Por favor, não faço isso. Tenha opinião!

O poder da propaganda – em 1984, a propaganda do Partido reforça a lealdade ao governo e molda a percepção da realidade. Hoje, somos bombardeados por algoritmos que filtram o que vemos online, criando bolhas de informação que reforçam crenças preexistentes e dificultam o pensamento crítico. A influência da mídia sobre a opinião pública nunca foi tão poderosa e, assim como no livro, ela pode ser usada para direcionar comportamentos e manipular emoções.

Ainda há esperança? Espero que sim!

Se Orwell estivesse vivo hoje, possivelmente veria muitos dos elementos de sua obra refletidos na nossa sociedade, mas ainda há diferenças fundamentais. Ao contrário dos personagens, ainda temos voz ativa, acesso a múltiplas fontes de informação e a capacidade de questionar e debater. O futuro não está escrito, e cabe a nós resistirmos à manipulação, protegermos a verdade e garantirmos que a liberdade não se torne apenas uma lembrança apagada pelo tempo. Afinal, a melhor forma de evitar um futuro orwelliano é nunca deixar de pensar por conta própria.




Parabéns pelos 471 anos de São Paulo

Fundada em 25 de janeiro de 1554, a partir de um simples colégio jesuíta, cresceu para se tornar uma das maiores metrópoles do mundo – na verdade a segunda maior. Sua trajetória reflete não apenas poder econômico, mas também imensa riqueza cultural faz do cotidiano paulistano uma experiência  única.

Para viver em São Paulo é preciso saber navegar pelos múltiplos universos que aqui coexistem em perfeita harmonia. A etiqueta paulistana, assim como a cidade, é diversa e flexível, adaptando-se a diferentes cenários sociais, culturais e profissionais.

No ambiente de negócios, por exemplo, pontualidade e profissionalismo são marcas fundamentais. Os paulistanos valorizam seu tempo, e atrasos podem ser interpretados como falta de respeito. Já nas interações sociais, a diversidade cultural pede atenção às diferenças e uma postura mais aberta. Em uma mesa de jantar, você pode encontrar tradições italianas, japonesas, árabes e brasileiras, e saber respeitar essas nuances (e muitas vezes a fusão dessas culturas) é uma lição de etiqueta essencial.

Também ensina a importância de se mover com respeito e educação em meio à correria do dia a dia. Ser gentil e cortês, mesmo em meio ao trânsito caótico ou nas filas de restaurantes e eventos, faz toda a diferença. O paulistano preza pelo respeito ao espaço público e ao próximo, e isso se reflete em pequenos gestos, como dar passagem ou agradecer em situações cotidianas.

Sampa é um exemplo de convivência entre o novo e o tradicional, o formal e o informal, sempre exigindo equilíbrio e bom senso em todas as interações. A cidade, que acolhe pessoas de todos os cantos do mundo, nos lembra que etiqueta é mais do que regras fixas: é saber adaptar o comportamento e interações a cada contexto, sempre com respeito e consideração e, principalmente, criatividade – aliás, outra marca da cidade.

Apenas em São Paulo você encontra, por exemplo, um restaurante nordestino no coração do bairro japonês, com proprietários nisseis que servem as mesas falando alto e gesticulando como italianos! E, duas casas adiante, italianos comendo kibes, ou grupos de amigos judeus com libaneses (a maior colônia de imigrantes do Brasil com mais árabes do que a população do Líbano) degustando sushis.

Caetano Veloso imortalizou a cidade com sua música “Sampa”, pois percebeu a elegância discreta de suas meninas e esquinas, e entendeu que é um lugar onde culturas se encontram, e a verdadeira elegância está em saber transitar por essa multiplicidade com empatia e urbanidade. Que seus 471 anos inspirem ainda mais respeito e harmonia em meio à diversidade!




Como Enfrentar o Ódio, de Felipe Neto

Nas redes sociais, nas resenhas ou até nas notícias, a intolerância virou rotina. Nesse cenário turbulento Felipe Neto, um dos maiores influenciadores do Brasil, decidiu lançar o livro “Como Enfrentar o Ódio”.

Não é só um livro para desabafar sobre os haters que ele colecionou ao longo dos anos: Felipe vai além e nos convida a pensar sobre a raiz desse ódio crescente e, claro, como podemos fazer para não ser engolido por ele.

Quando lançou o livro, Felipe Neto já estava no topo da influência digital no Brasil, falando abertamente sobre política, comportamento e o que mais estivesse pegando fogo no momento. Ele não apenas compartilha as porradas que levou (e ainda leva) nas redes sociais, mas estende o debate para uma discussão bem mais ampla: como o ódio online está afetando todos nós?

O livro vem em um momento de alta tensão política no Brasil. O país estava dividido entre extremos (especialmente durante o governo Bolsonaro) quando as diferenças políticas pareciam aumentar o uso de discursos inflamados. 

Felipe, que nunca fugiu de polêmicas, aproveitou essa brecha para provocar uma reflexão importante: como estamos lidando com tudo isso?

O mais interessante é que, no livro, apesar de abordar política, Felipe não está defendendo um partido ou bandeira específica.  Ele quer falar de algo maior: como o ambiente político, principalmente quando polarizado, incentiva a intolerância. 

E acerta ao dizer que esse ódio está longe de ser só brasileiro. Nos Estados Unidos, com Trump, vimos a mesma coisa — pessoas se atacando, principalmente nas redes sociais. Toca também num ponto relevante: o papel das plataformas digitais. Ele critica como Facebook, Twitter (nunca vou chamar de X) e Instagram nem sempre conseguem (ou querem) controlar a disseminação de ódio.

As redes, que deveriam ser ambientes de debate saudável, acabam virando campos de batalha.

O livro não é só baseado em sua vivência. Ele traz várias referências de peso, como a psicóloga Sherry Turkle, que fala sobre a desconexão emocional causada pela tecnologia, e Jonathan Haidt, que estuda como as redes sociais influenciam nossa saúde mental e comportamento.  Esses estudos ajudam a entender como o ódio cresce e se espalha nesse ambiente digital.

Um ponto forte do livro é quando Felipe fala sobre a desumanização. Ou seja, como nos esquecemos que, do outro lado da tela, tem uma pessoa real, com sentimentos e vida própria. Essa desconexão facilita que a gente xingue, ataque e espalhe ódio sem pensar nas consequências. Para ele, esse é o núcleo do problema: a falta de empatia.

Trazendo isso para o cenário atual : Ano passado tivemos eleições para prefeito, e agora, toda vez que a política entra em cena, o debate se transforma numa verdadeira guerra.  Candidatos e eleitores se dividem em extremos, e o discurso de ódio, infelizmente, é uma das ferramentas mais usadas para desqualificar o adversário. Os debates foram uma verdadeira palhaçada e alguns viraram caso de polícia. Olha onde chegamos!

O livro, nos dá um alerta importante: não podemos cair nesse jogo. Ele reforça que a chave para enfrentar o ódio é encontrar um equilíbrio entre empatia e ação. Não dá para simplesmente ignorar ou fugir desse problema. Temos que ser parte da mudança, promovendo discussões mais conscientes e responsáveis, seja nas redes ou nas conversas do dia a dia.

O recado final é claro: se queremos um ambiente mais saudável, seja na internet ou na vida real, o combate ao ódio começa com cada um de nós. E, como Felipe conclui, essa mudança é urgente!