1

RHs e o Teste do Cafezinhos

Consiste em convidar o candidato para tomar um café, mas não para testar (como muitas vezes ocorre) o seu traquejo em momentos de lazer fora do escritório, e sim para observar – acredite – o que o candidato vai fazer com a xícara terminada a bebida.

As possibilidades são 3 – segundo o teste, o candidato pode simplesmente empurrar a xícara de lado e continuar a conversa.

A segunda alternativa é procurar um outro lugar para deixar a xícara usada e assim liberar a mesa – e continuar a conversa. E a terceira, é perguntar se tem algum local onde possa lavar a xícara.

Na Austrália isso já é realidade – sem piada! O teste tem sido muito comum na Austrália. Acredito mesmo que lá, exista uma enorme diferença entre os 3 gestos:

Empurrar a xícara – pode demonstrar interesse em focar na conversa ou simplesmente que a pessoa é meio distraída e “descarta” acessórios usados sem perceber onde…

Perguntar onde deixar – demonstra um certo gosto por ordem e organização e, claro, foco no assunto profissional. No meu caso, não faria isso, pois italiana que sou, quanto a mesa – me apego até o final a pratos, xícaras etc… e nunca se sabe quando posso querer mais um pão de queijo ou mais café…

Perguntar se tem onde lavar – em tese, esta seria a reposta mais valorizada, pois demonstra senso de organização e noção de sustentabilidade, além de atitude proativa que vai além de falar sobre…

Ajustando o teste ao Brasil – claro que temos que dar o hábitos diferentes, regionalidades, etc…. Masssss… aqui vai muito além: a pré-disposição geral das pessoas infelizmente é de descaso: com a organização, com a sustentabilidade e com o “outro” ou o coletivo.

 E um país onde ainda se largam badejas sobre as mesas de praças de alimentação, onde sequer limpam eventuais líquidos derramados com o guardanapo de papel, e – acreditem – onde as pessoas se envergonham de levar seu próprio copo em churrascos ou festas de fim de semana ou mesmo um simples canudinho de alumínio na bolsa…. esperar que perguntem onde lavar a xícara é utopia!

Sugestão ao RH – mantenha a alternativa 1 e 2  e seja rigoroso quanto a ela, mas a terceira… substitua por observar se ele/a  não amassa o guardanapo de papel (pouco traquejo) e se coloca a bolinha amassada no pires ou, (horror dos horrores) dentro da xícara… Se fizer isso, perde pontos.

Por outro lado, se ao final do encontro perguntar onde pode colocar a bandeja e der “uma geral” na mesa deixando-a pronta para o próximo usuário, pode contratar. Em termos de linguagem de gestos na cultura brasileira, isso equivale a lavar várias xícaras de café.

E a Sustentabilidade? Essa pode ser incorporada como filosofia através de programas da própria empresa – afinal, candidato que limpa a mesa, é muito mais propenso a se preocupar e agir de forma sustentável/responsável e empática, concordam?




Síndrome de Burnout – entenda esse mal que também nos assola

No início dos anos 1970, esse termo era usado para definir os efeitos colaterais de uso de drogas, mas quatro anos depois, o psicólogo alemão-americano Herbert Freudenberger, reconheceu o esgotamento profissional na cidade de Nova York e pegou “emprestado” o nome.

Segundo a OMS, esse tipo de esgotamento não é uma doença ou condição médica, mas um fator que influencia nossa saúde.

Embora alguns profissionais achem seus empregos gratificantes, eles estão deprimidos. Freudenberger definiu essa nova condição como um estado de exaustão causado pelo excesso de trabalho prolongado.

Então, como podemos saber se estamos quase – mas não completamente – com essa síndrome?

Exaustão – muitos dos sinais e sintomas do pré-burnout são muito semelhantes à depressão. Observe os maus hábitos, como o aumento do consumo de álcool, a dependência de açúcar ao longo do dia e um sentimento de cansaço que não desaparece. Mesmo que você durma bem a noite toda, às 10h da manhã, você já está ansioso para ir dormir novamente.

Stress/ansiedade – ok, tem um projeto e estou trabalhando duro nele. É normal uma pontada de adrenalina e sim, ele pode ter te mantido acordado a noite toda. Mas, depois de termina-lo, você não pode mais se sentir estressado e/ou ansioso. E sim gratificado…

Queda na qualidade – se você começa a dizer/pensar: este não sou eu, não sou assim ou ‘normalmente consigo fazer x, y e z..

Calma, não se desespere se isso bate com a sua vida… existe solução! E é atacar a origem do problema.

Perfeição não existe – se você é uma pessoa que sente a necessidade de ser perfeita esqueça: não precisa… ninguém é perfeito em tudo. Outro exemplo: sobrecarga de trabalho e uma falta de clareza sobre o papel que exercemos. Nesse caso, o melhor é conversar com o seu superior e expor o que está incomodando.

Passamos a pouco tempo por um momento que nos foi obrigado a frearmos a vida, então pense e faça um esforço e tente dar um passo para trás. Descubra o que está acontecendo de errado – e, principalmente,  seja menos duro consigo mesmo.




Como dar Presentes

Reuni aqui várias dúvidas que foram chegando e espero que ajude a esclarecer.

Dividir um presente com alguém que está sem grana – perfeito, desde que fique claro que são duas ou mais pessoas que estão dando – e que todos assinem um cartão ou mensagem.

Para quem “devo” dar presentes? – para quem você sente vontade, claro. Mas existem alguns que são obrigatórios e não tem como escapar…

Aniversário de parentes e amigos – preciso comprar? Parentes super próximos e queridos merecem pelo menos uma lembrança. Já os outros mais distantes e que vemos pouco, depende do caso. No entanto se há uma comemoração para a qual você foi convidado, não há como chegar de mãos vazias…

Já os amigos, acredito que há aqueles que independente de comemorar junto ou não, são amigos da vida, que nem é preciso esperar o aniversário para presentear. Basta ter vontade ou ver algo que sabemos que é a cara dele…

Presente para namorado – se der fora de data melhor ainda, mas não dar em datas especiais é imperdoável – simples assim.

Presentear com tato –  se vai dar roupa, tem que conhecer o estilo e preferência do outro. Mas não só isso: não dá pra comprar, por exemplo, um número minúsculo porque estava na liquidação e era o último… Roupa precisa poder trocar, tá?

E um número bem maior? Se for beeeeem maior a pessoa pode ficar ofendida, mas apenas um número maior não tem problema – e você pode justificar avisando que o fez por segurança e é mais fácil apertar…

Se ganho um presente tenho obrigação de retribuir?– não de imediato, mas, em uma data oportuna é delicado retribuir sim. Já, agradecer é obrigatório – e o mais rápido possível…

Posso presentear chefe ou superior na empresa? Não é obrigatório e nem adequado. A não ser que a pessoa tenha uma amizade pessoal com você. Nesse caso faça isso em particular, apenas no aniversário e com um mimo discreto.




Como fazer pra não irritar seu chefe

É isso aí. Um profissional competente que cuida de suas tarefas em geral é reconhecido por isso mesmo. Já, aquele que, mesmo sem querer (ou com a melhor das intenções) atravessa o caminho da chefia irritando-o, corre grande perigo de entrar em sua lista negra rápida e implacavelmente.

Não guarde cartas na manga – nem tente surpreender seu chefe. Por mais que a intenção seja mostrar o quanto você se adiantou ou está empenhado/a em determinado assunto, profissionalmente, ninguém gosta de parecer ou sentir-se desinformado .

Procure mantê-lo/a sempre a par do andamento das coisas. Tanto dos projetos grandes quanto dos assuntos corriqueiros. E, em reuniões com a alta diretoria , o ideal é ter sempre em mãos qualquer material de apoio necessário.

Evite parecer uma ameaça – nada pode ser mais injusto: o sujeito se dedica, mostra diariamente o quanto é capaz e, de uma hora para outra, é demitido sem explicações.

Isso é típico de chefes medíocres que se ressentem de funcionários mais brilhantes. Ou de funcionários que não sabem dosar e/ou exibir sua capacidade e ambição na medida certa. Mas vamos combinar? Nem mesmo o Presidente da República deve gostar de surpresas…

Ambição e audácia, embora, sejam qualidades muito bem vindas em nosso competitivo mercado de trabalho, devem ser muito bem trabalhadas.

Boss-ceo_portrait_photographers_in_boston_massachusetts_claudiamatarazzo

Se você é naturalmente impulsivo/a, há algumas técnicas que podem ajudar a refrear seu entusiasmo para não expô-lo/a demais e sem necessidade:

  • Lembre que seu chefe sempre tem mais informações do que você. Portanto, se ele insiste que determinado projeto seja feito da maneira x ou y, concorde. Simples assim. E pense que não é o momento de tentar implantar novos processos;
  • Aprenda a apresentar os fatos de maneira isenta. Interpretar e criar versões, por mais brilhante que seja a conclusão, se não estiver de acordo com a versão que ele deseja pode deixá-lo desconfortável e até ressentido com você;
  • Preserve seu/sua chefe – e a você também. Sempre que quiser confrontá-los com alguma nova posição ou crítica (eventualmente é até saudável) faça-o em particular e procure escolher o momento adequado.

Jogo ou não a toalha? – há chefes e chefes. Há aqueles que, por melhor que seja o emprego, são mesquinhos, medíocres e simplesmente insuportáveis.

São pessoas que podem lhe atrasar a vida e carreira em vários anos. É preciso saber reconhecer esse tipo de pessoa e ter coragem de pular fora assim que puder.

Na hora, parece uma tremenda injustiça mas, invariavelmente, pessoas que saem de uma colocação por este motivo, acabam encontrando outra tão boa quanto ou melhor – com uma imensa vantagem: com superiores melhores e mais generosos.

E, em pouco tempo, percebem, que valeu a pena ter corrido o risco. Pense nisso!




Liderança e a Teoria do Queijo

Por outro, dá a boa notícia: mulheres bateram o recorde liderando empresas da Global 500 (as maiores 500 do mundo) subimos de 6 míseras empresas para…. 26. Subimos bem, mas note o absurdo da proporção–  apenas 26 mulheres, mas em 500!!

Não entendo isso! Somos tão boas em achar o queijo!!! Explico: Depois de um longo dia em que, deixou o filho na escola, correu para o trabalho , almoçou em pé – pois estava na fila da lavanderia, voltou ao trabalho, apressou as tarefas para sair um pouco mais cedo, passou no supermercado, finalmente em casa subiu e guardou as compras e… finalmente, sentou-se no quarto para dar um tempo antes de encarar a cozinha.

Neste minuto, ouve o marido bater à porta de casa e gritar da cozinha:

“Amor! Onde está o queijo?”

Ela, sem ânimo para levantar-se responde, também aos gritos; “Na segunda prateleira a direita, ao lado do leite que está na porta da geladeira”. Dez minutos depois, quase cochilando, leva um susto quando ouve o marido encostado no batente da porta:

“˜Não achei”. Ela respira fundo, engole um PQP, reúne um restinho de forças e levanta, levando o infeliz ruo a cozinha. Abre a porta da geladeira e lá está o queijo, branco e luminoso, dando tchauzinho. Fuzilando o marido com os olhos ainda ouve: “ Nao vi”…

Voltando ao Relatório Kinsey: a boa notícia é que, APESAR desses insights negativos, os mesmos confirmam nossas muitas habilidades e imenso potencial inexplorado – que as empresas se empenham em classificar e desvendar.  Somos ótimas!!! Veja só um trechinho:

Elas valorizam o equilíbrio profissional e pessoal – equilibram habilidades de liderança profissional e pessoal. É mais fácil abordar uma líder mulher com um pedido pessoal ou uma pergunta delicada. 

São mais empáticas  – mas não entendem empatia como fraqueza e sabem que  você pode ser ao mesmo tempo compassiva e forte.

São fortes comunicadoras – não falamos demais; valorizamos a comunicação. Eis a diferença crucial para mais clareza na execução de funções e responsabilidades.

Elas lidam bem com situações de crise – treinadas para lidar com problemas em casa, fazem isso  com compaixão e paciência. 

Elas são flexíveis –  são grandes líderes porque são ágeis. Podem enxergar novas perspectiva, reagrupam e mudam o rumo para melhor sem muita deliberação.

Fazem o trabalho parecer fácil –  subiram degrau por degrau a escada do poder e aprenderam a gostar do que fazem uma vez que nem sempre lhes foi oferecido fazer o que gostam: em casa ou  na vida profissional.

Se somos tão incríveis, como é que tão poucos reconhecem isso? Tenho para mim que é porque jamais cobramos um tostão e sempre levantamos para achar o queijo para os homens basicamente preguiçosos. Se os deixássemos se virar de verdade, perceberiam  num segundo a importância e esforço despendidos em  cada etapa até o seu queijo chegar à prateleira de geladeira. Pense e confie. E lembrem-se que nunca é tarde para começar….