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Hóspedes no Carnaval: e agora?

 

 

Detalhe da piscina do Hotel Lara, Aquiraz, Ceará, onde temos duas cadeiras de descanso, em madeira, ao fundo um lindo jardim com palmáceas.

Hotel LARA. Prainha Aquiraz Ceara. Brasil 03/2015 © david atlan

Não é fácil fazer seus hóspedes se sentirem como eu me senti quando estive no Lara Hotel dessa foto acima. Para um anfitrião todo cuidado é pouco, mas com uma dose de atenção é possível minimizar e prevenir aborrecimentos que podem acabar em mal entendidos desnecessários.

Combine antes: ao convidar já indique a partir de quando vale a hospedagem, mas também até quando! Dependendo do número de hóspedes, não é pecado pedir para que levem roupa de cama e banho. É melhor pedir do que faltar na hora e seus amigos se sentirem desguarnecidos, não acha?

 Regras claras – cabe ao anfitrião deixar seus hóspedes confortáveis e “a vontade” claro, mas eles só ficarão assim de fato se souberem exatamente onde estão pisando. De modo que, não hesite em deixar claro desde o início quais são as regras. Nada de “sinta-se em casa, a casa é sua, faça o que quiser”- sabemos que não é bem assim.

Manual da casa –  faça um, por que não? Com os horários, indicação de o que está onde, qual a programação prevista, locais chave perto de casa, e se for o caso entregue junto com uma cópia da chave da casa para deixa-lo independente.chaveiro vermelho escrito hóspedes

Libere espaços– se vai hospedar alguém em quartos que já estão sendo usados, é essencial liberar pelo menos uma gaveta ou prateleira e um pouco de espaço no guarda roupas para que seu convidado possa arrumar pertences. Sem esquecer os cabides, pelo menos 5, tá? Lembre que a alternativa é deixar tudo sobre a cama ou dentro da mala aberta no meio do cômodo…

Geladeira comunitária – entra no quesito de “combine antes”: peça que cada um  leve o que costuma comer no café da manhã. Assim essa refeição fica resolvida e você só precisa providenciar o café com leite e pão básicos…

 

Nas demais refeições divida as tarefas: alguém se encarrega de não deixar faltar bebida e gelo, o outro cozinha, outro ainda gosta de fazer sobremesas e, claro, há os momentos de comer fora. Mas precisa ser combinado para funcionar e não sobrar para você…

Hóspede que volta – é aquele que não abusa e ajuda. Portanto leve sim uma lembrança para seu anfitrião e fique ligado para  colaborar – desde as pequenas tarefas como tirar a mesa e preparar aperitivos até (se for o caso) levar as crianças para um programa para aliviar os pais por um período. Só não vale mima-los demais no processo e voltar com a galera se rebelando contra a ordem já estabelecida. E evite cair de boca em iguarias diferentes da geladeira que você não sabe a que estão destinadas…

Intimidade– banheiros comuns pedem discrição e rapidez. Sem banhos demorados demais: passe cremes e tire a sobrancelha no quarto – de modo a liberar logo o chuveiro. E lembre de levar sua nécessaire junto para não passar aperto e deixe o lugar como encontrou antes de usar.

Ainda, por melhor que esteja a estada, cumpra rigorosamente o prazo e vá embora na data prevista. E, assim que chegar em sua casa, mande um mimo agradecendo mais uma vez: além de imensamente apreciado, certamente vão lembrar de você com saudade…

As regras de etiquetas continuam as mesmas… Só que com cuidados mais do que redobrados, por conta da Covid-19.

Quer receber amigos, com todos os cuidados que já estamos cansados de saber e com um número bastante reduzido.

Gente, falta pouco, a vacina já está ai. Vamos esperar, ok?




Será que mudou tanto assim?

Em geral, não muda tanto assim – apenas passamos a usar outras ferramentas. E embora pareça estranho as novas tecnologias e possibilidades, em vez de extinguir tradições milenares acaba ajudando a reforçar.

Abaixo uma pequena lista de itens que mudaram, surgira ou se modernizaram, mas que permanecem a serviço da mesma circunstância – ou regra de Etiqueta.

 

Sino para chamar o mordomo – antigamente era usado um sino de prata ou cristal para chamar o mordomo ou copeiro. Hoje não temos esse serviço no dia a dia (salvo exceções) mas, temos a campainha de fio que cumpre o mesmo papel quando recebemos de maneira mais formal. E o que me dizem do fato de organizar um evento inteiro usando mensagens instantâneas? São eventos maiores, elaborados e com um requinte de detalhes tão ou mais detalhado do que os dos tempos do sininho a mesa.

Apagador de velas – é um instrumento que parece um sino com um cabo longo na ponta. Serviam para apagar velas (abafando o pavio) quando as havia as centenas pelas casas e salões. Mas ainda vemos e usamos velas – e o apagador apenas mudou de formato: antes em prata ou latão hoje é fabricado também em argila e outros materiais e alguns tem formato de alicate para apertar o pavio. Inútil? Menos do que se imagina, pois a indústria de velas decorativas só cresce em um claro sinal do quanto as velas ainda são usadas e apreciadas.

Staff e serviço – mordomos e governantas como os de filme inglês estão em extinção, mas hoje temos um exército de diaristas, equipes de limpeza, organizadores e toda sorte se profissionais que cumprem separadamente as mesmas tarefas que, antigamente eram feitas por um só, morando na casa em tempo integral. mas não quer dizer que as pessoas dispensem um guarda-roupa organizado, uma cozinha capaz de atender a uma reunião e/ou comemoração etc.

Pinça de pão – é um apetrecho usado pelos copeiros para “espetar” as fatias de pão na hora de servir no prato dos convidados. Hoje, vemos nos bufês de café da manhã as pessoas lutarem para fazer isso com um pegador de espaguete inadequado e, perdendo a paciência, pegam (e fatiam) com a mão, sem nem usar o guardanapo para segurar… Pois em tempos de pandemia sou pela volta da pinça de pão!

Guardanapos do Batom – existia um mini quadrado de linho vermelho para as mulheres usarem sem manchar o guardanapo do “jogo”. Hoje temos guardanapos em papel lindos e coloridos, em dimensões iguais aos de pano – e que, descartáveis, resolvem esse problema.

Passamos a viver uma vida mais prática, sem dúvida, mas não precisamos eliminar a beleza do nosso dia a dia nem esquecer as tradições – que falam direto ao nosso coração e que nos identificam de forma tão afetiva e emblemática. Pense nisso.




Champanhe – entenda a sensação

Bandeja em prata que está sobre uma mesa, que contem quatro taças de champanhe, ao centro, a esquerda uma garrafa de champanhe Veuve Clicquot, na cor verde, fechada onde temos o famoso rótulo da marca, na cor dourada, e a direita temos dois pequenos vasos, um de vidro e outro em prata, com flores na cor laranja escura, quase ferrugem. ao fundo temos alguns porta-retratos.

Na época das festas de final de ano os brindes se multiplicam – e é claro que todos participam. Mas, se quiser dar um show de classe atente para alguns detalhes que, para os entendedores,são considerados verdadeiros sacrilégios. Ok, talvez não tanto, mas certamente uma prova cabal de deselegância e falta de traquejo. Pra que passar recibo?

Temperatura – se não estiver bem gelado é melhor esperar e deixar um pouco mais no gelo. Se estiver em uma champanheira ou balde, não basta cobrir de gelo: é preciso que tenham água suficiente para formar uma manta gelada que envolva toda a garrafa fazendo com que a temperatura baixe logo e permaneça assim.

Taça certa e taça errada – sabe aquelas taças antigas baixas de boca larga do jogo da sua avó? Não servem mais. Essas podem ficar para tomar sorvete ou outras sobremesas geladas. Mas champanhe (e outros espumantes) devem ser degustados em flutes, taças altas e estreitas, cujo formato evita que a pèrlage – nome dado as bolinhas efervescentes – escape

Aprenda a segurar a taça – ok, eu sei que você sabe que a taça deve ser delicadamente segura pela haste. Beleza. Mas já vi muita gente fazer isso e girar a taça! Nem pense. Só vai fazer com que o vinho se “desarrume” todo desperdiçando inclusive o pèrlage

Extraindo o suspiro da Rolha – nada de estouro, com barulho de tiro e rolha voando rumo ao teto. Quem sabe das coisas aprende a tirar a rolha com jeito: Magno, um dos experts da conhecida marca Veuve Clicquot, demonstra, para deleite de seus alunos, que basta girar a chave de lacre quatro voltas e meia e aplicar uma ligeira pressão com o polegar para que a rolha emita um som de suspiro abafado e deslize delicadamente para for a. É o que ele chama de suspiro da mulher apaixonada – pode ser melhor?

Banho de Espuma – ficou maluco?! Esse tipo de ostentação só funciona em pódio de autódromo – e mesmo assim em frente as câmeras, tá? Na intimidade, só se justifica se estiver disposto/a a secar com seus lábios cada gota do precioso liquido entornado em sua companhia – de preferência sem roupa, aí sim, coberta apenas de espuma e bebida dourada…

Imagem de um adega sub-terrânea , que eram túneis construídos pelos romanos, onde temos várias garrafas apoiadas de ponta cabeça, numa mesa de descanso , com pouca iluminação e temperatura controlada.




Por que ao vivo é tão difícil?

Entendo que  essa convivência esteja sendo difícil afinal, havia muito tempo que as pessoas não eram obrigadas a encarar, não apenas os outros, em uma base diária –  com todo tipo de atrito que isso acarreta – como também  a si próprias, sem máscaras ou atenuantes, uma vez que, literalmente, não há para onde fugir.

Mas tenho para mim que a dificuldade de comunicação vem de muita antes de 2020. Parece um contrassenso, mas, com tantas ferramentas de comunicação nós nunca nos comunicamos tanto e tão mal.

A ansiedade, que se tornou o mal dessa Era, é a prova disso. Estamos sobrecarregados com um zilhão de informações que importam muito pouco – e que não conseguimos processar – uma pressa perene e muitas, muitíssimas mensagens trocadas virtualmente.

Recentemente terminei um projeto no qual entrevistei 16 pessoas para traçar um perfil baseado nas suas mais antigas lembranças em família. O que mais me chamou atenção foi o fato de as pessoas não conseguirem se lembrar com clareza do que as emocionava ou tocava mais de perto.

Recordar é viver – mas era preciso insistir, estimular, e finalmente, a muito custo se lembravam. A medida que falavam, recordavam e desenrolavam melhor o fio da memória – e se emocionavam -trazendo outras recordações em um crescendo de sentimentos. E não queriam mais parar – nem a conversa nem o fluxo daqueles flashes de vivências tão preciosas.

Depois que recebiam o texto com já organizado, algumas confessavam que, depois da conversa, retomaram contatos com amizades perdidas, passaram a rever uma série de conceitos, e muitas, bastante tocadas, diziam ter conseguido fechar ciclos de antigas dores.

No entanto, houve um efeito rebote: houve as que, incomodadas em ver-se retratadas (mesmo com delicadeza, pois é uma peça suave e não acusatória), pediram-me que retirasse a parte mais pessoal do perfil e deixando apenas o que se referia a sua vida profissional.

Isso me fez pensar: perfil profissional pode – afinal, não tem perigo de se aproximar demais dos nossos vínculos ou essência. Já, entrar em contato com o que realmente foi (ou é) importante na nossa vida, incomoda.  Eu hein!?

 

No mundo das redes sociais, vale a imagem – mas fujamos de toda e qualquer sensação mais autêntica! Pelas redes, estamos protegidos e podemos conversar, ter mil amigos, participar de um sem fim de lives!

Mas, convidar um amigo para tomar café em nossa cozinha – ninguém mais faz. Nem antes da pandemia. Trocar ideias e confidências ao vivo, olhos nos olhos, sentir a energia – e troca – da presença… por que será ficou tão difícil?

Não podemos entregar nossa porção mais preciosa ao ambiente ilusório de redes sociais. Ainda temos uma vida presencial onde, para o bem e para o mal é imperativo entender que, a alma e as sensações são a mola propulsora de tudo o que nos constrói – e faz de cada dia um privilégio a ser descoberto.




Sono – um grande companheiro

a atriz Marilyn Monroe está deitada em dormindo em uma foto em preto e branco com o braço direito sobre a cabeça em uma atitude de abandono e conforto.

Você ja deve ter ouvido comentários como:

Ah, não consigo, tenho dormido pouquíssimo.

ou

Morro de culpa de dormir mais de 5 horas, acho que estou perdendo tempo

Eu heim?!

A dra. Mariana Imbelloni ,nutricionista, explica a importância do sono para o bom funcionamento geral de todo o organismo – inclusive das dietas – quaisquer  que sejam elas.

Veja a sua explicação sobre a importância do sono no funcionamento do nosso organismo:

Por que dormir bem –  a redução do tempo de sono tornou-se um hábito comum hoje. Mas, embora o sono seja essencial não há uma receita certa de horas/sono para ficar bem pois cada indivíduo tem seu tempo ideal de sono.

Há pessoas que se satisfazem com seis horas diárias de sono, enquanto outras não conseguem funcionar direito com menos de dez horas

Sono de Qualidade – a qualidade desse tempo dormindo conta mais do que se imagina – por isso é preciso perceber como é realmente esse sono, a partir do estabelecimento de uma rotina. É importante determinar uma hora para despertar e também uma para ir para a cama.

O processo de amadurecimento e envelhecimento muda a quantidade e qualidade do sono. Por isso, é preciso ficar alerta para não renunciar a ele pois o sono e repouso são funções restauradoras necessárias para a preservação da vida.

Ora, resgatar qualidade e tempo de sono – e consequentemente de restauração do nosso corpo – é importantíssimo, pois ajuda na manutenção de um organismo mais saudável e apto a se defender de uma série de doenças ditas “oportunistas.”

 Dormir emagrece ? – já ouvi essa frase muitas vezes e nunca entendia direito seu significado. Na verdade é o oposto: dormir pouco é que pode engordar!

Vários estudos apontam que a duração do sono com menos que 6 horas é associada a um elevado Índice de Massa Corpórea – e à obesidade.

É que o encurtamento do sono aumenta a razão grelina/leptina, gerando o aumento do apetite e da fome.

Dormir rejuvenesce – não apenas a pele, mas todo o seu corpo. Não é modo de dizer: é fato pois é exatamente durante esse período que as células se renovam.

Durante a noite, naturalmente escura, produzimos a melatonina, responsável também por neutralizar o excesso de radicais livres durante o sono, evitando os danos celulares responsáveis pelo envelhecimento precoce e pelo aparecimento de neoplasias (câncer).

O GH – o hormônio do crescimento – também é produzido durante o sono. Porém, em adultos ele é fundamental para a renovação celular, manutenção da massa muscular e redução da gordura corporal

Se o sono é pouco, o GH não é produzido em quantidade suficiente e compromete essas funções importantíssimas!

Agora você já sabe: ainda que esteja sem sono, fique um tempo a mais na cama. Controle a ansiedade de checar mensagens e e-mails e aproveite o escurinho e dê uma chance ao seu corpo para se restaurar antes de enfrentar o mundo em múltiplas tarefas por mais um dia!