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Champanhe no Café da Manhã

Numa mesa, de jardim, uma bandeja em madeira, cor preta, sobre ela um buquê de rosas , na cor rosa clara, junto as elas um prato com morangos, e ao lado um balde com uma garrafa de champanhe Veuve Clicquot fechada, junta ao balde duas taças de cristal vazias.

A frase, atribuída a Leonardo da Vinci, faz todo sentido.

Mas, me atrevo a dizer que um magnífico despertar também pode resultar em um dia estupendo.

Ok, você até capricha nos seus primeiros momentos matutinos. Mas, há uma grande diferença entre um ritual agradável (obrigatório, aliás) e um despertar inesquecível.

Se você não liga muito para isso, mais uma razão para experimentar, ao menos uma vez na vida, acordar e desfrutar de um café da manhã de puro luxo.

A forma e os ingredientes dessa experiência vão depender das suas preferências, claro. Mas, só pra provar que logo cedo pode haver muitas delícias a nossa espera, enumero aqui apenas algumas – para que você complete a lista.

Acordar naturalmente – sem despertador ou alguém falando. Abrir os olhos mansamente.

Acordar em  sua própria companhia – se não estiver loucamente apaixonado e correspondido, acordar sozinho pode ser uma benção. O que? Tá na maior paixão? Então embarque nessa com seu novo amor…

Não ter hora para acordar – e nem para sair para o mundo. É isso aí. Escolha para sua manhã de sonho um dia em que não precise se afobar. Para nada. Nem para sentir prazer.

Fazer hora na cama – vale tudo que tiver vontade: namorar, fazer sexo selvagem ou apenas ler um livro poupando-se a irritação das notícias do jornal e Internet…

Conecte-se como um príncipe – ou seja, apenas depois do café da manhã. Se conseguir segurar a ansiedade por esse dia e mais dois ou três, verá  a diferença que isso pode fazer na sua manhã – e na vida!

A italiana que habita em mim insiste que nenhum dia começa realmente se não saciarmos nossa fome de uma noite inteira – de modo que, seu café da manhã é sim importantíssimo!

Afinal de contas você acordou a mil, fez amor até desfalecer, cochilou de novo e agora, naturalmente, está pronto para o desjejum.

Pois não deixe barato: alimente-se de verdade.

Esqueça a dieta  – e coma tudo o que o que lhe dá prazer. E aí, repito, é muito pessoal e dependerá, das preferências de cada um .

– Morangos com creme? Vale.

– Um suco de pêssego cremoso (não o light) em uma taça linda cheia de gelo ? Claro que  vale.

– Café preto – aliás duas doses de café expresso cremoso e fumegante em uma xícara de chá delicada e antiga? Impagável!

– Uma omelete perfumada de queijo com ervas? Delícia!

– Torradas com ovas de salmão – ou o próprio salmão fatiado defumado com creme  – porque não?

Champanhe no café da manhã-  porque você merece. E nem precisa ter algo para comemorar. Brinde apenas para desfrutar.

Feliz sem culpa: você sabia que as 10.30 da manhã é o horário ideal para degustar um bom champanhe? É que nossas papilas gustativas estão no ponto, e ainda não saciados com as muitas gulodices do dia o paladar se aguça.

Uma, duas taças talvez – o suficiente  para marcar com o sabor e requinte tão característicos, um dia que, começando assim, tem tudo para se tornar único.

Ok, falei aqui apenas de algumas delícias que poderiam fazer você se sentir privilegiado apenas por acordar para mais um dia. Mas a continuação dessa manhã de magia e delícias tem que ser  definida apenas por você – e eventualmente alguém que te conheça  e queira muito, muito bem.

Vamos nessa? Confie. E depois me conta.

 

 

 




Vai um cafezinho?

De todas as formas de tomar a bebida, para mim, a melhor delas é finalizando uma boa refeição. E se for acompanhando risadas e uma boa conversa – é imbatível!

Mas, para desfrutar o café em sua plenitude é preciso respeitá-lo – e entender que, de trivial ele não tem nada!

Timing para servir – depois de refeição é ideal não deixar passar mais de 15 minutos depois de terminada a sobremesa. Assim ele “sela” o sabor da última delícia do cardápio, combate eventuais efeitos do álcool ingerido em excesso e prepara o organismo para a digestão.

Ainda a mesa ou na sala? Depende. Se a conversa estiver boa, a mesa, sem interromper a vibe. Mas há quem defenda voltar para a sala para se movimentar e reagrupar as pessoas.

De máquina ou coado?  Depende. A máquina é super prática e atende a gostos diversificados: podemos oferecer vários tipos de sabores em cápsulas. Mas, se for para mais de 6 pessoas, é indicado colocar perto da mesa: a bebida esfria, enquanto se aguarda completar a bandeja e não dá para ficar um vai e vem servindo um a um.

Trazer a máquina perto da mesa, também pode causar o incomodo do barulho – algumas parecem ter motor turbo, reparou? Avalie e escolha.

Café coado – é mais saboroso quando feito da maneira certa. Os baristas entendidos, são unânimes em dizer que, há muito “grão queimado” nas cápsulas (e em alguns pós, daí a importância de escolher bem). Isso “amarga” o café e distorce o sabor.

Já, servir coado da maneira certa, sem pressa de passar pelo coador, em bule escaldado, é um privilégio para quem saboreia – pois é cada vez mais raros! Sem falar que é mais elegante: o anfitrião pode, aí sim, servir os convidados, individualmente – e de quebra ainda exibir um lindo bule!

Ok, você detesta ter que pensar em coar café, acha de que dá trabalho etc. Entendo. Então sugiro montar uma mesa auxiliar ou carrinho – e fazer uma “estação do café” com a máquina, o jogo de xícaras, açúcar, e alguns sabores de capsulas estrategicamente colocados – de modo a facilitar o serviço e de quebra decorar o canto.

Dessa forma as pessoas se servem como e quando querem – e você relaxa depois da refeição. Aliás, esse tipo de estação serve também para quando convidamos para um lanche da tarde ou quando há mais do que 3 ou 4 pessoas

Falei que não era cafezinho: para fazer um bom café é preciso paciência, uma certa experiência e sabedoria para apreciar!




Homens calados

imagem em preto e branco, homem sentado numa mesa de bar, lendo um livro , ele jovem e usa barba

Muitas mulheres se afligem por jamais saber onde está pisando ou o que ele está pensando. Mas é sempre uma delícia quando, aos poucos, percebemos que por baixo da carapaça de durão há uma pessoa doce e apaixonada.

Ele se basta (nem sempre um pensamento lisonjeiro) mas, se está ali, fazendo questão da nossa companhia, podemos ter certeza que é porque nos acha linda, encantadora, interessante e sensualíssima- ainda que não digamos nada de tão inovador ou brilhante. Pode ser melhor?

Efeito spa – um homem calado é o contraponto perfeito a pessoas muito ansiosas, agitadas ou falantes. Dá-lhes a oportunidade de se expressar mais e melhor, passar seus sentimentos a limpo, sem que necessariamente a coisa desande para uma profunda discussão do tipo “ tudo ou nada.”

Eles sabem ouvir – não é uma benção? Então, para que exigir que, além de nos escutar, os pobres ainda respondam, emitam juízos prolixos e elaborem teorias sobre a relação?

Calado não quer dizer perfeito: eles costumam ter memória de elefante, são extremamente detalhistas e quando cobram algo, é pra valer.

Top dos Tops: ok, eles podem até ser mais difíceis, mas em geral, nos surpreendem com deliciosas e inesperadas safadezas – como falam pouco, desenvolvem lindamente outro tipo de linguagem como a do olhar e do tato, e sabem transformar silêncios compartilhados em momentos plenos, inesquecíveis, de verdadeiro êxtase e perfeita sintonia.

 




Horta em Casa: funciona meeeesmo!

Até que, na quarentena aos poucos fui fazendo as pazes com vasos plantados: tinha mais tempo para observar, regar, podar etc. E, percebi que era mais uma questão de paciência e tempo.

Comecei a pensar em uma velha ambição minha que jamais levei a sério por acreditar que não daria conta: uma horta em casa! Quis o destino que meu amigo Paulo me presenteasse com uma e … eureka!! Minha vida mudou! Principalmente no quesito gastronômico!

Cabe e não suja – são dois caixotes (um dê conta do recado também) com rodinhas para você mudar de lugar (se quiser) conforme o sol… Não vaza, e basta regar uma vez por dia.

Vem plantados todo tipo de hortaliça que você pedir. Escolhi, entre outras coisas: pimenta, manjericão, verbena, hortelã, lavanda, salsão, alecrim e alface.

Na realidade achei que ia durar – bonitinha verde e exuberante – no máximo uma semana. Não é que vai fazer 3 meses e só agora precisei da “visita de manutenção”?

O que precisa – a coisa toda é de uma simplicidade deliciosa: água, sol e 15 minutos por dia de cuidado. Poda dia sim, dia não (super terapêutico) e uma vez por semana pulverizar um óleo anti fungos. Fica linda, verde, perfumada e – o melhor – tenho tudo que preciso ali, na hora que quero.  Olha só:

Temperos: com a pimenta fiz azeite e, vira e mexe uso a própria pimenta mesmo. Tempero saladas, caldinho de feijão, carnes… faço molhos. O alecrim uso para as carnes, frango e batatas assadas que fica um show!

Saladas – salsão e alface fresquinhos – que crescem muito – já me salvaram da geladeira vazia mais de uma vez… E ainda uso o salsão para fazer caldos o tempo todo.

Infusões – a verbena, hortelão e lavanda que preparo frias ou quentes… Ou simplesmente para dar sabor e enfeitar jarras de água gelada agora que o tempo está mais quente…

Manjericão – cresce muito e podo quase todos os dias: perfuma a cozinha, rende para fazer molho Pesto, assim como deliciosas bruschettas…

Flores para comer e dar cor a pratos – além de alegrar e colorir a horta na sala, elas enfeitam os pratos e são gostosas: em saladas ou mesmo emprestando cor a massas e risotos.

Se animou? Acredite: basta um canto onde bata sol por 2 ou 3 horas seguidas – e você vai se beneficiar muito com esse resgate – ainda que pequeno, mas no coração do seu lar – desse vínculo com a Natureza!




Onde há gelo há esperança!

Marina mora em um apartamento moderno com o marido e um casal de filhos gêmeos. É inevitável que a turma acabe se expandindo de modo que, transformaram a mesa da sala de jantar em um bufê e, reformaram ou compraram móveis funcionais: são pufes e bancos móveis, sofás que permitem que sentemos de ambos os lados (dobrando assim a capacidade da lotação do living) e mesinhas auxiliares estrategicamente colocadas para que todos possam apoiar copos e pratos ao se servir.

O  formato que com móveis comuns permitiria até 12 pessoas sentadas com conforto, dessa maneira já chegou a acolher 45 sentando pelo menos 30! Espertos, eles também decoraram tudo  de forma a não ter cantinhos onde o convidado se isole, pois gostam de curtir o encontro e fazem o possível para potencializar a interação.

Lição das nonnas como, neta caçula – bem novinha – sentava ao lado de Nonna Tica nos almoços de sábado em sua casa e observava como cuidava dos detalhes: sentia o timing do serviço, e foi filtrando esse aprendizado.

A outra avó Lulla, ensinou receitas italianas e a importância da gentileza para gerar empatia com as pessoas que estão trabalhando. Aprendeu que isso é essencial para o serviço fluir com excelência – e para maior satisfação de todos.

As duas tinham um senso de humor diferente, porém acentuado; daí Marina ter aprendido a transitar pela vida – e em festas com um delicioso e contagiante humor e a leveza!

Bandeja Café – ela gosta de servir um bom café coado – é um carinho para os  convidados e, como é cada vez mais raro, acaba surpreendendo e agradando. Além de mais organizado para o serviço, fica mais elegante: servido em um bule de prata inglesa que ganhou de casamento em copinhos engraçados que coleciona  –  tudo colabora para que o fecho da refeição se torne um momento divertido…

Garimpando em casa – Marina acha importante a gente usar o que tem, mesmo que seja um baixela de prata ou porcelanas mais delicadas: os amigos merecem, mas, mais do que isso, é um exercício de constante garimpar pelos armários e gavetas da casa.

Ao fazer isso, ela acredita que temos a oportunidade de limpar o que está guardado, tratar o que precisa de cuidados e resgatar esses objetos, não apenas para a vida útil mas, também fluir a energia contida nesses “guardados”. Existem recordações e um motivo para aquilo estar ali. Ou, as vezes trata-se simplesmente de reorganizar a casa – e as ideias, arejando literalmente tudo: espaços pensamentos!

Finalmente, Marina dá a receita para que o encontro seja sempre lembrado com prazer: abusar da generosidade na quantidade: de tudo, inclusive afeto!