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Dia dos namorados: arrase no jantar para seu amor

Uma praia ao por do sol e uma estrutura de areia imitando um encosto de sofá serve de apoio para almofadas dispostas uma de frente para outra. No centro uma mesa baixa colocada com uma toalha branca e lugar colocado para dois. Na frente em primeiro plano estão velas baixas vermelhas acesas e ao fundo dois tocheiros fazem moldura ao por do sol que se reflete no mar.

É isso aí: bem estar, acolhimento e bem querer serão muito mais valorizados nesse momento do que malabarismos eróticos – estes, serão ou não apenas consequência, sendo que cada um os interpreta como quer, certo?

Cuidados extras – providenciar ou facilitar estacionamento já é um conforto. Avise seu amor – além do porteiro – sobre qual é o esquema.

O seu quarto e banheiro tem que estar mais que impecáveis – Quer causar impacto ou não? Arrume e limpe dias antes – e mantenha assim até a noite, quando tem que parecer cenário de filme…

Prepare seu quarto: jarra com dois copos, vaso (pequeno) com flores delicadas, velas (mas no máximo 3, para não exagerar). Se ele ou ela forem do tipo mais metódico, nunca é demais reservar um espaço no armário com cabides extras. Se achar muito, é essencial uma cadeira para apoiar roupas – porque é para noite se prolongar até o dia seguinte?

Equipe o banheiro – escovas de dentes extra, toalhas em dia – nada que force muito a barra, mas oferecendo conforto…

Seu bar – tem que ter uma variedade legal de bebidas – afinal vocês podem querer variar, inovar e brindar a noite toda….

Sobre uma mesa de madeira está uma garrafa de vinho envolta em uma capa de juta rústica com das velas bem baixinhas a sua frente e taças. Ao fundo luzes em forma de coração iluminam o ambiente.

O jantar: ainda que goste de cozinhar, o momento tem que ser lúdico, portanto fuja de frituras ou receitas que requeiram “esperar o ponto” ou possam desandar como maioneses, chantillys, cremes muito delicados…

Prefira receitas de forno que possa preparar ou deixar pré prontas na véspera. E é claro que vale comprar pronto ou semi pronto: o importante é proporcionar a diversão e não inventá-la…

Deixe prontos de véspera: gelo pronto e retirado das formas em sacos plásticos no freezer, molhos, receitas marinadas, etc

Nada de muito exótico, mas os clássicos – cerveja ou chope, vinhos, uísque, vodka de boa qualidade e uma boa cachaça para caipirinha se estiver no cardápio.

A mesa já colocada facilita – e com espaço para deixar a travessa comida se possível. Na cozinha, panos de prato extras, o balde de gelo e os talheres de servir à mão –pra você não ficar procurando.

Aperitivos – garanta-se com um mix de nozes – e porque não Barú, a castanha afrodisíaca temperada com flor de sal e pimenta? Coloque em locais estratégicos. Se quiser uma receita linda e fácil faça o aperitivo de morangos e parmesão.

Bebida – devidamente gelada com antecedência. Para não ter que esperar na hora de abrir um vinho ou espumante – afinal, nessa noite, você terá muitos motivos para comemorar!

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Velórios: só rindo…

Antes de passar para a parte mais bizarra onde me irrito e começo a achar que não tem jeito, vou narrar a historinha da Vera, mãe de meu amigo Renato, fumante inveterada e da sua interminável rusga com o marido, Coronel Wagner por conta do vício do cigarro.

Ana Vera e o Coronel se casaram nos anos 50 e ela até o casamento conseguiu esconder dele o fato de fumar desbragadamente. Era uma mulher elegantíssima, e Renato lembra que não combinava com sua fineza o gesto de guardar o maço de cigarros sem filtro no decote.

Era precisamente o que ela fazia todos os dias. Para salvar os cigarros do marido que, apenas via um maço já o exterminava. Sem avisar – e algumas vezes na sua frente sem a menor piedade ante seu argumento aflito: “Pare com  isso, custa caro”

Ele mandou escolher entre ele e o cigarro – e ela nunca parou. O que o obrigava a ir comprar cigarros no bar para ela, pois naquele tempo mulher não entrava sozinha em bar, muito menos para pedir cigarros. Mais do que depressa ela guardava o maço no soutien e a vida seguia.

Renato cresceu ouvindo da mãe conselhos preciosos para fumar e continuar elegante: “Fume só até a metade – assim o dedo não fica amarelo”. Ou: “Segure o cigarro em pé para a fumaça ir para cima e não manchar os dedos”.

Do pai ele só ouvia que ela ainda ia parar de fumar. E dizia:

Não para, Papai, deixa que é mais fácil”. Mas o Coronel não se conformava e todos os dias dizia que ela ainda ia parar de fumar.

Muitos anos depois, em seu velório, Renato – como bom filho – tentando dar suporte ao pai, além de segurar a própria emoção e tristeza, vê o caixão chegar e a fisionomia do pai mudar. Ato contínuo, o Coronel se aproximou do caixão, olhou para o filho e perguntou: “Parou ou não parou!?”. Renato se lembra até hoje do tom de (quase) satisfação do pai ao ver seu desejo finamente atendido…

Velórios são assim: um mix de emoções, celebração a vida, tristeza e saudade.

Recentemente, Maria, minha amiga cerimonialista fez um casamento no qual a avó da noiva, mãe da mãe, faleceu durante a festa! Imensa comoção, correria, o cerimonial tentando avisar com calma os convidados que não haveria mais festa – porque não tinha como continuar.

Com muito jeito avisaram de mesa em mesa – aos que não havia percebido o ocorrido – que iam já providenciar o velório e que não haveria festa.

Uma das convidadas muito prestativa sugeriu: “Então vamos aproveitar as flores e os docinhos e levar para o velório…”

Maria levou um baita susto, mas depois viu que nem era tão má ideia. Ainda pensava como fazer isso quando ouviu de uma outra convidada mal-humorada e cheia de joias: “eu não vou embora enquanto não servirem o jantar!”

É mole? Como diz a figurinha:

“Além de não ser fácil, ainda é difícil’




Profissão: confortar e organizar o Luto

Facilita o momento de despedida, atenua burocracias e dilemas para a família enlutada e acolhe melhor os amigos e demais familiares.

Requisitos de um profissional de velórios – esse tipo de cerimonialista, além de conhecer ritos fúnebres e os trâmites burocráticos (que ajudará a agilizar e executar) também é responsável por celebrar a vida do falecido, com um discurso emocionante e sensível.

Para se tornar um cerimonialista de velório, é necessário ter habilidades em comunicação, administração eventualmente até mesmo em relações públicas e gastronomia, pois hoje é muito comum que os locais sirvam um pequeno bufê para atender a todos durante toda a duração da despedida.

Além disso, é importante ter sensibilidade para lidar com questões familiares e litígios relacionados à herança.

O que faz um cerimonialista de velório é um profissional que trabalha na organização e planejamento de funerais. Ele é responsável por coordenar todos os aspectos do velório, desde a preparação do corpo até a recepção dos convidados.

O trabalho de um cerimonialista de velório envolve várias  etapas:

Coordenar a preparação do corpo: é o responsável por garantir que o corpo do falecido seja preparado adequadamente para o velório. Escolha do caixão e a preparação do local do velório.

Organizar a cerimônia: organizar a cerimônia de despedida. Escolha do local do velório, decoração do espaço, escolha da música e preparação do roteiro da cerimônia.

Recepcionar os convidados: receber os convidados e garantir que eles sejam acomodados adequadamente durante a cerimônia. Ele também é responsável por garantir que os convidados sejam atendidos durante o velório.

Coordenar o cortejo fúnebre: deve garantir que o cortejo siga o roteiro previamente definido e que os veículos estejam organizados adequadamente.

Oferecer suporte à família: essa é uma missão delicada, pois é preciso de estar também disponível para responder a quaisquer perguntas ou preocupações que possam surgir.

Em resumo, é um profissional que ajuda a garantir que a despedida seja realizada com respeito e dignidade.

No que se refere ao mercado, esses cerimonialistas podem trabalhar como autônomos ou contratados por empresas que oferecem serviços para eventos. O preço pode variar de acordo com a causa da morte, o caráter religioso da cerimônia, o número de convidados e outros fatores.

Ok, se está achando uma ocupação demasiadamente triste, lembre-se que ajudar em momentos tão críticos pode ser muito mais gratificante do que se imagina. E nada impede que o mesmo cerimonialista possa se dedicar também a festas de formatura, casamentos e outras cerimônias mais festivas!




Tendência ou inovação?

Cerimonial social: até que ponto exercer a criatividade sem prejudicar o ritual?

É fato que os eventos sociais ganharam grandes proporções e ultrapassam limites do razoável – hoje tornaram-se megaeventos: tanto no número de convidados quanto com uso de superestruturas e decorações que beiram o bizarro.

Em se tratando de evento social o céu é o limite!

Os casamentos, que antes eram comemorações em família viraram eventos, não mais festas – onde muitas vezes, além do exagero ainda não respeitam o rito religioso: começando já na entradas dos pets como porta aliança ou até mesmo como par no lugar do pai na entrada da noiva.

Nada tenho contra pets, mas sou uma fanática por coerência – sem a qual, muita coisa importante pode se perder (e perder o sentido) nessa vida já caótica…

Temos hoje uma gama de comemorações no cerimonial social: chá revelação, festas de quinze anos, batizados, bodas de prata e ouro, aniversários, funerais…

Cerimonialista ou babá de bêbado? O que mais vemos são jovens que não conhecem o conceito básico da profissão que é: sobriedade, respeito as regras (de qualquer que seja a cerimonia) e conhecimento.

Não se trata de levar o véu da noiva até o altar, mas de permitir que sua entrada aconteça de forma fluida, sem interferência, inclusive da própria profissional atrapalhando e/ou participando como vemos por aí…

Menos é mais – nessa profissão, esse deve ser o mantra: tudo “mega” torna-se mais caro, mais difícil de administrar, e passível de mais críticas. E, importante: muito incômodo para o convidado: muita gente, pouco espaço, fila em bufê, briga para sentar-se, mesa lotada por vasinhos e acessórios onde mal podem se movimentar para comer….

O cerimonialista social, deve ser de guardião e respeito as normas e ritos religiosos, independente do credo, e sempre usando o bom senso.

Para cada uma dessas cerimônias, existe um rito, uma norma, uma tradição, que precisa ser respeitada.

Planejar não basta – é preciso estudar para ter segurança, mas também treinar muito para executar com facilidade. Treino com a equipe e muito diálogo com o cliente. Diálogo esse que inclui argumentação firme:

 – Por que você quer que seja assim? – ainda que seja o ‘sonho’, ele precisa entender que sonho se ajusta a espaço, orçamento, ocasião;

– Isso quase nunca dá certo – ou é muito arriscado;

– Existem alternativas melhores – esteja pronto para apresentar mais de uma. E finalmente:

Isso fere a norma –  você não vai pagar esse mico e se expor assim.

O cliente pediu – mas você é (e deve se colocar sempre) como autoridade. Imponha seu ponto de vista usando a autoridade do conhecimento que você deveria ter. Não vai perder o cliente – ao contrário: vai impressioná-lo e fazê-lo ver outros pontos de vista.

Assim, ele começará a entender a importância da coerência e dos eventos bem encadeados de maneira envolvente, elegante e harmoniosa – e não apenas pensados para causar…

Colaboração:

Cris Buzzy Mesquita Assessora de Comunicação da ABPC- Associação Brasileira de Profissionais de Cerimonial




Mãe!

Mãe não acerta sempre, mas é incansável nas tentativas.

Erra – claro, mas pouco. E não tem medo de tentar de novamente – e novos caminhos.

Mãe não tem receita- mas tem um remédio infalível: colo amoroso.

Obrigada, Mami Poderosa!