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Como fazer para lidar com gente difícil

Tive um pai difícil, escolhi um marido que não é fácil e, claro, tenho admiração e, portanto, acabo escolhendo também colaboradores complicados. Ok, reconheço que eu mesma sou muito mais do tipo pendendo para o difícil do que cordata e simplesinha – disso não tenho dúvidas. Mas, até mesmo de tanto lidar com gente assim acabamos por distinguir os difíceis dos impossíveis e, melhor, ainda os seus subtipos, assim como a melhor maneira de lidar com cada um deles.

Identifique os tipos pense na pessoa (ou as pessoas) em sua vida e descubra em qual categoria eles estão. Por exemplo:

Os super críticos – aqueles que sempre têm algo ruim para dizer. Eles reclamam, criticam e julgam. E são quase impossíveis de agradar além de terem certeza de que tem sempre razão. Os americanos tem uma expressão para gente assim: “Negative Nancys” ou “Debbie Downers.” – o que dá bem uma medida do quão desagradáveis podem ser. Uma boa ideia para administra-los é concordar com tudo e esquecer um segundo depois. Não adianta querer ter razão, pois eles sempre tem. Concorde e eventualmente diga “também acho mas não me incomoda” porque, acredite, TUDO incomoda esses caras.

“O Melhor de todos”- ele (ou ela) se acha. Simples assim. Eles gostam e vão tentar impressionar você, rotular e comparar. E fazem isso com estardalhaço pois, se ninguém souber o quanto são incríveis, não tem graça. Fujo desses como o diabo da cruz… Mas se não tiver jeito e for alguém da família ou de seu círculo mais próximo, resigne-se e tente até elogiar de vez em quando, pois isso os acalma como mágica…

Os amebas (ou super passivos) – não contribuem muito para conversas ou para o bem das pessoas ao seu redor e deixam os outros fazerem o trabalho duro. Vão concordar com a opinião do mais forte e dificilmente criarão marola. Em compensação são literalmente um peso morto – do ponto de vista social. Lido com isso delegando pequenas tarefas a eles, pois em uma ocasião mais social, já que não ajudam brilhando – podem pelo menos ajudar com pequenos favores e tarefas – que variam desde pedir para que deem carona para uma tia mais idosa até que limpem os cinzeiros ou providenciem mais sorvete se faltar…

Os manda chuvas – o nome já diz: são mandões mesmo. São pesados e querem que tudo seja feito do seu jeito e não admitem nada diferente por isso farão qualquer coisa para consegui-lo.

Dica universal: não tente mudá-lossim, nosso instinto é tentar, mas nunca funciona!  O que acontece é que ele tende a se ressentir, afunda-se e fica pior. E sim, tente compreendê-los  uma boa maneira é tentar entender de onde elas vêm e encontrar sua linguagem de valor, aquilo que alguém mais valoriza e que impulsiona suas decisões. Para algumas pessoas é dinheiro; para outras, é poder ou conhecimento. Entrar nessa sintonia ajuda na comunicação que pode se tornar mais fluida e agradável.

Os tóxicos – pessoas tóxicas são agressivas, mesquinhas ou ofensivas. Ou tudo junto. Relacionamentos tóxicos são muito prejudiciais: o ideal é manter distância e criar uma zona-tampão. Cerque-se de bons amigos e, se tiver que estar com eles, faça-o por um tempo mínimo.




Síndrome de Burnout – entenda esse mal que também nos assola

No início dos anos 1970, esse termo era usado para definir os efeitos colaterais de uso de drogas, mas quatro anos depois, o psicólogo alemão-americano Herbert Freudenberger, reconheceu o esgotamento profissional na cidade de Nova York e pegou “emprestado” o nome.

Segundo a OMS, esse tipo de esgotamento não é uma doença ou condição médica, mas um fator que influencia nossa saúde.

Embora alguns profissionais achem seus empregos gratificantes, eles estão deprimidos. Freudenberger definiu essa nova condição como um estado de exaustão causado pelo excesso de trabalho prolongado.

Então, como podemos saber se estamos quase – mas não completamente – com essa síndrome?

Exaustão – muitos dos sinais e sintomas do pré-burnout são muito semelhantes à depressão. Observe os maus hábitos, como o aumento do consumo de álcool, a dependência de açúcar ao longo do dia e um sentimento de cansaço que não desaparece. Mesmo que você durma bem a noite toda, às 10h da manhã, você já está ansioso para ir dormir novamente.

Stress/ansiedade – ok, tem um projeto e estou trabalhando duro nele. É normal uma pontada de adrenalina e sim, ele pode ter te mantido acordado a noite toda. Mas, depois de termina-lo, você não pode mais se sentir estressado e/ou ansioso. E sim gratificado…

Queda na qualidade – se você começa a dizer/pensar: este não sou eu, não sou assim ou ‘normalmente consigo fazer x, y e z..

Calma, não se desespere se isso bate com a sua vida… existe solução! E é atacar a origem do problema.

Perfeição não existe – se você é uma pessoa que sente a necessidade de ser perfeita esqueça: não precisa… ninguém é perfeito em tudo. Outro exemplo: sobrecarga de trabalho e uma falta de clareza sobre o papel que exercemos. Nesse caso, o melhor é conversar com o seu superior e expor o que está incomodando.

Passamos a pouco tempo por um momento que nos foi obrigado a frearmos a vida, então pense e faça um esforço e tente dar um passo para trás. Descubra o que está acontecendo de errado – e, principalmente,  seja menos duro consigo mesmo.




Elegância na diversidade

Hoje o assunto é para esclarecer (várias) dúvidas de leitores relacionadas a pessoas LGBTQIAPN+. 

E antes de reclamar da sigla, deixe a preguiça de lado: é natural que uma sigla que se refere a diversidade tenha muitas letras – e entender o que significam, sem reclamar é o mínimo que se espera de uma pessoa esclarecida. 
Deu preguiça? Pule o assunto. E continue no limbo no que se refere elegância. 

Explico: entender o básico dos tratamentos e pronomes, é o primeiro passo para se relacionar melhor com um vasto universo de pessoas. E errar nesse caso é como trocar o nome de alguém durante uma transa. 

Então vamos lá: uma forte candidata a campeã de perguntas sobre isso é: “tenho dois amigos gays que moram juntos. Eles são um casal. Como devo enviar o convite?

Alternativa 1 – se são um casal e moram juntos, o convite deve ser um só e com os nomes dos dois. E a ordem pode ser a alfabética ou colocando antes aquele que os noivos conhecem há mais tempo ou são mais próximos (acontece, certo?)

Alternativa 2 – se eles tiverem feito a união estável com alteração de sobrenomes, vale a pena perguntar como ficaram os nomes. 

Alternativa 3 – se são um casal e não moram juntos, envie os convites separadamente. E sempre com pronomes e formas de tratamento conforme o gênero do casal (neste caso, masculino… se fosse um casal lésbico, no feminino).

Pronomes de tratamento – outro leitor, fez a seguinte indagação: “tenho uma colega de trabalho que é travesti, mas não se parece muito com uma mulher. Como vou chamar?

Hellooooo!!!  Ela se identifica com o feminino – mesmo que sua aparência não corresponda ao imaginário social de feminilidade, os pronomes e tratamentos devem ser sempre no feminino. Ela, dela, uma colega…

Couple looking at mobile phone at home.

Nunca mesmo – use adjetivos como trava, traveco, transex. São pejorativos, cruéis e cafonas. Aliás, o mesmo raciocínio dos pronomes e tratamentos, é aplicável também para pessoas trans (homens e mulheres). 

Quantas vezes já não ouvimos, se referirem desrespeitosamente ao Thammy como “a Thammy?

E aqueles “colegas” políticos que se referem a deputada federal Erika Hilton com pronomes e adjetivos no masculino? Além de muito feio é deselegante e criminoso – afinal, a transfobia foi equiparada ao crime de racismo…

Desenhando para deixar mais claro: precisamos apenas usar de afeto, empatia e respeito. Não cabe a nenhum de nós definir como o outro deve ser tratado ou “adjetivado”. Precisamos ouvir (e perceber e respeitar) o que o outro nos diz. 

Se o Thammy se reconhece como um homem, eu vou tratá-lo no masculino.

Não é difícil – e dizer que isso te confunde é passar recibo de preguiça, atraso e pouca informação. Se cada um de nós realmente se colocar no lugar do outro, não tem como errar. E você passa para outro patamar na escala das pessoas realmente apreciadas.

Ah, e sobre a sigla: LGBTQIAPN+ representa as iniciais de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, interssexuais, assexuais, pansexuais, não-binarie – e “mais”. E prometo explicar cada uma delas em outra coluna, tá? 




Quando aceitar – ou não – uma gentileza

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A mãe de minha amiga, uma senhora espanhola que sabia das coisas, sempre orientava os filhos nesse sentido da seguinte forma:

Ela dizia que, se a pessoa oferece por exemplo um café – você não precisa aceitar. Ou uma água, refresco e até mesmo docinhos ou uma refeição.

Já, se ela chega com a bandeja de café já montada e o café fumegando (ou a jarra com copos e um refresco) você não pode recusar.

Afinal, a pessoa se deu ao trabalho de preparar aquilo para você – e seria indelicado nem experimentar.

Parece uma simples nuance – mas faz toda a diferença, pois muitas vezes achamos que estamos sendo gentis e não queremos dar trabalho mas, na verdade, estamos frustrando uma expectativa de alguém que se empenhou para agradar e pode achar que é pouco caso da nossa parte.

Pois é: para não errar sem querer e magoar o outro sem necessidade,  basta prestar atenção e atentar para esse detalhe sempre que alguém for gentil com você.




Sem medo do silêncio

Ora, além do cansaço, essa poluição sonora provoca um tremendo mal-estar, sem que a maioria perceba de onde vem. Inquietas, as pessoas acabam se movimentando, falando e ouvindo mais música alta (ou vídeos) na tentativa de “matar” aquela sensação de… silêncio e solidão. Opa, calma!

Silêncio e solidão não andam necessariamente juntos, ao contrário: quando estamos em silêncio coisas muito boas e inesperadas acontecem – tais como: um agradável encontro com nossa própria pessoa e alma, que tantas vezes empurramos para trás na fila das prioridades, mas que continuam ali, em pé, resistindo bravamente, embora um tanto enfraquecidas e cansadas, mas ainda cheias de desejos e sonhos.

Sonhe e realize – pois o silêncio oferece várias vantagens para o bem-estar físico e mental. A maior delas é proporcionar momentos de tranquilidade, permitindo-nos relaxar e recarregar as energias. Além disso, o silêncio potencializa e favorece a concentração, melhorando a produtividade e a capacidade de aprendizado.

No entanto, uma das maiores vantagens do silêncio é que ele nos ajuda a compreender melhor nossos pensamentos e emoções e, com isso podemos filtrar o que interessa (ou não) a curto e médio prazo – e melhorar muito nosso dia a dia.

O silêncio propicia o fortalecimento dos laços interpessoais, o que facilita a comunicação não verbal, a empatia e os olhares! Ah, quanta coisa é possível falar através de um olhar silencioso e atento!

Através do silêncio, podemos nos conectar com a natureza e apreciar os pequenos detalhes do mundo ao nosso redor. Integrá-lo à nossa rotina diária com pequenas alegrias que podem ser benéficas para a nossa saúde física e mental.

Para se ter uma ideia do quanto ele é importante, separei aqui um trecho de um post que rodou esses dias na internet orientando as pessoas quanto a momentos em que é muito mais eficiente (e aconselhável) ficarmos quietos do que tentar falar algo.

Quando alguém está explicando seus sentimentos – escute e fique quieto. Aqui o importante é ouvir e jamais, jamais mesmo emitir opinião. Apenas manifeste seu apoio.

Quando todos falam ao mesmo tempo – cale-se e não desperdice energia, pois estão concentrados em “se fazer ouvir” e não no que você vai dizer.

Quando te interrompem – e não te deixam concluir. Esqueça: nesse momento já não estão ouvindo mesmo…

Quando você precisa de uma resposta – ouça em silêncio e ela chegará mais rápido e com muito mais clareza.

Vivendo um momento maravilhoso – não se preocupe em postar, compartilhar com a melhor amiga ou quem for – desfrute em silêncio!

Como veem, não à toa temos o sábio provérbio “se falar é prata, o silêncio é ouro” Pessoalmente acrescentaria que “valorizar é saber desfrutá-lo, é um diamante bruto”.