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Mercado de trabalho: pós 2020

Trabalhadores tem que ter conhecimento técnico para buscar uma vaga, mas também precisarão desenvolver suas capacidades pessoais. Para quem já está empregado, será necessário se requalificar, e a maioria das empresas das empresas teria que disponibilizar não só requalificação, mas também qualificação para seus funcionários.

Cabe também as empresas: fornecer redes de segurança mais fortes para os trabalhadores presenciais; melhorar os sistemas de educação e treinamento e criar incentivos.

E quais habilidades devemos ter para nos tornarmos ou nos mantermos competitivos no mercado de trabalho?

Pensamento analítico e inovação; solução de problemas complexos; análise e pensamento crítico; criatividade, originalidade e iniciativa; argumentação, solução de problemas e concepção de ideias; constante aprendizado, resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade; liderança e influência social; uso, monitoramento e controle da tecnologia; e design de tecnologia e programação.

Muita coisa, concordo. Por isso, além de focar no desenvolvimento de habilidades pessoais, é preciso estar antenado com novas tecnologias. O que não é só de hoje, para falar a verdade.

Acredito que o Home Office irá continuar, porque hoje o que as empresas buscam é a produtividade e não a carga horária, assim o trabalhador poderá gerenciar o seu próprio tempo e entregar um trabalho bem-feito.

Resumindo: preparem-se, estejam abertos para o novo, invistam em vocês mesmos. Essa crise deixou marcas e modificou muita coisa: por que você não pode fazer o mesmo  – e para melhor?

 




Propósito ou legado?

A mãe de Helena, que trabalhou comigo durante mais de 25 anos, soube fazer isto. E hoje, toda a família se beneficia de seu legado. Que não foi pouca coisa, veja só.

Ela era uma mulher de poucas posses, mas de cabeça muito boa e sabia bem o que queria. Teve quatro filhas mulheres (não sei se teve homens, conheci apenas as mulheres). Durante sua vida juntou tudo o que pode para comprar um terreno espaçoso no bairro onde morava e lá construiu sua casa.

Não foi pouco sacrifício: em uma época em que o país não reconhecia o serviço doméstico, sair do aluguel e dar, não apenas estudo, mas alguns cursos extras para as meninas como datilografia, demandava foco, e muita economia.

Não a conheci, mas sempre dizia a Helena (que regula comigo em idade) que, a julgar pela filha, a mãe devia ser muito especial. E era: ao morrer, deixou para as quatro filhas, o terreno – que como disse era espaçoso o suficiente para que as 4 construíssem ali suas casas, com um quintal comum e um bom espaço para criar as respectivas famílias.

As filhas aprenderam um pouco de tudo: cozinham, costuram, mas, principalmente, entenderam a importância do espírito de união, valores familiares e lealdade. O legado da mãe lhes permitiu que criassem seus filhos com um certo conforto e juntos, uns tomando conta de outros. Assim, até hoje, a família conta com uma invejável rede de apoio entre primos e sobrinhos. Como se vê, o legado da mãe de Helena foi muito além do terreno espaçoso.

No tempo que esteve em casa comigo, Helena contava como andava a vida dos 3 filhos – que, criou, seguindo o exemplo da mãe, com pulso firme, amor e cabeça no lugar. A filha, Paula, veio me assessorar no escritório, quando eu não dava conta de escrever e viajar com palestras – e aqui ficou 17 anos.

Hoje, os filhos (todos com profissões definidas e carro próprio) também tiveram a vida virada do avesso pela pandemia como muita gente. Mas contam uns com os outros. Com o legado de valores deixado pela avó e pela mãe, estão conseguindo atravessar o tsunami.

Helena, aposentada, cedeu sua casa – grande e mais confortável para Paula, que, por sua vez cedeu a sua, menor, para a filha Ágata, que acabou de se casar. E Helena, mora com Paula, pois a alegria da vida dela é a neta Manoela.

A vida da família pode não ser um mar de rosas, (e a de quem é?) mas há uma serenidade que permeia o humor de todos eles, que é extremamente reconfortante. Sem dúvida mais um legado da matriarca. O que me leva a querer colocar, como propósito, estabelecer e deixar um legado – bora tentar?




Informação não é Conhecimento

Ora, informação – inclusive as falsas, é coisa fácil e barata. Já, o conhecimento requer anos de estudos, questionamentos, pesquisa, vivência e experiências…

Informe-se, mas pesquise – e estude o que achar interessante. O verdadeiro conhecimento não se origina no grupo de “zap”, mas na experiência (ou estudo, ou pesquisa) repetida, compartilhada, questionada e colocada a prova – até ser finalmente comprovada.

 

O conhecimento maravilha-se com os detalhes, os percalços – que podem ser superados (ainda que muitas vezes com dificuldade). Não se detém diante da dúvida, insiste até encontrar uma resposta satisfatória.  Ou várias respostas. Que podem levar a mais estudo, mais pesquisa, mais conhecimento.

É diferente da atual ignorância arrogante que acredita saber algo por decorar um par de fórmulas, dados ou fatos. Essa moda preguiçosa e perigosa que nos “encaminha” incontáveis pesquisas, vídeos com declarações, frases prontas e textos atribuídos a esse ou aquele filósofo, ou celebridade. E já te cobra uma “posição” apenas pelo fato de existir o tal vídeo, texto ou frase…

E eu com a frase? Existem outras! Ou com a declaração da fofa da hora ou do craque? Por que se contentar com apenas 2 “lados” ou opiniões se podemos ter inúmeros?

Nunca entendi essa mania de querer obrigar o mundo (ou a turma) a pensar igualzinho. Isso emburrece – para dizer o mínimo – além de estreitar horizontes. E torna a vida infinitamente monótona por previsível.

Já a diversidade, tudo o que é multi me encanta: é como viver em um caleidoscópio onde, dependendo do momento, da posição ou da conveniência podemos olhar mais para cá ou mais para lá e nos surpreender com os desenhos coloridos, sempre perfeitos e harmônicos.  Sim, me encanta tudo que é multi. Tudo o que oferece mais do que 1 ou 2.

É preciso ser generoso conosco vida afora.  O tempo passa e a vida pode mudar em um segundo. Por que devemos vive-la dentro de caixas criadas por um aplicativo?  Ou com crenças e crendices sem comprovação, na base do “ouvir dizer?”

Isso funciona para histórias e lendas folclóricas, mas, para a nossa vida – e alma, que se alimenta de sentimentos e valores – há que não ter preguiça. Devemos não apenas procurar, mas processar e acrescentar outras informações, ideias, opiniões. Que mal há?

Mas aí é que a coisa pega. Vivemos a onda da preguiça e da informação rápida, rasa e não checada. Aí não dá. O multi, o poli, o rico e o generoso não aceitam preguiça.  Fortalece-se com o movimento e não com mentes paralisadas ou binárias.

“Só sei que nada sei” – não à toa, essa frase foi dita por um dos grandes sábios da humanidade. (Alguém se anima a pesquisar quem foi?). Pois é: quanto mais conhecimento temos, mais percebemos o quanto falta.

Aprofunde o olhar, provoque e sugira novos horizontes, novos destinos, novas questões. Aí sim, teremos a informação que se equipara a poder e influência – e que, verdadeiramente agrega e transforma.




A Real idade

Há mais de 10 anos, comecei a falar sobre a beleza de cabelos brancos – quando chegavam a essa cor naturalmente. Na época, divagava: dizia que a aparência fica mais leve, o prata empresta brilho e que o grisalho, na tonalidade certa confere uma certa respeitabilidade – tanto para homens quanto para mulheres.

Mature woman with hand on chin

Não estava fazendo média: sou a única morena com cabelos escuros de uma família de loiros de olhos claros: a vida inteira quis saber como seria ter reflexos brilhantes.

Durante a pandemia, como muitas mulheres, fui deixando de tingir os cabelos – até que um belo dia, percebi uma grande mecha branca, que brilhava no espelho pela manhã assim que eu o encarava…

Gostei. Hoje a cabeça está toda prateada com uma mecha branca acentuada. E eu feliz. Há dias que acordo mais cansada e me acho abatida, masssss… se estivesse de cabelos escuros estaria igualmente pálida e com as mesmas olheiras .

O prata me devolveu uma identidade que estava escondida: a da minha real idade. Sim, era bom ouvir de todos que eu parecia 10 mais jovem que meus 62 anos. Mas meu espírito anda neurastênico e impaciente – mais até do que minha mãe, impávida aos 91.

Talvez por esse motivo não me importe quando as pessoas (na verdade, apenas a patrulha familiar) me pedem insistentemente para voltar a escurecer os cabelos alegando que “envelhece.”

Envelhecer é proibido –no Brasil poucos respeitam a idade massssss , não é por isso que devemos fugir da palavra e do conceito como o diabo da cruz.

Chega a ser patético: sou a terceira filha de 4 irmãos. Meu irmã  e minha irmã – 2 e 4 anos mais velhos respectivamente – são os mais indignados com meu novo visual. Todos os Domingos, no almoço familiar, dizem que estou horrorosa que isso envelhece e coisa e tal. Até que um dia deixaram escapar: “essa cabeça branca está entregando a nossa idade” Oi?!  E eu com  “a nossa idade” cara pálida?

Percebem o ridículo? Fiz iuma pesquisa entre os 80 mil seguidores para provar a eles que a maioria aprovava a mudança e que era uma questão de EU sentir-me mais confortável, pois essa aparência me representa nesse momento. Ainda que nela eu pareça mais velha…

Bingo! Apenas 20% preferiam os cabelos escuros. Onde, caro leitor está escrito que, aos 62 anos, com experiência de 62 anos (45 deles no batente), coluna de 62 anos e espírito momentaneamente combalido de 102 anos, eu devo parecer jovem?

Qual a vantagem de me debater para parecer um arremedo do que fui aos 18 anos – se estou me sentindo bem e confortável com essa aparência?

Tá achando o papo fútil? Eu também achava: até perceber o quanto me fez bem voltar a me encontrar com a Claudia verdadeira – que está batendo um bolão – e hoje não trocaria pela mais jovem.

Detalhe: o marido, ítalo brasileiro, sem papas na língua, respeitosamente não se pronunciou. Convivendo juntos há 33 anos, acho bom sinal. Portanto, viva a Real idade! O resto é detalhe.




Hospitalidade e Superficialidade

Já falamos aqui sobre jantares, reuniões  e aniversários. Masss…. hospedar e receber alguém em casa hoje adquire uma conotação diferente.

Sim, pois, se antes enchíamos nossos hóspedes de mimos e víamos verdadeiras cenografias em redes sociais mostrando quartos de hóspedes ou jantares de boas-vindas, a palavra de ordem agora é outra.

Estamos falando de acolhimento – que é diferente do festival de superficialidade que ameaçava virar moda – e que em nada contribui para o verdadeiro objetivo do encontro.

O Acolhimento envolve o outro em uma bolha de afeto, percebido, mais através de gestos e palavras do que com excesso de objetos e firulas pseudo decorativas. E nem é tão difícil de exercitar.

Palavras contam – deixe claro por palavras – além do fato de estar recebendo a pessoa em sua casa – o prazer que a presença deles lhe causa. Tom de voz e sorriso são poderosos e tem mais impacto do que se imagina.

Sinais de confiança – em um momento em que todos desconfiam de tudo, um gesto como entregar a cópia da chave de sua casa ou confiar seus filhos para que a pessoa ajude na rotina da casa ajuda fazer com que se sinta “parte da família” e, portanto, bem-vinda.

Além da casa  – muita gente de preocupa em deixar o hospede confortável e enfeitar seu quarto. Até aí beleza. Mas é importante lembrar de situar a pessoa (caso seja de outra cidade) quanto aos melhores serviços da proximidade. Uma lista com nomes e contatos basta. E não, não é o mesmo do que acionar o Google Maps: estamos falando de identificar o que é bom, o que evitar e indicar o que pode ser da preferência deles. A pessoa não se sente “transplantada” e sente que estão  pensando nela de fato.

Leveza na atitude –  faz muita diferença na forma como flui o encontro/estada da pessoa. Os grandes anfitriões, sem dúvida planejam detalhes da hospedagem, mas, durante a própria, fazem tudo parecer extremamente fácil e casual. Esse é o segredo, portanto, não encane com a perfeição. Se der para ser impecável, ótimo, mas não é só isso que importa. Evite posturas rígidas como declarações das regras dessa casa”.  É mais simpático explicar de forma coloquial  “como nos acostumamos a fazer” seja lá o que for ou ainda  “aqui preferimos”  isso ou aquilo…

Sem ostentação  –  caprichar é ótimo, mas, se for demais, constrange pelo excesso. É claro que queremos mostrar tudo do melhor, mas, se não parecer verdadeiro acaba criando uma trava geral: na família, que saiu demais da sua rotina, e do hóspede que percebe e se sente responsável pelo transtorno.

Acolher significa receber e incorporar ao seu meio. Se quiser fazer isso com beleza e elegância, comece por transformar seu cotidiano em uma realidade amigável e alegre. Dessa forma, qualquer hóspede, seja ele temporário ou mais permanente será contagiado por esses sentimentos – e você sem perceber, proporcionará uma experiência preciosa!