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Christian Dior: O Gênio por Trás do “New Look”

O estilista francês revolucionou a moda em 1947 com o icônico “New Look”, um estilo que marcou a retomada da feminilidade exuberante após a Segunda Guerra Mundial. Com cinturas marcadas, saias volumosas e tecidos luxuosos, Dior trouxe de volta o glamour, afastando-se da austeridade da época. Seu impacto foi imediato, redefinindo o papel da mulher na sociedade e consolidando Paris como a capital mundial da alta-costura.

A Revolução do New Look – foi mais do que uma inovação estética; tornou-se um marco na história da moda. Elementos como cinturas ajustadas e saias rodadas já haviam surgido antes, mas Dior os reinterpretou com sofisticação e ousadia. Ele ousou nos volumes, nos tecidos luxuosos e nos detalhes brilhantes, transmitindo fartura e otimismo – essenciais para um período de reconstrução global.

A aceitação estrondosa – a mídia da época transformou Dior em um ícone, ofuscando figuras como Madeleine Vionnet e Elsa Schiaparelli. Seu sucesso não veio apenas da visão artística, mas também de uma estratégia para revitalizar a moda e restaurar o prestígio da alta-costura francesa, enfraquecida pelos anos de guerra.

Seu Legado e a Moda Atual – Dior não apenas redefiniu a moda dos anos 1950, mas também deixou um legado que influencia designers contemporâneos. Sua casa de moda, liderada por nomes como Yves Saint Laurent e John Galliano, continua reinterpretando sua estética de maneira moderna. Hoje, a busca pelo equilíbrio entre feminilidade e empoderamento reflete o DNA da marca com um olhar atualizado.

A opulência e o glamour do “New Look” ainda encontram espaço na moda atual. Designers continuam a se inspirar no estilo de Dior, adaptando-o às demandas modernas, onde luxo e sustentabilidade coexistem.

O impacto de Christian Dior transcende décadas, provando que sua visão não foi apenas um reflexo de seu tempo, mas uma revolução que continua a inspirar a moda global. O “New Look” nasceu para um mundo pós-guerra, mas sua essência permanece viva nas passarelas e no street style contemporâneo.




Parabéns pelos 471 anos de São Paulo

Fundada em 25 de janeiro de 1554, a partir de um simples colégio jesuíta, cresceu para se tornar uma das maiores metrópoles do mundo – na verdade a segunda maior. Sua trajetória reflete não apenas poder econômico, mas também imensa riqueza cultural faz do cotidiano paulistano uma experiência  única.

Para viver em São Paulo é preciso saber navegar pelos múltiplos universos que aqui coexistem em perfeita harmonia. A etiqueta paulistana, assim como a cidade, é diversa e flexível, adaptando-se a diferentes cenários sociais, culturais e profissionais.

No ambiente de negócios, por exemplo, pontualidade e profissionalismo são marcas fundamentais. Os paulistanos valorizam seu tempo, e atrasos podem ser interpretados como falta de respeito. Já nas interações sociais, a diversidade cultural pede atenção às diferenças e uma postura mais aberta. Em uma mesa de jantar, você pode encontrar tradições italianas, japonesas, árabes e brasileiras, e saber respeitar essas nuances (e muitas vezes a fusão dessas culturas) é uma lição de etiqueta essencial.

Também ensina a importância de se mover com respeito e educação em meio à correria do dia a dia. Ser gentil e cortês, mesmo em meio ao trânsito caótico ou nas filas de restaurantes e eventos, faz toda a diferença. O paulistano preza pelo respeito ao espaço público e ao próximo, e isso se reflete em pequenos gestos, como dar passagem ou agradecer em situações cotidianas.

Sampa é um exemplo de convivência entre o novo e o tradicional, o formal e o informal, sempre exigindo equilíbrio e bom senso em todas as interações. A cidade, que acolhe pessoas de todos os cantos do mundo, nos lembra que etiqueta é mais do que regras fixas: é saber adaptar o comportamento e interações a cada contexto, sempre com respeito e consideração e, principalmente, criatividade – aliás, outra marca da cidade.

Apenas em São Paulo você encontra, por exemplo, um restaurante nordestino no coração do bairro japonês, com proprietários nisseis que servem as mesas falando alto e gesticulando como italianos! E, duas casas adiante, italianos comendo kibes, ou grupos de amigos judeus com libaneses (a maior colônia de imigrantes do Brasil com mais árabes do que a população do Líbano) degustando sushis.

Caetano Veloso imortalizou a cidade com sua música “Sampa”, pois percebeu a elegância discreta de suas meninas e esquinas, e entendeu que é um lugar onde culturas se encontram, e a verdadeira elegância está em saber transitar por essa multiplicidade com empatia e urbanidade. Que seus 471 anos inspirem ainda mais respeito e harmonia em meio à diversidade!




Como Enfrentar o Ódio, de Felipe Neto

Nas redes sociais, nas resenhas ou até nas notícias, a intolerância virou rotina. Nesse cenário turbulento Felipe Neto, um dos maiores influenciadores do Brasil, decidiu lançar o livro “Como Enfrentar o Ódio”.

Não é só um livro para desabafar sobre os haters que ele colecionou ao longo dos anos: Felipe vai além e nos convida a pensar sobre a raiz desse ódio crescente e, claro, como podemos fazer para não ser engolido por ele.

Quando lançou o livro, Felipe Neto já estava no topo da influência digital no Brasil, falando abertamente sobre política, comportamento e o que mais estivesse pegando fogo no momento. Ele não apenas compartilha as porradas que levou (e ainda leva) nas redes sociais, mas estende o debate para uma discussão bem mais ampla: como o ódio online está afetando todos nós?

O livro vem em um momento de alta tensão política no Brasil. O país estava dividido entre extremos (especialmente durante o governo Bolsonaro) quando as diferenças políticas pareciam aumentar o uso de discursos inflamados. 

Felipe, que nunca fugiu de polêmicas, aproveitou essa brecha para provocar uma reflexão importante: como estamos lidando com tudo isso?

O mais interessante é que, no livro, apesar de abordar política, Felipe não está defendendo um partido ou bandeira específica.  Ele quer falar de algo maior: como o ambiente político, principalmente quando polarizado, incentiva a intolerância. 

E acerta ao dizer que esse ódio está longe de ser só brasileiro. Nos Estados Unidos, com Trump, vimos a mesma coisa — pessoas se atacando, principalmente nas redes sociais. Toca também num ponto relevante: o papel das plataformas digitais. Ele critica como Facebook, Twitter (nunca vou chamar de X) e Instagram nem sempre conseguem (ou querem) controlar a disseminação de ódio.

As redes, que deveriam ser ambientes de debate saudável, acabam virando campos de batalha.

O livro não é só baseado em sua vivência. Ele traz várias referências de peso, como a psicóloga Sherry Turkle, que fala sobre a desconexão emocional causada pela tecnologia, e Jonathan Haidt, que estuda como as redes sociais influenciam nossa saúde mental e comportamento.  Esses estudos ajudam a entender como o ódio cresce e se espalha nesse ambiente digital.

Um ponto forte do livro é quando Felipe fala sobre a desumanização. Ou seja, como nos esquecemos que, do outro lado da tela, tem uma pessoa real, com sentimentos e vida própria. Essa desconexão facilita que a gente xingue, ataque e espalhe ódio sem pensar nas consequências. Para ele, esse é o núcleo do problema: a falta de empatia.

Trazendo isso para o cenário atual : Ano passado tivemos eleições para prefeito, e agora, toda vez que a política entra em cena, o debate se transforma numa verdadeira guerra.  Candidatos e eleitores se dividem em extremos, e o discurso de ódio, infelizmente, é uma das ferramentas mais usadas para desqualificar o adversário. Os debates foram uma verdadeira palhaçada e alguns viraram caso de polícia. Olha onde chegamos!

O livro, nos dá um alerta importante: não podemos cair nesse jogo. Ele reforça que a chave para enfrentar o ódio é encontrar um equilíbrio entre empatia e ação. Não dá para simplesmente ignorar ou fugir desse problema. Temos que ser parte da mudança, promovendo discussões mais conscientes e responsáveis, seja nas redes ou nas conversas do dia a dia.

O recado final é claro: se queremos um ambiente mais saudável, seja na internet ou na vida real, o combate ao ódio começa com cada um de nós. E, como Felipe conclui, essa mudança é urgente!




A história das bebidas e seus costumes regionais

Das mais antigas como vinho e cerveja até as modernas bebidas energéticas, elas refletem as transformações culturais e tecnológicas que moldaram nossas sociedades.

As primeiras bebidas alcoólicas surgiram de fermentações naturais. Vinho e cerveja, por exemplo, estão na nossa história há milênios:

Cerveja – surgiu por volta de 7.000 a.C. na Mesopotâmia e no Egito, naquela época era bem diferente da que conhecemos hoje – mais espessa e consumida com canudinhos para evitar os resíduos que ficavam no fundo.

Vinho – embora mais associado a Itália e França, existem indícios de produção de vinho na Geórgia e na Irã, desde em 6.000 A.C.! E foi parte fundamental das culturas mediterrâneas antigas, como na Grécia e Roma.

Hidromel – uma bebida doce feita de mel fermentado, consumida por civilizações como os vikings e gregos antigos. Ainda existe, vocês já experimentaram?

O Ponto de virada –  foi com , que começou no século VIII no mundo árabe, criando o que se chamava “aqua vitae” (água da vida), usada principalmente para fins medicinais e mudou a história das bebidas quando se descobriu que também era possível produzir bebidas alcoólicas com ela. Foi quando surgiram:

Conhaque (Brandy) – na França no século XV, sendo uma destilação do vinho.

Uísque – originado na Irlanda e Escócia, também no século XV, destilado de cereais fermentados.

Rum – feito nas colônias do Caribe no século XVII, a partir da cana-de-açúcar.

Vodka – vem da Rússia e Polônia e começou a ser destilada no século XV.

Bebidas populares sem álcool –  foi apenas nos séculos XVI a XVIII, que algumas das bebidas mais queridas hoje começaram a se popularizar com o comércio global, por exemplo:

Café – embora originário da Etiópia, o café se popularizou no mundo árabe no século XV e depois chegou à Europa no século XVII, onde logo surgiram as famosas casas de café.

Chá – trazido da China pelos portugueses no século XVI, o chá conquistou os ingleses, que o tornaram um ícone cultural no século XVIII.

Chocolate Quente – introduzido na Europa pelos espanhóis após a conquista das Américas, o chocolate quente virou uma bebida de elite no século XVII.

O século XIX trouxe bebidas com gás e o início da cultura dos refrigerantes:

Gaseificadas – no século XVIII, o químico Joseph Priestley descobriu como adicionar gás à água, e no século XIX as bebidas gaseificadas começaram a ser vendidas.

Foi o início da popularização dos refrigerantes – bebidas como Coca-Cola e Pepsi surgiram no fim do século XIX como tônicos medicinais e logo viraram sucesso mundial.

Com a evolução da tecnologia e da globalização, os últimos dois séculos viram uma explosão de novas bebidas: energéticos, águas saborizadas, sucos industrializados e coquetéis sofisticados viraram parte do nosso dia a dia. Sabores mais sutis e misturas requintadas hoje fazem parte do conhecimento básico de qualquer barman.

A história das bebidas acompanha a nossa própria história, refletindo os avanços, descobertas e trocas culturais ao longo dos séculos. Cada gole conta um pouco do nosso passado e das tradições regionais que moldaram o que bebemos hoje.




Fahrenheit 451, Ray Bradbury

Escrito por Ray Bradbury  em 1953, Fahrenheit 451 é uma da ficção distópica que continua atual. Situado em uma sociedade onde livros são proibidos e queimados, o livro aborda temas como censura, superficialidade e a busca pela felicidade – onde já  ouvimos falar sobre isso?…

No auge da Guerra Fria, Bradbury vê o medo e o controle em torno do comunismo, especialmente durante o macartismo (de 1950 a 1957, milhares de americanos foram acusados de serem comunistas ou simpatizantes e tornaram-se objetos de agressivas investigações abertas pelo governo o indústrias privadas. A censura e a repressão de ideias eram comuns). A história da obra reflete essa preocupação, mostrando uma sociedade onde o conhecimento é suprimido para manter uma falsa “paz social”.

No livro, as pessoas vivem alienadas, imersas em distrações tecnológicas e entretenimento superficial, sem espaço para reflexão – para mim, “temidas telas infinitas”. O protagonista, Guy Montag, um bombeiro que queima livros – não deveria apagar? -, questiona a utilidade de sua função e descobre que o conhecimento é essencial para uma vida plena e significativa. Bradbury nos leva a pensar sobre o valor do pensamento crítico e o perigo de uma sociedade que rejeita o conhecimento em favor do entretenimento vazio.

Um dos temas centrais de Fahrenheit 451 é a busca incessante por felicidade. Na história, as pessoas acreditam que estão felizes porque estão sempre ocupadas com distrações, mas na verdade, estão vazias. Montag percebe que a felicidade verdadeira só pode ser encontrada por meio da reflexão e do autoconhecimento – algo que muitas vezes sacrificamos no mundo moderno, cheio de notificações e entretenimento instantâneo. Ou até mesmo do ócio, aquele tempo sozinho, sem fazer nada, absolutamente nada.

Hoje, embora não queimemos livros, enfrentamos uma forma diferente de censura. A autocensura e o consumo superficial de conteúdo, sejam por meio de redes sociais ou entretenimento rápido, nos afastam de discussões profundas. A busca por satisfação imediata muitas vezes nos impede de refletir sobre o que realmente nos faz felizes, assim como na sociedade distópica do livro.

No final, Bradbury nos alerta sobre os perigos de uma vida superficial. O conhecimento e a reflexão são fundamentais para nossa liberdade e felicidade verdadeira. Em tempos de hiper conectividade e distrações constantes, Fahrenheit 451 nos lembra de que precisamos parar, pensar e valorizar o que realmente importa: o pensamento crítico e o conhecimento profundo.