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Slow Fashion: mais do que um conceito, o futuro

E antes que você diga que é mais um modismo, calma: muito além do rótulo, o movimento traz um conceito que pode ser a salvação de muita gente que, nas últimas décadas, se entregou ao consumismo desenfreado e acabou caindo em inúmeras armadilhas – inclusive psicológicas.

O conceito – desacelerar o ritmo em que as roupas são confeccionadas e consumidas, gerando peças menos perecíveis e, dessa forma, reduzindo o lixo e o impacto no meio ambiente. Não é frescura – e faz muito sentido, mais ainda se pensarmos que, nos últimos 10 anos, a quantidade de roupas produzida no mundo DOBROU!!! De toda essa roupa, quase nada é reciclado: 87% das fibras produzidas acabam incineradas em aterros sanitários!

Na década de 80, tudo nos chegava com a defasagem de 3 meses da Europa, de onde a moda se espalhava para o mundo.

Com o tempo, os lançamentos aconteciam a cada 3 meses, depois 2 e, finalmente, nos últimos anos, o tempo todo – com vendas feitas online, ou no próprio dia do desfile, com uma arara no sistemaby now”.

Era o reinado da fast fashion: barata, ágil e democrática. Por algum tempo, até mesmo as madames endinheiradas aderiram, afinal, era divertido comprar baratinho e variar peças o tempo todo.

Preço, qualidade e quantidade – o ritmo era alucinante e a concorrência beirando a deslealdade. Assim começam uma série falsos conceitos que, por sua vez, geraram grande confusão de identidade e um boom de consumo, com uma indesejável e jamais vista ostentação.

Convencionou-se dizer que a alta costura, oposto da fast fashion é cara – e que a fast fashion seria barata. Os estilistas e marcas alegavam uma qualidade e durabilidade superior para justificar seus preços, enquanto a moda express, por ser mais barata era considerada de baixa durabilidade.

Nem uma coisa nem outra. Com o tempo as grifes caras começaram a produzir na China, nos mesmos polos que originavam as peças fast baratinhas. Resultado: peças de grife vendidas a preço de ouro performavam no guarda-roupa de maneira sofrível, muitas vezes durando menos, encolhendo e desbotando de forma que suas primas pobres jamais haviam feito. Pois é: na indústria da moda, caro, nem sempre quer dizer bom. Nem belo ou durável.

 

O desafio slow fashion – hoje a meta é fidelizar clientes e provar que vale a pena pagar um pouco mais e contribuir para um bem maior – além de adquirir peças mais sustentáveis. Embora vendam bem pelos sites, as lojas físicas são essenciais, pois é importante que os clientes sintam o toque, experimentem e comparem caimentos e texturas, uma vez que são peças atemporais.

O principal é aprender a consumir menos, melhor, com mais consciência e focar mais na essência e conceito e não na quantidade. A ideia não é dividir por coleções – e sim por itens duráveis, básicos e atemporais que durem e interajam com outros.




Como fazer para resgatar suas roupas de inverno

 

Quando isso acontece, leva um certo tempo para que elas adquiram o trato necessário e  a gente acaba saindo na rua com aspecto descuidado. Por isso preparamos essas dicas para resgatar  suas roupas para os meses mais frios. É fácil e econômico!

Primeiro passo – separe as malhas de lã ou lã mista: casaquinhos, cardigãs e valem também jaquetas e casacos de couro. Veja quais você vai usar  – e deixe de lado os que não usou no inverno passado nem no anterior.

 Examine com calma – coloque as peças perto da luz, e com muita calma veja quais estão com bolinhas e/ou fiapos grudados. Proceda sem pressa a uma limpeza cuidadosa eliminando as bolinhas e fiapos com uma lâmina afiada ou pente especial para isso.

 Banho perfumado –feito isso deixe de molho em um sabão próprio com amaciante para fiquem macias e cheirosas e soltem o resto de resíduos que por acaso ainda estejam presos a trama.

Novo visual – como o ano é de crise, nada de pensar em comprar novos casacos para um inverno curto e instável: monte novas produções com o que você já tem.

Para isso, reserve um outro dia, quando suas roupas já estiverem devidamente limpas e recuperadas e escolha algumas peças para montar uma nova produção com acessórios descolados.

 

 

Xales e pashminas – podem ser complementos que fazem a maior diferença no seu visual. Divirta-se montando novo visual para suas peças devidamente resgatadas e agora arrumadas por cor e em ordem no guarda roupa de forma a ficar mais “a mão”..

Broches: super em alta – e quem disse que ficam bem apenas em lapelas? Que tal usar como fecho de xales, cachecóis ou mesmo complementando um cardigã de caimento mole?

Para quem precisa – doe todos os itens que você está na dúvida ou que não tenham sido usados no último ano. Coloque em uma sacola e faça essa energia circular: você vai se espantar como esse gesto pode fazer diferença.

Tá achando que viajei? Pois arregace as mangas e faça sua limpeza – e depois me conte!




Você se casaria com um vestido de noiva preto?

JOSÉ COELHO/LUSA

Na região do Porto ainda é mantida a tradição das noivas vestidas com lindos modelos em preto. Neste, um estilista local criou um vestido de noiva inspirado no traje de Viana do Castelo, com 70 mil cristais Swarowski e 50 metros de seda. O traje  levou 900 horas para ser confeccionado que está avaliado em 38 mil euros (aproximadamente R$120.000,00).

Moça de cabelos presos vestida com um vestido de mangas longas preto e véu curto branco segura ramo de flores. O cabelo castanho claro está preso e ela usa muitos colares dourados que praticamente cobrem todo o seu colo

As noivas do Minho (nome da região) vestem-se de preto, mas não deixam por menos e capricham muito nos acessórios: dourados e numerosos para iluminar a fisionomia em um dia tão especial.

Não faltam adereços e itens carregados de simbologia e, diferentemente do costume vigente no resto do mundo, as madrinhas podem sim, usar a mesma cor e até vestidos semelhantes.

E aí se inspirou? Confesso que antes de me casar, eu sonhava com um vestido lilás, cor de lavanda. Mas na hora de escolher, acabei optando por um creme. Hoje talvez ousasse mais: afinal a combinação do preto branco e dourado é linda – além de muito elegante…

 




No novo emprego – a aparência a seu favor

Namoradeira-looks-trab2 Antes que seus novos colegas conheçam suas qualidades profissionais, a sua maneira de se expressar visualmente é que vai contar um pouco a sua história.

Primeiro cuidado: tente adequar a roupa ao tipo de ocupação que vai exercer. Se puder, informe-se sobre o perfil da empresa e, na medida do possível, observe quem já trabalha lá para não se sentir fora do contexto.

Conforto é importante – entre estrear uma roupa novinha e usar uma tipo curinga, na qual você se sente bem, prefira a segunda. Você estará mais confiante e vai refletir isso nesse momento.

Não invente: nem pense em experimentar corte novo de cabelos, fazer luzes, descolorir ou modernizar o visual. Se fizer isso na véspera do dia D, e não der certo, não haverá tempo de reverter a situação. É um estresse desnecessário, do qual você não precisa, certo?

Piercing – se você usa, tire. Pelo menos no início. Acredite: muita gente morre de aflição e não consegue olhar para um sujeito com a pálpebra, orelha ou língua furada com um objeto pendente atravessando a carne.

Para quê afastar as pessoas logo de cara com um detalhe bobo como esse?

Não exagere – seus novos colegas podem se intimidar com tanto apuro ainda que você estiver super elegante. Parece bobagem, mas acontece. Não há necessidade de extrapolar nos detalhes ou ousadia na combinação de estampas e cores.

Da mesma forma que não é o caso de você “desaparecer” usando uma roupa super neutra que não te enfeite…

O importante é imprimir no seu visual um toque da sua personalidade. E isso, só você poderá fazer de acordo com o seu temperamento.

Não é casamento nem expedição – se sentir que estiver ou com algo a mais, tire. Isso vale para anéis de formatura, correntes, boné, chaveiros e celulares pendurados na cintura, óculos ou outros objetos nos bolsos do paletó etc. Quanto mais limpa a aparência, melhor

Fale mais sobre ideias do que sobre pessoas – É isso aí. Evite mencionar muitos nomes e contar em detalhes a vida de conhecidos comuns ou personagens do mercado. Nesse momento não vem ao caso, além de entrar no terreno da fofoca.

Chegue adiantada/o. Nem que seja para fazer uma horinha no saguão do prédio. É melhor do que descer do elevador esbaforido e chegar arrumando os cabelos e ajeitando a gravata.

Chegar cedo vai ajudá-lo a se “aclimatar” ao local e lhe dará uma tranquilidade extra, pode acreditar.

 

 

 




Jeans, Puristas e Consumistas

Tomemos como exemplo o Jeans – que surgiu no século XIX, usada pelos trabalhadores das minas nos EUA. Em pouco tempo as calças em denim grosso, ora adotadas pelos trabalhadores rurais em geral e, em meados do século XX eram o uniforme obrigatório de toda uma juventude rebelde e louca para se fazer notar pela irreverência.

Em pouco tempo a moda ganhou o mundo e uma infinidade de variações: os tecidos podiam ser misturados a lycra, eram coloridos em muitas tonalidades  de azul e também algumas cores, lavados, stonados, rasgados, com anarruga… Enfim, valia tudo desde que pudéssemos continuar nesse conforto e versatilidade afinal, o jeans podia ser usado por jovens, velhos, gordos, magros, ricos e pobres.

E para completar os preços também eram superacessíveis, desde os mais populares (porém de boa qualidade e duráveis) até os caros de grife para quem pode…

Duquesa de Cambridge, quebrando o tabu na realeza britânica, ao tomar vacina.

Na década de 80, o jeans no Brasil ganhou status: chegamos a ter  grifes que carregavam na ostentação – afinal era a década do brilho: as calças tinham strass, tachinhas, pedrinhas, miçangas e eram usadas com sapatos de verniz e saltos altos. E muitos ainda acrescentavam uma meia soquete de lurex para dançar á noite…

Estado Bruto – esgotadas as possibilidades de variações, em algum momento, um purista resolveu que o jeans estava prejudicando a natureza com tantas lavagens (e está mesmo, posto que a indústria  é poderosa e imensa) e que agora vale muito mais o jeans feito com “Denim orgânico’. Isto significa que o denim é 100% algodão.

Beleza. Não fosse o fato que esse algodão é rígido, dificulta os movimentos e é superquente…. Não é à toa que a moda pegou logo na Ásia e Europa – onde faz muito mais frio que calor. Aí fica fácil usar. E o preço? Tá preparado? Há calças duronas que começam com R$1.100,00 e podem atingir, algo em torno de R$3.500,00 – preço das fabricadas pelos teares da província de Okayama, no Japão…

Agora é brega – nesse modelo orgânico ficam banidos os rasgos artificiais, as lavagens para desbotar e outros detalhes. O corte é o clássico modelo reto nas pernas ligeiramente mais estreito nos calcanhares. Nada de skinny, lycras etc.

Coisa nossa – todo esse papo não é para te desanimar, não. Apenas para abrir seu olho e dar a ótima notícia que, algumas marcas nacionais já estão desenvolvendo esse tecido na versão tropical, ou seja, mais leves e adequados para o nosso clima. Em teares antigos com tingimento artesanal e a preços beeeem mais acessíveis. A Dreher e a Krieger conseguem chegar a um valor abaixo de R$600,00.  Nada popular ainda, mas no bom caminho.

Por isso, se quiser aderir a moda espere um pouco – como tudo na vida, a lei da oferta e procura abaixa o preço se a procura for inteligente – e sobretudo paciente.