O prêmio era na área médica e, logo de cara subiu ao palco para o discurso de abertura o DR. X – tão brilhante quanto vaidoso – que proferiu uma fala eloquente onde percebia-se uma certa arrogância.
Antes de receber o referido prêmio, fez questão de reiterar que realmente se dedicava muito a profissão, que era muito persistente e encerrou afirmando de maneira bombástica que desafiava a Deus diariamente – pois não aceitava a morte.
Aplausos entusiasmados, com o prêmio nas mãos ele deixou o palco e a noite continuou. Até que o último homenageado – e mais importante – o Dr Z subiu para receber sua honraria.
E o fez vagarosamente, por ser tímido e bastante idoso. Começou seu discurso em voz baixa porém firme. E surpreendeu dizendo que não se sentia a vontade para receber aquela homenagem – pois na verdade era apenas uma ferramenta de Deus, a quem deveriam todos lembrar e elevar uma prece, uma vez que Ele o usava como médico apenas para conseguir seus desígnios.
E a ele, como homem de fé, cabia apenas obedecer e seguir a serviço da vida.
Carla conta que naquele momento a comunidade médica se calou por um longo minuto, em reverente silêncio, antes de explodir em um aplauso emocionado.
Duas pessoas com a mesma profissão, compartilhando a mesma homenagem e com uma postura tão completamente diferente! A diferença entre a arrogância e a humildade baseada na fé verdadeira.
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