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Elegância na diversidade

Hoje o assunto é para esclarecer (várias) dúvidas de leitores relacionadas a pessoas LGBTQIAPN+. 

E antes de reclamar da sigla, deixe a preguiça de lado: é natural que uma sigla que se refere a diversidade tenha muitas letras – e entender o que significam, sem reclamar é o mínimo que se espera de uma pessoa esclarecida. 
Deu preguiça? Pule o assunto. E continue no limbo no que se refere elegância. 

Explico: entender o básico dos tratamentos e pronomes, é o primeiro passo para se relacionar melhor com um vasto universo de pessoas. E errar nesse caso é como trocar o nome de alguém durante uma transa. 

Então vamos lá: uma forte candidata a campeã de perguntas sobre isso é: “tenho dois amigos gays que moram juntos. Eles são um casal. Como devo enviar o convite?

Alternativa 1 – se são um casal e moram juntos, o convite deve ser um só e com os nomes dos dois. E a ordem pode ser a alfabética ou colocando antes aquele que os noivos conhecem há mais tempo ou são mais próximos (acontece, certo?)

Alternativa 2 – se eles tiverem feito a união estável com alteração de sobrenomes, vale a pena perguntar como ficaram os nomes. 

Alternativa 3 – se são um casal e não moram juntos, envie os convites separadamente. E sempre com pronomes e formas de tratamento conforme o gênero do casal (neste caso, masculino… se fosse um casal lésbico, no feminino).

Pronomes de tratamento – outro leitor, fez a seguinte indagação: “tenho uma colega de trabalho que é travesti, mas não se parece muito com uma mulher. Como vou chamar?

Hellooooo!!!  Ela se identifica com o feminino – mesmo que sua aparência não corresponda ao imaginário social de feminilidade, os pronomes e tratamentos devem ser sempre no feminino. Ela, dela, uma colega…

Couple looking at mobile phone at home.

Nunca mesmo – use adjetivos como trava, traveco, transex. São pejorativos, cruéis e cafonas. Aliás, o mesmo raciocínio dos pronomes e tratamentos, é aplicável também para pessoas trans (homens e mulheres). 

Quantas vezes já não ouvimos, se referirem desrespeitosamente ao Thammy como “a Thammy?

E aqueles “colegas” políticos que se referem a deputada federal Erika Hilton com pronomes e adjetivos no masculino? Além de muito feio é deselegante e criminoso – afinal, a transfobia foi equiparada ao crime de racismo…

Desenhando para deixar mais claro: precisamos apenas usar de afeto, empatia e respeito. Não cabe a nenhum de nós definir como o outro deve ser tratado ou “adjetivado”. Precisamos ouvir (e perceber e respeitar) o que o outro nos diz. 

Se o Thammy se reconhece como um homem, eu vou tratá-lo no masculino.

Não é difícil – e dizer que isso te confunde é passar recibo de preguiça, atraso e pouca informação. Se cada um de nós realmente se colocar no lugar do outro, não tem como errar. E você passa para outro patamar na escala das pessoas realmente apreciadas.

Ah, e sobre a sigla: LGBTQIAPN+ representa as iniciais de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, interssexuais, assexuais, pansexuais, não-binarie – e “mais”. E prometo explicar cada uma delas em outra coluna, tá?