Vai de avião? Leve a marmita
Os cães que vão na barriga do avião certamente viajam melhor.
Exceção feita a LATAM que ainda serve um lanchinho razoável em seus vôos, as demais companhias (inclusive as que se dizem inteligentes, inovadoras e modernas) nos remetem a um tempo em que se viajava de terceira classe em navios como o Titanic.
Não embarque com fome – é isso aí. Dia desses, em um vôo que duraria cinco horas, me deparei com um cardápio dos lanches do que seriam servidos – desde que nos dispuséssemos a pagar.
Com o estômago roncando, percebi que nenhum dos lanches ali fotografados sairia por menos de R$ 25. Como estava com minha filha, resignei-me a pagar R$ 50 (além da passagem) para comer algo que, na melhor das hipóteses, me daria uma sede danada.
Esperei pacientemente o carrinho de lanches chegar a minha fileira (era a 10). Levou nada menos que…40 minutos! Imaginei a situação dos passageiros da fileira 28, que seriam atendidos já quase no final da viagem…
Animada com a minha boa sorte, quando a comissária se aproximou pedi uma sopa (o prato mais apetitoso entre os sanduíches, batatinhas e barrinhas oferecidos).
“ Lamento senhora, a sopa acabou”
Como assim? Acabou na fileira 10? Irritadíssima pedi a segunda opção menos pior: macarrão instantâneo.
“Lamento senhora, essa opção não embarcou nesse vôo”
Adianta rodar a baiana com o estômago roncando e nas alturas?
Resignei-me a comer os infames sanduíches (R$25, valendo 3).
Ao final do vôo a indignação era geral – afinal não fora a única a ficar na mão e me sentir enganada pela companhia.
Combinado não sai caro – nada tenho contra preços mais baixos – desde que deixem claro qual será a minha parte na barganha.
Porém, depois daquele dia do malfadado jantar a bordo, aprendi: o jeito será levar uma boa marmita de casa – e matar de inveja passageiros e tripulação destas companhias com serviço mequetrefe que nunca chegará aos pés do saudoso e impecável atendimento da Varig, por exemplo – e apenas para falar de uma que marcou época e até hoje é referência.