Eu brinco sim!
Tinha um pique de dar inveja, era ótima em inventar histórias e ainda era louca pelos meus filhos. O problema é que ela virou uma “personal player”, sabe?
Além da grana, eu comecei a questionar muito a terceirização dos meus filhos. Na época, eles estavam com 4 e 6 anos, estudando à tarde inteira e eu trabalhando com total flexibilidade de horários.
Ou seja, estava muito cômodo não precisar jogar futebol com o Antonio ou brincar de boneca com a Valentina. Até porque, a babá era incansável e eu sou muito cansável. E foi aí que percebi o que estava perdendo. E eles também. Tive de reaprender a brincar. E é nessas horas que mais percebemos nossos pequenos.
Quando estou cansada ou ocupada, eles brincam entre si ou se viram para brincar sozinhos. Aprendem a lidar com o tédio e assim vão aprendendo a lidar com a vida. Até porque, na vida, não é sempre que vai ter alguém pronto para “brincar”com a gente, certo?
Hoje, digo de boca cheia que jogo futebol, queimada, ludo e dama. Sou ótima montando looks para as bonecas, faço esculturas de massinhas e sei desenhar todos os super-heróis. Sou filhinha, ninja, aluna, mulher maravilha, Barbie, vilã, cliente de restaurante, mágica e, de quebra, ainda ganho umas figurinhas no bafo.
Mas odeio brincar de esconde-esconde. E quando eles insistem muito, eu me escondo superbem e aproveito para olhar o instagram, lixar as unhas ou até dar uma relaxada.
Sou humana. Sou mãe. E sempre tomo pau no jogo de memória.