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Mãe – sempre dá para fazer diferente: e às vezes melhor.

foto em preto e branco que mostra mãos de homem formando um coraçào em volta de pés de um recém nascido

Pausa. Agora volte 8 anos, quando Valentina, minha filha nasceu. Se alguém pedisse para segurar, eu ia olhar tão feio que ia ficar chato.

Resolvi a questão pedindo para que, quando tivesse visitas ela ficasse no berçário.

Eu era tão neurótica que passei o primeiro ano de sua vida cheirando a álcool. Não de uma cervejinha, não senhora. Era o álcool gel mesmo – que passava nas mãos dela, na minha, e na de qualquer coitado que chegava em casa para visitar.

Parei com essa loucura de desinfetar tudo quando ela começou a lamber o chão.

Contei tudo isso porque o nascimento na Manu me fez pensar em que eu teria feito diferente sabendo o que já sei agora:

1 – teria deixado ela ir em mais colos que não o meu.

2- seria menos obsessiva com os horários.

3- seguiria mais minha intuição.

4-permitiria a livre demanda.

5- não deixaria chorando no berço porque me disseram que ia deixá-la mimada se pegasse.

6- em outos momentos talvez deixasse chorando, sem culpa, já que o som era  de pura manha.

7- teria comprado metade das coisas que comprei – e não usei.

8- usaria corretivo – ainda me assusto vendo minhas fotos.

9- sentiria menos culpa – por ir ao supermercado, por desejar tomar vinho, por sair para jantar com meu marido, por querer encontrar minhas amigas.

10 – aproveitaria mais os momentos – é verdade meeesmo que eles passam rápido demais.

Conto isso só para dizer que mesmo hoje, pensando em fazer algumas coisas de um jeito diferente, tenho certeza que, na época, fiz tudo o que acreditava ser bom – para mim e para ela.

E que é a mais pura verdade que, certo ou errado, fiz o melhor que pude fazer. Isso é ser mãe.

PS – Fabio, Babi e Rafa: a Manu é minha cara. Amo vocês!