Moda infantil: o perigo de desandar
Considerando que crianças não nascem com discernimento para saber o que é ou não adequado para elas, acho que algumas mães piram e não se preocupam em questionar as aberrações que o mercado da moda muitas vezes impõe a desavisadas como elas.
Não é questão de moralismo ou implicância, apenas a constatação de que esse tipo de escolha rouba das crianças qualquer possível identidade visual na infância. Além de vesti-las de forma totalmente inadequada.
Na verdade, quase sempre, são os próprios pais que acham uma graça louca em ver seus filhos como cópias mirins de suas imagens. O resultado é um visual exdrúxulo, por conta de ítens que deveriam ser permanentemente banidos do guarda roupa infantil.
Alguns exemplos:
Saltos e tamanquinhos: médicos ortopedistas são os primeiros a não recomendá-los. Esse tipo de calçado força a coluna, ainda em crescimento e pode até provocar lesões permanentes no futuro. Além de ser muito aflitivo observar uma criança tentando se equilibrar em saltinhos.
Botinhas até os joelhos – não dá para ser pior. E ainda há mães que reclamam que seus filhos tiram os sapatos dos pés e só andam descalços. Não é para menos.
Mini saias justinhas – eu sei: as minis são concebidas para gente jovem . Mas não para crianças. Que sentam e rolam no chão e, vestidas assim, ficam muito mais vulneráveis a arranhões no caso de tombos. Sem falar que é anti higiênico mesmo. Ainda: como é que se pode convencer uma criança que é feio mostrar a calcinha se, a dela vive escondida por apenas um centímetro de pano? Difícil não?
Maquiagem – sim, sei que hoje existem produtos especiais e irresistíveis. Mas, uma coisa é usá-lo para brincar em casa, outra , muito diferente , é deixar sua filha sair de fato maquiada como uma mini drag.
Acredite: comprar demais também é um engano enorme uma vez que as crianças crescem e perdem a roupa rapidamente.
Como investir em e boas roupas – dê preferência as cores e desenhos bem humorados em vez de pagar caro por tecidos frágeis e modelos elaborados e nem sempre práticos.
Fuja de modismos inspirados no personagem da vez – Comprar a camiseta com o herói preferido de seu filho é uma coisa, mas não dá para fazer uma coleção de novos ítens a cada vez que um personagem é lançado ou surge no cenário pop.
Acostume seu filho com a idéia de que é possível sim viver sem aquela peça que todos os coleguinhas têm. É até saudável pasar um pouco de vontade. E só assim você dará uma chance a sua filha ou filho de crescer sem torná-lo uma vítima precoce do consumismo desenfreado e – porque não dizer – do mau gosto geral vigente.