Fiquei extremamente comovida com essa história. Os médicos de Brittany, que sofria de uma doença terminal disseram que ela teria no máximo 6 meses de vida.
Enfrentando todo tipo de resistência, ela optou pelo suicidio assistido e, para levar a cabo sua decisão precisou mudar da California para o Oregon, onde a pratica é permitida.
Eis uma declaração sua, em que deixa claro como se sentia diante do futuro sombrio que insistiam em descrever para ela, reitersndo que não havia saída :
“ Não posso mesmo dizer o alívio que me dá saber que não tenho que morrer da forma que tem sido descrita para mim – que meu tumor cerebral me levaria por si só” .
Fiquei pensando no que faria, se fosse comigo, e não consegui chegar a nenhuma conclusão. O que não quer dizer que não respeite sua decisão ,e, mais ainda, o apoio que teve da família.
Como provar seu amor – imagine o que é para os pais e o marido aceitarem e apoiarem uma decisão como essa e tudo o que isso implica . Acredito que tenham concluído que quando as dores e as consequências (deixar de reconhecer às pessoas que amava, por exemplo) se tornassem insuportáveis, seria a hora do fim.
Mas pensem só no privilégio ( e que dor imensa ) de conquistar esse grau de sintonia que para que vivessem esses momentos, todos juntos.
E se ela tivesse filhos? Definharia na frente das crianças ou continuaria firme em sua decisão? “Iria embora”, com a possibilidade de curtir os últimos momentos dignamente? Não sei como responder. Provavelmente nem ela.
Desapego de mãe – como mãe, me parte o coração. Se não podemos decidir por nossos filhos suas escolhas na vida, como podemos decidir suas escolhas na morte? Admiro e me curvo perante essa mãe, que no auge do sofrimento, conseguiu apoiar a filha na decisão mais difícil que pode existir.
Como entender esse Contra senso – mesmo não tendo opinião formada sobre o suicídio assistido ou morte digna – como Brittany chamava – acredito do fundo do coração que é necessário sim, que a sociedade discuta mais e melhor esse tema. Com a evolução da medicina, se por um lado é possível prevenir e tratar doenças e restituir a saúde, por outro, como em uma resposta cruel do espelho, a medicina evoluiu tanto que também o sofrimento pode ser prolongado quase que indefinidamente.
Aumenta assim o numero de pessoas que , por diferentes motivos tem essa convicção – que merece ser respeitada.
O mundo é um lugar bonito, viajar tem sido a minha forma de aprendizado… Agora, enquanto escrevo, tenho uma corrente de apoio em volta da minha cama … Adeus, mundo. Espalhem boas energias. Retribuam!”. Brittany Maynard
Brittany morreu no quarto dela, cercada pela família, ouvindo música e em paz, como queria. Poucos são os que podem dizer o mesmo. Penso que devemos retribuir refletindo sobre o seu legado.
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