Sim pois, cheias de pessoas com corpos sarados e disposição, as academias frequentemente são um ambiente hostil para quem tem algum tipo de deficiência.
Se por um lado são uma ótima opção para quem procura os exercícios com o objetivo de aumentar seu bem estar por que razão pessoas com deficiência não podem buscar essa prática com o mesmo objetivo?
Alguns números – só em 2014 foram abertas mais de 7 mil academias no país, que possui hoje nada menos que 30 mil estabelecimentos. UAU!
Conta que não fecha – se por um lado espaços e serviços nas academias acompanharam a evolução do mercado, por outro, não acompanharam a evolução e necessidades de todas as pessoas.
Isso quer dizer que, 45 milhões de pessoas com deficiência estão – ainda – fora desses espaços, pois são raros os lugares que possibilitam o acesso à prática de atividades físicas, lazer, etc.
Seria lindo se não fosse trágico – Eu sou formada há 12 anos em Educação Física e hoje, mais que nunca atuo na área. Logo, percorro, não só para treinar ou praticar algumas modalidades, mas também para atender como personal.
Só na semana passada, tentei visitar três academias, e para a minha surpresa, dessas, todas tinham o acesso à porta de entrada apenas através de escadas. Primitivo não? Mas é assim, acredite.
Para frequentar é preciso entrar – o acesso físico a academia é um dos principais requisitos para a participação das pessoas com deficiência, pois sem acessibilidade, as barreiras arquitetônicas serão sempre um empecilho para a autonomia e segurança dos usuários. Fica a dica!
Um exemplo a ser seguido – trabalho hoje na maior rede de academias do Brasil e sou a primeira de toda rede a ser contratada como cadeirante e professora de musculação. A infraestrutura me acolheu e eu aceitei o desafio de atuar numa área diferente, e também de ajudar na construção de um caminho mais acessível e com mudanças de atitudes. O percurso não é fácil, mas já estou na trilha!
Atenção gestores! Drucker, considerado o pai da administração moderna, disse: “o planejamento não diz respeito às decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes” Pensem nisso .
A concorrência está cada vez mais acirrada. O número de academias só aumenta – e junto com elas o plano de negócios e de marketing! Portanto, acordem gestores: quem subestimar as potencialidades humanas, principalmente das pessoas com deficiência, vai ser nocauteado. É hora de se reinventar, renascer! Bora malhar!
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