Nas redes sociais, nas resenhas ou até nas notícias, a intolerância virou rotina. Nesse cenário turbulento Felipe Neto, um dos maiores influenciadores do Brasil, decidiu lançar o livro “Como Enfrentar o Ódio”.
Não é só um livro para desabafar sobre os haters que ele colecionou ao longo dos anos: Felipe vai além e nos convida a pensar sobre a raiz desse ódio crescente e, claro, como podemos fazer para não ser engolido por ele.
Quando lançou o livro, Felipe Neto já estava no topo da influência digital no Brasil, falando abertamente sobre política, comportamento e o que mais estivesse pegando fogo no momento. Ele não apenas compartilha as porradas que levou (e ainda leva) nas redes sociais, mas estende o debate para uma discussão bem mais ampla: como o ódio online está afetando todos nós?
O livro vem em um momento de alta tensão política no Brasil. O país estava dividido entre extremos (especialmente durante o governo Bolsonaro) quando as diferenças políticas pareciam aumentar o uso de discursos inflamados.
Felipe, que nunca fugiu de polêmicas, aproveitou essa brecha para provocar uma reflexão importante: como estamos lidando com tudo isso?
O mais interessante é que, no livro, apesar de abordar política, Felipe não está defendendo um partido ou bandeira específica. Ele quer falar de algo maior: como o ambiente político, principalmente quando polarizado, incentiva a intolerância.
E acerta ao dizer que esse ódio está longe de ser só brasileiro. Nos Estados Unidos, com Trump, vimos a mesma coisa — pessoas se atacando, principalmente nas redes sociais. Toca também num ponto relevante: o papel das plataformas digitais. Ele critica como Facebook, Twitter (nunca vou chamar de X) e Instagram nem sempre conseguem (ou querem) controlar a disseminação de ódio.
As redes, que deveriam ser ambientes de debate saudável, acabam virando campos de batalha.
O livro não é só baseado em sua vivência. Ele traz várias referências de peso, como a psicóloga Sherry Turkle, que fala sobre a desconexão emocional causada pela tecnologia, e Jonathan Haidt, que estuda como as redes sociais influenciam nossa saúde mental e comportamento. Esses estudos ajudam a entender como o ódio cresce e se espalha nesse ambiente digital.
Um ponto forte do livro é quando Felipe fala sobre a desumanização. Ou seja, como nos esquecemos que, do outro lado da tela, tem uma pessoa real, com sentimentos e vida própria. Essa desconexão facilita que a gente xingue, ataque e espalhe ódio sem pensar nas consequências. Para ele, esse é o núcleo do problema: a falta de empatia.
Trazendo isso para o cenário atual : Ano passado tivemos eleições para prefeito, e agora, toda vez que a política entra em cena, o debate se transforma numa verdadeira guerra. Candidatos e eleitores se dividem em extremos, e o discurso de ódio, infelizmente, é uma das ferramentas mais usadas para desqualificar o adversário. Os debates foram uma verdadeira palhaçada e alguns viraram caso de polícia. Olha onde chegamos!
O livro, nos dá um alerta importante: não podemos cair nesse jogo. Ele reforça que a chave para enfrentar o ódio é encontrar um equilíbrio entre empatia e ação. Não dá para simplesmente ignorar ou fugir desse problema. Temos que ser parte da mudança, promovendo discussões mais conscientes e responsáveis, seja nas redes ou nas conversas do dia a dia.
O recado final é claro: se queremos um ambiente mais saudável, seja na internet ou na vida real, o combate ao ódio começa com cada um de nós. E, como Felipe conclui, essa mudança é urgente!
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