Nessa última semana dois assuntos dominaram as conversas: o final que Aguinaldo Silva daria a saga do Comendador Zé Alfredo e as manifestações do dia 15.
Fazendo uma retrospectiva da novela “Império” , fiquei surpresa ao perceber que, noves fora, durante toda a trama nada menos que 13 personagens foram parar no xilindró!!!
Um verdadeiro Império das prisões – que aliás começou com Zé Pedro / Fabrício Melgaço sendo preso e depois solto após ter dado o devido “ jeitinho” graças a influência da família, passando por nada menos que 12 outros personagens até os últimos capítulos quando o próprio Imperador também foi levado algemado e depois solto.
De todos eles, sintomaticamente, apenas os mais pobres cumpriram suas penas: Elivaldo, Orville e o maluquete genial artista plástico Domingos Salvador. Sim pois Zé Pedro ainda teve que cometer váaaarios outros crimes até ser preso novamente e amargar sua pena.
A arte imitando a vida? Certamente. Não tanto pelo fato de que os mais ricos dificilmente ficam presos (triste percepção mas ainda é real) mas pelo fato de que, todos os dias, a internet e os jornais trazem apenas mais notícias de prisões, delações premiadas, solturas, e novas prisões e mais delações, desmentidos e contradições, em uma ciranda que nos confunde e nos dá engulhos – de tédio e nojo.
Na vida real parece mais simples: ao confessar, o investigado renuncia aos direitos legais de defesa na esperança de ter sua pena reduzida. Mas o que acontecerá no final da trama? O réu terá sua pena abreviada? Ou talvez serão todos beneficiados por indultos celestiais?
Particularmente, me contentaria em começar a ler que quem foi preso cumpriu sua pena até o fim, sem manobras espertas para tê-la aliviada.
Também adoraria assistir um noticiário com menos notícias de bilhões desviados (o meu, o seu o nosso) sem tanta corrupção e delação premiada a ponto de fazer com que a gente tenha que ensinar ao filhos os significado da manobra e de que forma se aplica (impossível de fazer sem morrer de vergonha alheia).
Porque na vida Real, só viver e ler sobre isso não tem a menor graça – os atores estão longe de ter o talento de Lilia Cabral ou Alexandre Nero.
E, ao contrário da novela, onde a gente sabe que o autor tem prazo para acabar, no novelão da corrupção em que vivemos, a trama parece não ter fim.
E como avisei que ia misturar estações, mesmo confusa, entediada, enojada e revoltada – ainda assim, nesse Domingo dia 15, vou às ruas!
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