Movida por aquela lealdade inata a todos os cães, ela acompanhava penosamente o vagabundo que se dizia seu dono. Ruth, cachorreira com o coração maior que a praia de Santos onde mora, ofereceu uns trocados ele que prontamente lhe entregou a cadelinha .
Foi amor a primeira vista. Mesmo cheia de feridas e muito magra, o olhar de dama da cachorra não enganou minha amiga – que nem piscou e a batizou de Lady.
Não sou e nunca fui cachorreira – embora tenha crescido sempre cercada por cães, ( a paixão de meu pai) nunca fui do tipo que beija o bicho, trata como gente, compra roupinhas etc. Embora respeite quem faz isso, reitero que não sou assim – e pronto.
Mas Lady é ponto fora da curva. Não é que ela parece gente mesmo? A ponto de eu cogitar se etiqueta e educação são qualidades melhor assimiladas por certas espécies – e os cães, são sem dúvida um bom exemplo disso.
Que aprendem rápido sabemos. Mas, a tal da delicadeza de sentimentos é que me surpreende em Lady. Ela poderia ser revoltada, arisca, encanada, depressiva – mas resolveu, vida afora, espalhar sua doçura e classe simplesmente.
Com isso ganhou um fã clube de cachorreiros e até de não cachorreiros como eu, que apenas apreciam a elegância em si.
Elegância sim! Nessa foto, Lady está com sua companheira Maria Vitória e, como é disciplinada, se limita a olhar de longe, discretamente ( e cheia de curiosidade) a visita que acabou de chegar.
Mas não é boba de invadir a área e entrar na sala.
E a pose com os óculos como se tivesse nascido com eles? Ok, posso ser suspeita porque gosto da Ruth e admiro sua forma de ter educado a bichinha ( embora ela jure que praticamente não ensinou nada).
Mas reparem na classe da pose lânguida, no degrau da escada. Em uma cadela comum seria apenas mais um bicho tomando sol no pé da escada. Como é Lady – a imagem impressiona pela harmonia do gesto ( ou seria das patas).
Mas vou parar por aqui. Só queria compartilhar com você as algumas fotos de Lady e sua história – que prova que elegância e classe não vêm de berço , como muitos acreditam, mas da delicadeza da alma.
O que? Você acha que os animais não tem alma? Tem sim. Lady, certamente em outra vida nasceu princesa e se tornou missionária – daquelas que melhoram qualquer ambiente com a simples presença.
3 Comentários
Ruth Teixeira
21/01/2015 as 07:25Não tenho palavras para descrever a emoção que tive ao ver a história da minha filha Lady, com este lindo texto, em seu blog.
Muto obrigada.
Maria Silvia Franco
21/01/2015 as 10:36Amei……Eu sou “cachorreira” Temos 5 em casa..Manso e eu adoramos! Fieís…e elegantes..!!!!
Claudia Matarazzo
22/01/2015 as 17:31pois é Silvinhia, alguns cachorros realmente parece que vieram ao mundo para ensinar…
Beijos grandes a você e ao manso!