O dia 8 de março é considerado feriado nacional em vários países, onde as vendas nas floriculturas se multiplicam nos dias que antecedem a data, já que homens costumam presentear as mulheres com flores na ocasião.
Mas o dia 8 de março é dia de reivindicações e protestos em vários lugares do mundo. Um dia que não foi criado para o comércio, como várias datas comemorativas.
É muito comum (e está correto) relacioná-la ao incêndio ocorrido em Nova York no dia 25 de março de 1911 na Triangle Shirtwaist Company, quando 146 trabalhadores morreram, sendo 125 mulheres e 21 homens. O que finalmente trouxe à tona as más condições enfrentadas por mulheres na Revolução Industrial.
Nos Estados Unidos, o mês de março é um mês histórico de marchas das mulheres. Em 26 de fevereiro de 1909, em Nova York, mais de 15 mil mulheres marcharam nas ruas da cidade por melhores condições de trabalho – na época, as jornadas chegavam a 16h por dia, seis dias por semana e, muitas vezes o domingo também. Praticamente trabalho escravo …
O impacto dessas primeiras marchas perdura até hoje: tanto que, até o presente momento, na China, as mulheres chegam a ter metade do dia de folga, por recomendação do governo (embora nem todas as empresas sigam isso). Mas era de se esperar num país onde o trabalho é prioridade absoluta.
O Dia Internacional da Mulher não é, e nunca foi um dia voltado simplesmente a homenagens triviais às mulheres, mas é sim um convite à reflexão: pensar em como a sociedade trata as mulheres tanto no campo do convívio afetivo, familiar e social quanto para as questões relacionadas ao mercado de trabalho.
Não temos o que comemorar, longe disso: a mulher ainda sofre discriminação, preconceito, desvalorização profissional, violência física e psicológica, assédio, entre outras injustiças. E como se fosse pouco, o feminicídio no Brasil aumentou em nada menos que 7 %. Previsível, em tempos de governantes que agridem verbalmente com palavras baixas e abusivas as mulheres. E com um Presidente que aprova e repete piadas de mau gosto incitando a violência de forma geral.
Comemorar nada: combater e Resistir. Contra o silenciamento que normaliza a desigualdade e as violências sofridas pelas mulheres. Apenas mais um dia – como todos os outros – em que é necessário repensar atitudes para construir uma sociedade mais justa – para todos.
Sem comentários