Pitaco

Nem sempre é chique presentear

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Explico: quando era criança, as pessoas ganhavam presentes de aniversário e no Natal. E, eventualmente, quando íamos visitar alguém, levávamos “lembranças” e/ou  “mimos”  como chocolates, flores ou um bolo feito em casa.

Nos casamentos, distribuía-se na saída amêndoas confeitadas (costume europeu incorporado aqui) e/ou bem-casados. As famílias mais abastadas distribuíam pequenos objetos de prata com o monograma dos noivos gravado (vacas gordas e lembremos que os casamentos eram menores).

O tempo passou e as lembrancinhas de prata acabaram se transformando pela indústria do casamento e pelo setor de eventos, em quinquilharias mais acessíveis.

Beleza. Nem todos podem pagar e alguns itens são até que criativos e bonitinhos (embora sejam exceção e normalmente as pessoas jogam fora ou passam pra frente a lembrancinha)…

Alguém tem que ganhar mais – a lembrancinha em si, podia até render, mas não tanto quanto queriam os empreendedores, mais ávidos. Então inventaram que era “Chique presentear.” Algum consultor desavisado (talvez até bem-intencionado) resolveu criar os “presentes para padrinhos de casamento”. Oiii?!  Então vamos entender…

Presentes para padrinhos – padrinhos de casamento é que presenteiam os noivos. Não tem essa de distribuir bandejas de prata ou outros eventuais mimos para os padrinhos. Pura ostentação. Eu hein…

Lembrancinhas para amigas – as senhoras fazem almoços e distribuem na saída um cupcake. Mas não é um simples bolinho: é quase uma joia, cujo valor, somado em uma mesa de 10 amigas, por exemplo compraria facilmente a tal joia.  Acho mais emocionante rifar na hora e doar – para quem precisa.

Anfitrião não presenteia – a exceção são lembrancinhas de festas infantis! E não é obrigação, tá? No mais, abrir a casa, dedicar tempo, escolher e privilegiar alguns amigos com seus preparativos e acolhimento – tudo isso é um grande presente!

Ora, as pessoas parecem esquecer que o intuito do presente não é mostrar status, poder ou riqueza – e sim demonstrar afeto, atenção ao que a pessoa gosta, vontade de agradar.

E isso, não tem preço. Não se distribui igualmente na saída ou na entrada de eventos fortuitos. São sensações construídas com cada pequeno gesto, com olhares, com mínimas atenções muito específicas dirigidas conforme a necessidade e preferência de cada um.

Feito por mim – não se acanhe de dar um presente feito por você mesma. Pode ser um cachecol, um bolo, uma pulseira… A energia e o valor de algo feito pela pessoa que presenteia é uma das coisas que fazem o presente ser mais apreciado ainda. E se não for, é porque a pessoa não entende nada de nada – e não te merece. Simples assim também!

É urgente resgatar a empatia – palavra banalizada, mas preciosa, que merece mais atenção – o afeto, o prazer de entregar algo pessoalmente olhando nos olhos com o coração palpitando para perceber a emoção do outro.  Sim, presentear é bom, mas para que seja chique, é preciso ir além da compra…

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