Daí ter estranhado a foto do Juiz Moro e sua mulher posando em evento em Nova York, onde foi homenageado ao lado de João Dória, candidato ao governo do estado de São Paulo. Ora, como juiz é preciso ter muito cuidado mesmo para não parecer que está apoiando candidatos a cargos políticos. Seja quem for.
Como simpatizo com ele, comecei a defende-lo em minha cabeça: afinal ninguém (nem o mais frugal mortal), é imune a Vaidade – o mais insidioso dos pecados.
Aí, poucas semanas depois, Sergio Moro participa de eventos beneficentes em Mônaco e recebe honrarias de ninguém menos que sua Alteza Sereníssima o Príncipe Alberto de Mônaco! Com direito a champanhe, fotos, um video nas redes e até mesmo um breve discurso de Moro, agradecendo a contribuição das autoridades locais em 2015 com investigação da Operação Mônaco da Lava Jato.
Juiz tem que parecer isento. E ser, claro. Em Roma Antiga, já se dizia que a mulher de César, não bastava ser pura: ela tinha que parecer pura. Pois hoje, quando tudo se propaga pelas redes com a velocidade da luz, uma foto diz muito.
Juiz também é gente – verdade. Mas Moro perdeu a oportunidade de mostrar que é uma gente diferente. Sua trajetória até aqui mostrou um homem de bem, obstinado na busca por justiça e por diminuir tantos malfeitos. Beleza.
Mas, com essa popularidade, é vital que se mantenha longe de pecados mundanos como a vaidade – que certamente o arrastará para uma indesejável super exposição negativa e toda sorte de boatos dos quais ele não precisa. E muito menos nossa já combalida Justiça, que ele vinha tão bem representando…
Resista Juiz Moro, afinal, parecer é tão importante quanto ser – e até aqui, você parecia ser nossa melhor chance de ajudar a endireitar muita coisa…!
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