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Paixão é Tudo

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Rudolf Nureyev, bailarino, no palco, faz um salto, com a perna direita dobrada, perna esquerda , estendida para tras e dobrada , braço esquerdo estendido para cima, sobre a cabeça, braço direito estendido perpendicular ao corpo na altura do ombro e sua cabeça voltada para baixo. Ele usa um traje de ballet mínimo que apenas esconde suas partes íntimas.Seu salto, percebe-se está a mais de um metro do chão.

Rudolf Nureyev

“Quem nunca curtiu uma paixão – esse não vai ter perdão” a frase, de um sucesso musical dos anos 70, resume a importância desse sentimento.

Sim, paixão é um grande motor em qualquer forma que nos chegue. Mas aquela física, do tesão inexplicável, da química inebriante, é tão volátil quanto a faísca que lhe acende até explodir.

Já a paixão da alma é necessária e perene. E nos alimenta vida afora – inclusive entre amores, tristezas e dissabores.

Falo da paixão abrangente, que nos faz pular da cama com vontade de superar limites. Aquela que nos estimula mesmo quando parece que não vamos conseguir. E sempre conseguimos – porque atrás de todo o esforço, da tentativa de compreender e aprender, está esse sentimento secreto, que só nós mesmos entendemos. E muitas vezes nem  conseguimos explicar.

Só a paixão explica – crianças que se dedicam horas e esportes que seus pais jamais as imaginariam fazendo – e tornarem-se campeões.Ou casos como do maior bailarino de todos os tempos – Rudolf Nureyev – que foi lenhador até os17 anos de idade. E que, ao descobrir a dança, contra todas as expectativas, desenvolveu uma técnica perfeita e tornou-se um astro internacional.

Sensei Roberto Maruyama, e sua esposa Neusa Maruyama, lado a lado, ele veste um quimono preto (traje de gala) e ela uma quimono muito colorido (traje de gala) feminino. Ambos estão num salão forrado de madeira, com ornamentos de vasos japoneses e

Shihan Roberto Maruyama e sua esposa Dona Neusa Maruyama, em trajes tradicionais de gala.

Em São Paulo, Dona Neusa, uma senhora de mais de 60 anos, descendente de japoneses, vestida com as roupas tradicionais, pode passar facilmente por uma dona de casa delicada e submissa.

Pois no dojo –onde seu marido ensina Aikidô, Dona Neusa, com um simples movimento do punho derruba incontáveis marmanjos que desacreditam da força daquela senhora. Paixão. E disciplina claro, mas sem a paixão para dar o impulso não há disciplina que resista.

Imagem de Neusa Maruyama, japonesa , 59 anos, usando doji (roupa japonesa) para a pratica de aikido.

Dona Neusa Maruyama, no Dojô de Aikido, força movida a paixão

E o que dizer de uma mulher de 90 anos, que diariamente desafia a idade e sua agenda lotada para montar a cavalo acompanhada de um solitário ( e provavelmente muito aflito) guarda costas? Paixão claro – e provavelmente é uma das coisas que mantém a calma da Rainha Elizabeth II – há tantas décadas no poder, representando com dignidade as monarquias do mundo…

Sem síndrome de campeão – você não precisa ser o melhor no que faz. Mas deve fazer o impossível e cultivar sim o que gosta. Pode até não ser uma grande paixão no começo. Mas essa é a vantagem da paixão da alma: ao contrário da do corpo, ela só aumenta, embeleza e se fortifica com o passar do tempo.

 

Rainha Elizabeth do Reino Unido, veste uma capa azul com capuz e faz sua montaria, nos campos ingleses, um enorme cavalo castanho escuro da raça percheron,

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