Leio na coluna da Mônica Bergamo,na Folha de São Paulo, que uma das coisas que mais tem incomodado Joesley Batista é o fato de ele seus comandados serem chamados de açougueiros por quem os processa por danos morais.
Acho que esse negócio de delação premiada acabou deixando os irmãos Batista extra sensíveis. De minha parte, tenho o maior carinho por esse profissional! E como estão cada vez mais raros os bons, adoro bater um papo com meu açougueiro do Mercado de Pinheiros.
Enquanto limpa a carne, com um carinho de fazer ternura, ele conversa de tudo um pouco: se puxar papo sobre política falamos, se for freguês esportivo, lá vai comentário sobre jogos e o melhor de tudo é quando ele nos dá receitas do que fazer com esse ou aquele corte de carne em promoção.
Meu açougueiro não regula informação e dá dicas de tudo: como cortar, como e com que temperar e até mesmo sobre técnicas de cozimento.
Tem sensibilidade e me libera para terminar as compras quando vê que o trabalho pode demorar. E sempre embala no maior capricho a carne que acabou de fatiar, limpar e da qual se despede finalmente – sempre com um sorriso bem humorado.
Meu açougueiro tem orgulho da profissão. Mas ficaria muito envergonhado se alguém o chamasse de delator ou corrupto – expressões que vem sendo usadas com muito mais frequência quando se referem a Joesley Batista.
Pois é: não entendo porque que ele não se incomoda com essas expressão, mas se ofende com um título que, afinal de contas, define toda a classe com quem sempre trabalhou bem próximo – e que o ajudou a fazer fortuna.
Além de ingratidão pura, mostra uma face deslumbrada e arrogante de alguém que enricou e casou com uma linda jovem mulher para em seguida dar as costas as suas origens – negando o que de melhor construiu. Acorda Joesley!
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