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Receber Bem – além da boa mesa

Sobre uma mesa em madeira rústica e castanha de onde se vêem os veios estão dispostos ordenadamente quatro envelopes servindo de porta talheres em ráfia acondicionando um jogo de garfo, faca ao meio e colher a direita. Cada saquinho tem por cima um laço também em ráfia com um botão rustico ao centro como acabamento complementado por um pequeno maço de flores de seda em tons outonais:ferrugem, laranja e amarelo ocre. O conjunto é leve, despretensioso e de muito bom gosto.

Pequenos detalhes e muito capricho são essenciais – e fazem a maior diferença.

Prepare o clima – a iluminação é importante: luz demais ou  diretamente cansa os olhos rapidamente. Aproveite abajures e luminárias e deixe apenas eles ligados. O efeito é bem mais repousante.

Música –  ela dá o tom da reunião e deve estar presente. Tem que combinar não apenas com você, mas também com o temperamento de seus amigos. Se a ideia não é dançar, o ideal é que o som seja “de fundo” mesmo.

Cheirinhos e sachês – atenção para não exagerar. Se quiser perfumar a casa faça isso no hall de entrada (ou do elevador) como um toque de bem receber. Na sala é melhor ficar com o perfume (e a beleza) de flores naturais.

Banheiro em dia – hoje são mais raras as construções com um lavabo. Mas seus amigos não são obrigados a partilhar suas intimidades!!! Solução fácil: armários e pequenos móveis com gavetas nos banheiros…

Aperitivos – são tão importantes quanto o jantar ou almoço que você está servindo. Por isso pense neles e não exagere na quantidade, mas na qualidade – para estimular o apetite e já dar o tom do que está por vir. No verão, tomatinhos cereja com bolinhas muçarela e outros da linha “fresquinhos” caem melhor do que pastas mais gordurosas ou misturas picantes

O Café – ele não deve marcar o final da refeição, mas o início dos melhores momentos da reunião. Assim, faça com que chegue a mesa rapidinho, logo depois de servida a sobremesa ou doce.

Servir o café pessoalmente é um gesto de atenção inigualável.

Um café no capricho acompanhado de docinhos ou um licor (alguns especialistas afirmam que um realça o sabor do outro e dão goles alternados saboreando o contraste) é infalível para reavivar a conversa e prolongar a festa por mais um par de horas.

Depois disso a conversa vai se reacender o encontro continua – mais solto. Passada, digamos, meia hora deixe a vista uma bandeja com copos e uma jarra de suco de abacaxi com hortelã – e estará dando um show de bem receber!

Pode apostar, que, se oferecer, todos vão querer…

Chave de ouro – ao notar os primeiros sinais de cansaço na turma trate de refrescá-los novamente. E dessa vez com nada menos que … água com gás. É isso aí. Gelada e com bolinhas , seu efeito , depois de uma noite comendo e bebendo, além de hidratar, é profundamente revigorante.




O Brasil não conhece o Brasil

 

Foto: Lia Ameni

Essa turma costuma dizer que somos um País de “terceiro mundo”, que “nada funciona” por aqui e segue com uma ladainha que, costumo refutar, falando de nossa riqueza, (de solo, de beleza, de natureza, de flora e fauna) apenas para citar algumas, que transcende a de muitos países ditos de primeiro mundo…

Mas hoje quero enfatizar a riqueza gastronômica do Brasil. Acabo de lançar meu livro “Mesa Brasileira” – um guia para degustar e servir a nossa comida regional. Fiz uma pesquisa extensa com meu amigo e doutor em História da gastronomia, chef Carlos Ribeiro.

Nele, explico mais de 80 pratos e seus  ingredientes, e mostro receitas das 5 regiões do Brasil. A ideia, é apresentar aos brasileiros nossa riquíssima comida regional, pois poucos a conhecem a fundo.

Paulistas por exemplo, chegam a Bahia e não vão muito além do acarajé e da água de coco. Eu, hein? O mesmo se dá com gaúchos que chegam a Belém e não conseguem encarar uma maniçoba por não entenderem bem o que é.

Agora me contem: vocês acham que teríamos esse exército de Chefs franceses (Claude Troigros, Emmanuel Bassoleil, Eric Jacquin, Olivier Anquier, – só para falar dos mais conhecidos)  estabelecidos no Brasil há décadas empreendendo com sucesso, se aqui não encontrassem os melhores, mais variados e mais ricos ingredientes para seu ofício? Duvida? Veja aqui algumas das propriedades do que é usado na cozinha paraense – que detém sabores inusitados e muito requintados.

Jambu – além de realçar os demais sabores, é ótimo anti-inflamatório melhora a libido;

Cupuaçú – de sabor único, rico em antioxidantes e melhora o funcionamento intestinal;

Açaí – alimento riquíssimo, possui um antioxidante único (velutina),  e compostos bioativos que ajudam na saúde do coração;

Tucupi – chamado de “ouro da Amazônia”, além de saboroso é rico em vitamina A, ótimo para imunidade.

Isso só para falar de alguns. Para viajar pelo Brasil através dos nossos maravilhosos sabores, basta procurar em sua cidade um bom restaurante de comida regional (pois os brasileiros se deslocam dentro do País e a comida regional é “afetiva”, resgata memórias e mata a saudades).

Além disso o País é vasto e teve ondas de imigração que influíram em nossa gastronomia como a italiana, alemã, africana… Mas nada, nada mesmo supera alguns pratos com receitas indígenas, como a incrível “Damorida” que pode ser feita com cogumelos amazônicos, peixe e/ou carne…

Fazer esse livro foi um prazer: viajo e experimento nossos pratos típicos há décadas, mas entender a extensão de nossa riqueza foi o maior presente. Agora posso defender meu ponto de vista de boca cheia (como perdão do trocadilho) e sem medo!

Experimente você também: abra o coração e o paladar para nossa cozinha e surpreenda-se com as maravilhas para todos os gostos – literalmente!

Foto: Divulgação

 

 

Serviço:

Mesa Brasileira: 178 páginas

Editora: Senac

Autora: Claudia Matarazzo




Onde há gelo há esperança!

Marina mora em um apartamento moderno com o marido e um casal de filhos gêmeos. É inevitável que a turma acabe se expandindo de modo que, transformaram a mesa da sala de jantar em um bufê e, reformaram ou compraram móveis funcionais: são pufes e bancos móveis, sofás que permitem que sentemos de ambos os lados (dobrando assim a capacidade da lotação do living) e mesinhas auxiliares estrategicamente colocadas para que todos possam apoiar copos e pratos ao se servir.

O  formato que com móveis comuns permitiria até 12 pessoas sentadas com conforto, dessa maneira já chegou a acolher 45 sentando pelo menos 30! Espertos, eles também decoraram tudo  de forma a não ter cantinhos onde o convidado se isole, pois gostam de curtir o encontro e fazem o possível para potencializar a interação.

Lição das nonnas como, neta caçula – bem novinha – sentava ao lado de Nonna Tica nos almoços de sábado em sua casa e observava como cuidava dos detalhes: sentia o timing do serviço, e foi filtrando esse aprendizado.

A outra avó Lulla, ensinou receitas italianas e a importância da gentileza para gerar empatia com as pessoas que estão trabalhando. Aprendeu que isso é essencial para o serviço fluir com excelência – e para maior satisfação de todos.

As duas tinham um senso de humor diferente, porém acentuado; daí Marina ter aprendido a transitar pela vida – e em festas com um delicioso e contagiante humor e a leveza!

Bandeja Café – ela gosta de servir um bom café coado – é um carinho para os  convidados e, como é cada vez mais raro, acaba surpreendendo e agradando. Além de mais organizado para o serviço, fica mais elegante: servido em um bule de prata inglesa que ganhou de casamento em copinhos engraçados que coleciona  –  tudo colabora para que o fecho da refeição se torne um momento divertido…

Garimpando em casa – Marina acha importante a gente usar o que tem, mesmo que seja um baixela de prata ou porcelanas mais delicadas: os amigos merecem, mas, mais do que isso, é um exercício de constante garimpar pelos armários e gavetas da casa.

Ao fazer isso, ela acredita que temos a oportunidade de limpar o que está guardado, tratar o que precisa de cuidados e resgatar esses objetos, não apenas para a vida útil mas, também fluir a energia contida nesses “guardados”. Existem recordações e um motivo para aquilo estar ali. Ou, as vezes trata-se simplesmente de reorganizar a casa – e as ideias, arejando literalmente tudo: espaços pensamentos!

Finalmente, Marina dá a receita para que o encontro seja sempre lembrado com prazer: abusar da generosidade na quantidade: de tudo, inclusive afeto!




ANE – Academia Nacional de Etiqueta – Lançamento em João Pessoa

 

Criada para difundir conhecimento e estimular mudanças positivas no comportamento das pessoas em diversas situações e ambientes, a Academia Nacional de Etiqueta (ANE) vai ser lançada oficialmente no próximo dia 09 de maio em João Pessoa. O evento, marcado para acontecer no restaurante Cozinha Roccia em João Pessoa, vai contar com a presença da jornalista e escritora Claudia Matarazzo.

A ANE foi idealizada pela consultora de etiqueta Sandra Azevedo. Paraibana e graduada em Direito, ela direcionou a carreira profissional para algo que sempre exercitou desde pequena em família. Acabou aperfeiçoando todos os saberes numa formação exclusiva junto a própria Claudia Matarazzo.

“Para mim, etiqueta é algo que pode ser levado para todas as pessoas, sem exceção, e esse é nosso propósito”, explica Sandra. Na Academia, ela desenvolveu cursos e palestras voltados à etiqueta social e corporativa, assim como à arte de bem receber.

Todo o projeto da ANE será apresentado no evento de lançamento no próximo dia 09 de maio. Na ocasião, a anfitriã vai fazer o que sabe de melhor: receber com amor um grupo seleto de convidados, incluindo a própria Claudia Matarazzo, autora de 18 livros sobre etiqueta, cerimonial e comportamento.