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Danem-se artistas e músicos! (ou apenas mais uma boiada)

Victor Herbert foi um compositor, (1859 a 1924) que compunha, entre outras coisas, valsas românticas e muito populares no pós primeira grande guerra.

Morava em Nova York e, um dia, almoçando no Shanley’s, um restaurante bacana e “da moda”, ouviu suas composições serem tocadas para deleite de todos os clientes ali – inclusive ele.

Pagou a conta, procurou o gerente e perguntou se a música estava embutida no valor cobrado pelo lugar – e se atraía muita gente.

Ao ouvir que sim, saiu direto para o escritório de um advogado onde começou um processo contra o Shanley’s que duraria 4 anos.

Não apenas ganhou a causa, como, graças a essa sua atitude firmou-se uma jurisprudência que levou os EUA (e mais tarde o resto do mundo) a criar uma sociedade obrigando o pagamento de direitos autorais pelo uso da música em restaurantes, hotéis e similares.

Mais uma boiada – essa atribuição no Brasil historicamente cabe ao ECAD (Escritório Central de Arrecadação) e, graças a isso, nesse momento de Pandemia e quando 99% dos 383 mil músicos filiados ao ECAD estão parados, impossibilitados de trabalhar ao vivo, eles continuam arrecadando Brasil

Hotéis quebrados – essas pessoas alegam que os estabelecimentos estão quebrados com a pandemia. Acredito. O que não dá pra acreditar é que os R$0,35 a R$0,60 que recebe um músico por sua música tocada fora do palco, possa salvar um 5 estrelas de fechar as portas. Afinal, são 2 milhões de leitos em todo o país, basta fazer a conta por baixo…

Ora, um artista de alguns sucessos gravados recebe algo em torno de R$500,00 por mês, já um artista de sucesso mediano algo como R$ 200,00 – para eles uma ajuda preciosa.

Já para os hotéis, sem fazer conta no bolso de ninguém – já fazendo – se não forem capazes de enxugar esse valor de algum outro item supérfluo de sua administração /rotina, merecem fechar as portas mesmo.

Por que não desligam o som? Mais fácil do que essa batalha toda, certo? Mas, aí está a perversidade cínica desse lobby: porque sem música, a hospitalidade e o prazer se acabam – de nada adiantaria luxo, boa comida etc em meio a um lúgubre silêncio.

Nada tenho contra a rede e pessoal dos hotéis (apenas contra raciocínios canalhas) mas, entre eles e a música – e seus criadores – fico com essa última: alimento da alma, linguagem universal, atemporal e eterna e que, para existir, sempre dependeu de seres especiais, divinos e desapegados.

Mas que, para compor e nos deleitar com ela, ainda precisam pagar as contas.




100 mil mortes – desculpa aí!

É tão pródigo em ofensas quanto em pedidos de desculpas. E convence cada vez menos pessoas. Poucos são os que ainda se sentem convencidos de que o Inominável é o Messias em forma de “gente como a gente”.

Não é gente como a gente. Pelo menos não como a gente com que costumo me relacionar. Há algum tempo escrevi aqui que a forma do pedido de desculpas era importante. Sim, pois, como sabemos, um pedido de desculpas é essencial para retomar, seja a amizade o relacionamento profissional ou mesmo ganhar votos – que, em resumo é o que interessa (Deus nos livre) a essa pessoa que ora ocupa a cadeira de Presidente do Brasil.

Ok, chega de mimimi: estamos, todos os 70% ou mais, que não coadunam com o pensamento grotesco desse governante, a espera de que ele consiga sentir um mínimo de empatia pelas perdas das, agora tragicamente, 100 mil famílias Brasileiras.

Que, em algum momento consiga proferir algo que nos sinalize que está pensando na saúde das pessoas – e não em fazer propaganda de remédio, acobertar milicianos, oferecer cloroquina a emas, aumentar os impostos de livros, (como ninguém pensou antes?) diminuir a taxação de vídeo games (projeto importantíssimo)! E, claro, explicar por que um amigo da vida toda, acusado de comandar durante anos um esquema ilícito no gabinete do seu filho, mandava mesada para a conta bancária de sua mulher. Mesada essa que nós pagamos, fruto do nosso trabalho.

Por falar em trabalho: ele alegou que era muito ocupado para ir a bancos – daí pedir ao amigão que se ocupasse de mandar dinheiro pra patroa. Trabalha muito ele, né? Alguém pode me apontar um só legado que tenha sido deixado por ele em 30 anos de vida pública? Desconheço.

Como Presidente, em resposta a como vê o futuro diante da tragédia que vivemos, ele diz “vamos encontrar um jeito de se safar desse problema”.

Eu hein!? Usando a linguagem tosca que ora rege o Planalto: e nós, quando vamos nos safar dele?

PS – Desculpem mais um texto com esse assunto. Prometo no próximo caprichar e falar de algo mais animador. Mas não está facinho não.




Fernando de Noronha: nem paraíso nem ecológico…

 

Claudia Matarazzo, usando óculos escuros , grandes, está junto a proa de um veleiro que navega pelo mar de Fernando de Noronha, num dia límpido de muito sol.

Paraíso preservado e tratamento de luxo – é essa a referência que mais ouvimos quando se fala de Fernando de Noronha.

É coisa nossa e, quem me acompanha, sabe da minha paixão pelo Brasil e de como priorizo destinos nacionais antes de me aventurar fora do país.

Comprei o passaporte que supostamente dá direito a todos os passeios. Não é barato mas, com a tal carteirinha, a promessa é de acesso livre ao paraíso.

Mas, de cara, ao tentar marcar o primeiro passeio, (sim alguns você tem que marcar) soube que estava lotado naquele dia. Ôps! Como assim?

Veja bem: é uma reserva e coisa e tal, mas atracam navios. E, quando atracam navios (ainda que relativamente pequenos), tudo fica mais caro, mais complicado e pior: esquecem que você entende, desde que nasceu, o famoso jeitinho brasileiro. E que não vai ser enganado – ou passado pra trás – com um sorriso simpático.

Um exemplo: a carteirinha dá acesso a tudo – mas em alguns lugares você tem que marcar a visita. Os que não precisa marcar, você só pode entrar com a presença de um guia – que custa outros cerca de R$70 a 100. E isso ninguém explica quando você compra o pacote.

Imagem da gruta de Fernando de Noronha vista de um veleiro que navega pela região. Ao fundo montanhas com muita vegetação e entre elas uma pequena gruta. O mar no seu azul brilhante .

Serviço caro e sem qualidade – qualquer viajante em um destino exclusivo sabe que vai pagar por esse luxo.

Mas me irritou cobrarem mais R$30,oo por um guarda sol na praia deserta e mais  R$20,00 por uma cadeira. O mesmo que se cobra em euros em Capri e outros paraísos internacionais.

Com a diferença que em Capri, você tem uma espreguiçadeira dobrável, com cobertura,  e passa todo o dia protegido do sol com um serviço de bar e restaurante que chega onde estiver.

Já lá, você se vira com a cadeira baixa e dobrável. O serviço é o ambulante local que estiver por perto e que, na maior boa vontade vai te trazer uma cerveja ou refrigerante se puder ou tiver (e muitas vezes não tem).

Ecológico mas nem tanto – no Rio de Janeiro, a maior parte do quiosques de praia já usam canudinhos biodegradáveis – ou não usam mais. Em Santos, São Paulo virou lei: todos os bares tem que ter canudinhos ecologicamente corretos  sob pena de multa. E já estão mudando. Então como é que, em Noronha, autoproclamado paraíso preservado, ainda se usa canudos plásticos na grande maioria dos estabelecimentos inclusive nas praias (desertas, sim, mas com refrigerantes e pequenos comércios perto)…

foto do angulo superior de dois copos com chá de maça, com muitas pedras de gêlo e folhas de hortelã e decorando um canudo colorido.

Porque vale a pena – ok, a natureza e o talento das pessoas salvam  a ilha do espírito meio mafioso que se percebe permeando as relações.

Restaurantes não faltam em Noronha mas o despretensioso Saviano se destaca: tem um peixe ao forno sensacional. E o Mergulhão, ao ar livre com uma das melhores vistas da ilha, logo acima do porto, é obrigatório por seus petiscos caprichadíssimos e caipirinhas idem.

Com o detalhe que você desce a pé e pode nadar na praia do Porto – limpíssima e sem ondas fortes.

Peixes, tartarugas e vida marinha – não fui até lá para comer, mas para ver a natureza. Porém, devido a imensas dificuldade em entrar em reservas e piscinas naturais mergulhei apenas duas vezes.

Peixes e tartarugas lá estão, além de mergulhões e outros pássaros mas, de verdade? Existem praias maravilhosas e peixes igualmente coloridos por toda a nossa imensa costa. E em lugares sem pretensão a paraíso – e por isso mesmo mais autênticos.

Claudia Matarazzo, numa das praias de Fernando de Noronha, usa cabelos presos , usa também uma saida de praia florida e um top azul. Usa óculos escuros grande e sorri.




Caudalie: na França ou aqui – desconecte e sinta o luxo

 

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Na França, na região de Bordeaux, existe um lugar assim: o Spa Vinothérapie Caudalie . Nele, é possível conciliar os vinhos da própria vinícola, harmonizados com deliciosos pratos da cozinha francesa em um ambiente elegante e informa- e o melhor de tudo, absolutamente isolado das coisas chatas.

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A foto que você vê acima não é montagem: quando estive lá, a porta janela de meu quarto abria para esse lago com a caninha e tudo. E a construção ao fundo é um dos muitos ambientes onde você pode se isolar par ler, meditar ou se entregar aos tratamentos propostos – com ou sem vinhoterapia.

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A piscina coberta permite que você se exercite e nade em água quentinha nos meses de inverno. Mas no verão ela  oferece essa vista incrível – assim como uma sombra bem vinda pois o verão europeu é abafado e quente.

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Os tratamentos variam e não estão incluídos nas diárias : mas o hotel oferece um super kit de cremes, óleos e shampoo para os hóspedes sentirem a qualidade dos produtos – que realmente são ótimos  e sofisticados. E não é uma simples amostrinha, mas um kit real que usei por meses amando qualidade e relembrando minha estada lá…

Caudalie-luxury-hotels-bordeaux-franceDurante o dia, você pode fazer caminhadas pela vinícola e, à noite, não deixe de jantar pelo menos uma vez no restaurante  anexo ao corpo do hotel ( é preciso reservar antes).

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Ok. Sei que o momento pode não estar para gastos em Euros. Mas esse luxo não necessariamente precisa estar ligado a uma experiência internacional e gastos com viagens. Aqui no Brasil temos, em Bento Gonçalves, o mesmo conceito oferecido pelo Hotel SPA & Resort Vinho Autograph and Collection .

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Como você vê na foto abaixo os ambientes são igualmente caprichados e os tratamentos seguem a linha da matriz da Caudalie.

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Há tratamentos que incluem banhos de vinhos ou não. Há as pedras quentes, massagens, gomagens e tratamentos de pele.

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O importante aqui é que você estará desfrutando de um dos maiores luxos que podemos ter: tempo para desacelerar e comungar com a natureza em contato com os nossos desejos em nossa própria companhia.

Contatos: Bordeaux, França  – email: vino@caudalie.com

Bento Gonçalves, Brasil – fone: 55(54) 2102- 7200