1

Veja como ajudar campanha para aquisição de cadeira de rodas

 mara-gabrilli-foto-george-gianni-psdb-claudia_matarazzo

Ter acesso a uma cadeira de rodas no Brasil é um dos maiores problemas enfrentados hoje pelo brasileiro com deficiência.A média de espera dessa população é de cerca de 2 anos, mas em alguns estados, como Maranhão, pode chegar a cinco. A pobreza e seus fatores são um dos causadores de grande parte das deficiências no mundo. Prova disso está nos países em desenvolvimento, onde 80% das pessoas com deficiência vivem em situação de vulnerabilidade social. É o caso do Brasil.

mara-gabrilli-campanha

“É aflitivo assistir a um cenário onde a população que mais carece de atendimentos básicos é também a que mais se depara com a miséria de boas ações e muitas vezes o descaso das autoridades. Queremos com essa campanha despertar a sociedade para essa realidade, tirando o brasileiro com deficiência da invisibilidade”, diz Mara Gabrilli, fundadora da organização.

Para mudar estes números desanimadores, o Instituto Mara Gabrilli (IMG) www.img.org.br, em parceria com a Revista Vida Simples http://vidasimples.uol.com.br/  título da Editora Caras, lançam a Campanha Roda Gigante www.facebook.com/campanharodagigante. O objetivo é angariar recursos para a aquisição de cadeiras de rodas, adaptações e outros tipos de órteses que uma pessoa com deficiência precisa para se locomover e viver com dignidade.

As doações já podem ser realizadas através do site de financiamento coletivo Kickante, no endereçowww.kickante.com.br/rodagigante. A partir de R$ 10 já é possível contribuir com a campanha, cuja meta inicial é arrecadar R$ 300 mil, o suficiente para a compra de aproximadamente 70 cadeiras de rodas.

Você já pensou na diferença que uma cadeira de rodas pode fazer na vida de uma pessoa com deficiência?

mara-gabrilli-campanha-2




Paralimpíadas além dos 2016 – vamos encarar o esporte?

Numa piscina coberta, algumas senhoras nadam, usando uniforme (maiô) na cor azul, e usam tocas da mesma cor.

Sempre tive dificuldade em falar de esportes – já que nenhuma atividade esportiva me atrai. E olha que já tentei de tudo… Mas sou da dança e da música  e,  como estas aulas sempre tem horário fixo, acabo desistindo no meio do caminho de tanto faltar.

Mas, como sempre meu maior exemplo vem de casa: assim que minha mãe se aposentou, há 7 anos, aos 61 anos, começou a fazer hidroginástica e não parou nunca mais.

São 3 vezes na semana –  e nunca falta, mesmo  resfriada, mesmo quando faz 10 graus de temperatura, mesmo quando tem outras coisas para fazer! Ela não abre mão.

Aí, não bastando as aulas de hidro, agora apareceu outra: um mix de capoeira, alongamento, artes cênicas e canto. E ela encara: 3 dias da semana faz aula dupla, uma seguida da outra, e ela faz tudo.

Claro que isso reflete em outras áreas da vida dela: hoje  tem a maior disposição para cuidar do Marcos, que fez 42 anos  esse ano. Agora,  quando viajamos é a que mais tem disposição para “bater pernas”, não gosta de resorts (se sente presa rsrs).

E finalmente, não sai de casa sem maquiagem e sem se arrumar. Aproveita tudo que a vida lhe oferece de uma forma intensa e generosa.

Ok, posso não ser do esporte mas admiro esse tipo de postura e amo assistir ginástica artística: quando vejo aquele controle total do corpo fico imaginando o quanto conseguem controlar a mente também –   dominando a ansiedade, sem crise de comer chocolate e carboidrato e aí me animo a fazer alguma coisa.  Pena que passa rápido…

Ultimamente testei o Ballet Fitness e gostei muito. Toda 3ª feira ensaio para voltar e aí ouço da minha mãe: – vai começar para que? Para sair? E aí a gente vê que mãe dá bronca em qualquer idade que a gente tenha. Elas podem….

A beira de uma piscina olimpica a nadadora Letícia da seleção brasileira de Natação, ergue seu braço direito que segura nas mãos uma medalha - Ela está sorrindo, cabelos loiros lisos e soltos

Tenho uma amiga Letícia Lucas, de Uberlândia, linda, exuberante, que  ficou cadeirante com 10 anos de idade e pratica natação profissionalmente. Vive viajando para vários países para competir e quando vem para São Paulo me dá o prazer da sua companhia.

O que a motivou a nadar foi uma trombose e, como tantas pessoas com deficiência  e sem , ela se encontrou no esporte. Nadava quando criança no Rio São Francisco e resolveu se dedicar a esta prática.

Exemplos não me faltam do quanto o esporte nos faz bem e em ano de olimpíadas nos encantamos com todas práticas e com a dedicação dos atletas e paratletas.

Assim fica a minha promessa de me dedicar a algum esporte, com disciplina, para ter vitalidade, força e, principalmente mãe, para  não ter mais ninguém pegando no meu pé!!!

Lilian C. Fernandes

Salvar




Uma nação (quase) invisível

Mara Gabrilli, tetraplégica, loura e alta de biquini exercitando-se no solario , ao sol, sobre uma toalha amarela que cobre uma bola vermelha, grande de borracha, especialmente para exercícios de pilates - ela está deitada de costas sobre a bola , enquanto a fisioterapeuta alonga a sua perna esquerda, elevando-a bem para o alto , enquanto a outra perna está em repouso sobre a bola.

Mara Gabrilli, tetraplégica, em sessão de fisioterapia.

Conheci uma parte dessa galera – que é surpreendente: não são melhores nem piores do que os que não tem deficiência aparente, mas são craques em gerenciar crises: afinal de contas, fazem isso o tempo todo, desde que acordam. Nossas colunistas Mara Gabrilli, Marian Reis e Lilian Fernandes são apenas 3 exemplos disso. E hoje, você vai entender porque ,com esse texto da Mara

Ganhamos todos! – essa seção não é pra eles e sim para dar mais visibilidade não só aos problemas, mas também as soluções de Pessoas que tem uma limitação sim, mas que estão longe de serem invisíveis ou produtivas!

Carimbe o passaporte – ao visitar a Nação quase invisível, além de começar a divulgá-la e inclui-la em roteiros de suas viagens cotidianas, você vai se surpreender com a riqueza de seus habitantes, com as variedade de escolhas de vida – alternativas que você jamais imaginaria. Tomar que você embarque nessa!

Pessoas com deficiência também fazem sexo – por que não? por Mara Gabrilli

Muitos são os mitos que ainda rolam sobre a sexualidade da pessoa com deficiência. Dizem que o “corpo” desliga e você é sucumbido à eterna ausência de prazer.

É claro que não é assim: uma das maiores curiosidades despertadas por um cadeirante é, de longe, se ele pode ou não fazer sexo. Normal. ao sofrer o acidente e ficar tetra, um dos meus primeiros medos foi exatamente esse.

Ouse pensar – não por acaso, a primeira vez que fiz sexo depois de perder movimentos foi enquanto ainda estava na UTI. Fiquei tão receosa que resolvi testar no hospital mesmo. E tive uma surpresa (muito boa!). Foi um grande alívio saber que eu ainda ficava lubrificada com o toque do meu namorado.

Quando estou namorando, penso muito em sexo. Como  pensava antes do acidente. Acho que tudo é bem mais complicado para o outro .

 Falar não ofende! É super importante rolar uma conversa esclarecedora sobre o assunto antes de rolar qualquer outra coisa. A informação nesse caso é tão importante quanto uma boa preliminar. É importante lembrar que se o corpo passou por mudanças, a principal independe da deficiência e sim da nossa cabeça.

Cada caso é um caso: aliás, como com que não tem limitação física. As mulheres cegas, por exemplo, têm uma grande dificuldade de se relacionar com homens videntes. Isso porque muita gente acredita que elas estão sendo abusadas por não enxergarem e se afastam. Bobagem: a pessoa com deficiência visual tem outros sentidos que podem ser aguçados com o ato sexual e podem ser ótimos parceiros. E sabem muito bem diferenciar intenções.

Descobri novas rotas para o prazer – passei a ter sensações diferentes. Agora, tudo que sinto em meu corpo acontece de outro jeito. O orgasmo vem por outros nervos, que passaram a fazer um percurso diferente até chegar ao “ponto G” (que pode ter mudado de letra também).

A intensidade muda – assim como o tesão e a sensibilidade. Mas isso é bem subjetivo. Amar e buscar prazer depende do quanto nos dispusemos a isso. Eu escolhi ser feliz. Com todos os prazeres que a vida pode oferecer.