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Entrevistador chama mais atenção que candidato?

Emissoras disputando quem vai levar primeiro esse ou aquele candidato.  Aff. Mas calma. Não vamos, hoje, falar de política. E sim, de como essas entrevistas são preparadas, como as perguntas feitas pelo entrevistador são para não serem (ou parecerem) tendenciosas. E como o próprio entrevistador faz para estar bem na hora da entrevista.

 

Abaixo um resumo bem resumido do colega Ruy Castro, que deu um aula de jornalismo, na sua última coluna na Folha de São Paulo:

  1. Cara neutra – o entrevistador não pode (nem deve) fazer cara irônica;
  2. Perguntas curtas e diretas – já que essas entrevistas tem tempo, as respostas precisam ser curtas e diretas também;
  3. Saber escutar e ficar atento – se perceber que o entrevistado está enrolando, interrompa-o com firmeza e diga que ele não respondeu à pergunta;
  4. Não avisar a mudança de pauta – segue naturalmente;
  5. Uma pergunta por vez – uma pergunta que se desdobra em várias ou que tenha outras respostas, facilita a vida do candidato.

Quando um candidato mente ou não fala toda a verdade, o entrevistador pode olhar no canto do da câmera…

Qualquer semelhança com a nossa realidade é a mais pura verdade!

 




Vai votar no medo ou na raiva?

 

Nunca na História desse país foi tão difícil votar. E segura que lá vem texto desabafo!

Antes de seguir deixo claro que nem penso em fazer apologia a esse ou aquele candidato – apenas uma reflexão,  que talvez me ajude a decidir.

No cenário polarizado que vemos hoje, provavelmente teremos   Haddad e Bolsonaro no segundo turno. Se assim fosse, pode até parecer fácil para alguns: Bolsonaro claro, ele é o novo, firme, não tem medo de falar o que pensa e é “ de direita”.

Como assim cara pálida? Onde é que vários mandatos como deputado definem alguém como “novo”? E o que me garante que novo é bom? E aquelas frases homofóbicas e machistas – sério mesmo que dá pra esquecer?!? Quem fala muito o que pensa fala também sem pensar. E acaba revelando justamente o que pensa de fato…

Direito e esquerda – Ah mas ele “pelo menos é de direita” ouço muita gente falar. E desde quando ser de direita, por si só garante alguma coisa? Hitler e Mussolini também eram…

Ok, ok, não vamos demonizar o capitão. Vejamos no outro polo a opção “de esquerda,”  Haddad. Nunca votei na esquerda, talvez por  vício de minha criação burguesa de família industrial e capitalista. Portanto, quando ele foi eleito prefeito em São Paulo, não achei graça.

Quatro anos depois várias coisas haviam melhorado em nosso entorno e sua gestão foi, no mínimo, equilibrada… Em seu lugar foi eleito João Dória, de direita, que largou a prefeitura 1 ano depois – e a cidade desastrosamente abandonada, em frangalhos. Eu que o diga, morando na avenida Paulista…

a foto mostra várias pessoas na av paulista, como se estivessem em uma praia. Tem mulheres de biquini, homens sem camisa, gente sentada em cadeiras de praia... Ao fundo, podemos perceber os prédios da avenida

Concordo, que é difícil votar em um partido que fez o que fez com o nosso dinheiro. E cujo líder,  ignorou a imensa popularidade que tinha (e tem) e literalmente roubou quaisquer sonhos e ilusões de valores éticos que porventura ainda tivéssemos na época de sua posse.

Por outro lado, quem viaja pelos sertões do país como eu, ouviu da grande maioria das pessoas durante todos esses anos que “ a vida melhorou” que “saí do aluguel” etc.

Incrível como, com tudo o que foi surrupiado de nosso suado dinheirinho ainda deu para fazer alguma coisa pelo povo. E nem os “de direita” reclamaram lembram?

A eleição da Raiva – pensando em tudo isso continuo sem saber em quem votar. Estamos todos com muita raiva: dos políticos, dos juízes, dos candidatos, uns dos outros…

Fora o fato que muita gente trata eleição como jogo de futebol e defende suas posições com a cega paixão de uma torcida organizada. Eu heim?

Um amigo confessou seu medo do pensamento radical e raso de Bolsonaro mas… disse ter mais medo do comportamento vingativo do PT de Haddad – pois caso ganhassem, voltariam “com sangue nos olhos”…

Menos raiva gente e menos paixão! Nem uma nem outra são boas conselheiras: ao contrário, se extinguem quase sempre no arrependimento. E o medo, paralisa e não leva a nada.

Por enquanto, entre o medo e a raiva fico com a compaixão – pelos esquecidos do nosso país evidentemente, que estão além do medo e da raiva – e quase, também, da esperança.

Duas crianças de costas , abaixadas, a menina de blusa branca e o menino tem uma bandeira do Brasil supere as costas