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Ainda o Home Office

Quem diria que o sonho chegaria em meio a um pesadelo pandêmico e, rapidamente, de solução passaria a fardo difícil de carregar para muitos? Assim é: o utópico “trabalhar de casa” tornou-se uma prova de “se vira nos 30” – ou melhor, nas 24 horas do dia.

Tenho recebido centenas de mensagens com pedidos de como conversar com a chefia de maneira a não parecer uma queixa sem fundamento. E todos com os mesmos problemas.

Estamos nos ajustando em meio a uma pandemia que ainda não acabou e a uma séria crise de emprego – além de econômica. Não é para menos que estejamos estressados e por um fio.

Mas temos que nos organizar e reivindicar antes que seja tarde – e depende apenas da gente mesmo. Abaixo algumas das principais queixas – e sugestões para solucionar pelo menos em parte.

Excesso de reuniões – não apenas acontecem coladas umas as outras como também em horários esdrúxulos. Ora, entre uma e outra, que tal tentar deixar 15 minutos ou até 30 livres? Para que a turma de casa possa se organizar e até mesmo produzir com mais eficiência…

Expediente sem hora para acabar – é cruel: as mensagens e demandas invadem nosso quarto antes mesmo que tenhamos escovado os dentes e nos vemos respondendo ainda na cama e mal despertos. Não apenas não se tem mais “vida pessoal” como já não desfrutamos mais nem mesmo de nosso espaço pessoal.

Sugiro aos gestores, chefes ou mesmo colegas ansiosos que evitem áudios de madrugada (ou muito cedo) ou que os legendem para que saibam a) do que se trata e b) se podem ouvir mais tarde (e a maioria das vezes é possível). Dessa forma facilita muitíssimo a organização do tempo.

Priorizar – estamos aprendendo na marra e esse é o segredo para ganhar tempo: saiba o que fazer e quando e atenha-se a listas e cronogramas do dia. Parece loucura, mas funciona lindamente.

Com quem devo reportar problemas? – cada empresa tem um esquema e um modelo. Nas pequenas, convém sempre conversar antes com o chefe direto – que é quem pode ajustar melhor a demanda. Se é um problema recorrente, relativamente simples, mas que atinge a todos, uma boa ideia pode ser conversar antes com os colegas e como uma frente unida falar com o RH.

A importância do presencial – muitos gestores já perceberam que é importante sim, continuar com o trabalho presencial pelo menos alguns dias por semana. Não apenas para que as equipes interajam, mas também porque é a única maneira de todos “sentirem” e conhecerem melhor suas equipes. Isso é de especial importância para os jovens que acabaram de entrar em primeiros empregos nesse momento tão delicado.

Beleza – mas é essência ter clareza nas regras desse modelo híbrido para não gerar mal-entendidos e inseguranças – ninguém merece mais disso hoje em dia, concorda?

Pense nisso pois, se ninguém apontar o problema ele continua invisível e, pior, só vai incomodar cada vez mais.

 

 

 




Como fazer para ser um Chefe popular e respeitado…

 

 

 

  • Quem disse que é fácil? Nessa posição tudo é observado, analisado, criticado e mais: aumentado em seu reflexo e consequências. Por isso mesmo não custa prestar atenção a detalhes que fazem sim, muita diferença…
  • Cumprimentar clientes atrás da mesa – estabelece poder, mas também passará imagem de dominador e impenetrável, e prejudica qualquer tentativa de uma conversa honesta ou franca.

  • assuntos fora da rotina – como encontro com clientes, receber para reunião ou uma entrevista – receba em pé
  • Conversas sobre orçamentos, reuniões ou relatórios – não tem problema se  ficar sentado atrás da mesa
  • Bate Papo – é bom para conhecer sua equipe. Ajuda seus funcionários a se conectarem com você. Só não exagere.

 

Gírias nos e-mails – sua esposa, marido ou filhos entendem o que “kd” significa quando você envia uma mensagem de texto, mas em um e-mail para clientes essa prática é interpretada como desleixo e inadequação. E-mails são cartas comerciais. Emoticons nunca!

Elogios – alguns chefes acham que economizar no feedback positivo incentiva os funcionários a se esforçarem mais e melhora a qualidade da produção. Errado! Um projeto bem feito deve ser reconhecido, elogie e torne isso uma prática regular.

Comentários sobre roupa/visual  – não diga para um funcionário, especialmente do sexo oposto, ‘Eu amo a sua camisa’. A frase pode ser mal interpretada. Simples assim.

 

Vista-se de acordo -como chefe, você irá definir o tom para a vestimenta de trabalho. Suas roupas devem cair bem. Nem muito grandes nem muito apertadas. Cada área e setor possuem o seu perfil, o importante é não ser o destaque do mês – o menos é mais, sempre !!!

Redes Sociais – quando seus funcionários ou clientes usam as redes sociais, querem se divertir e se conectar com pessoas de fora do escritório. Se um chefe adicioná-los, eles podem se sentir nervosos sobre o quê compartilhar e quem adicionar. Mas, se seus funcionários chegarem a você, vá em frente e aceite.

Expressão Facial –uma boa cara de jogador de poker ajuda nas negociações. Da mesma maneira, você deve sempre trabalhar sua “cara de chefe”.  Mas atenção : Chefe carrancudo afasta. Chefe que sorri o tempo todo, cria uma atmosfera muito informal. Aposte no meio termo: expressão de atenção concentrada, com um sorriso quando necessário

Fofocas – não fale muito de sua vida e tente evitar perguntas sobre questões pessoais aos funcionários. Fale sobre negócios, a concorrência, ou outros grandes temas.

Rumores internos –  esclareça o assunto com as pessoas envolvidas. Chefe fofoqueiro parece –  e é –  indigno de confiança!

Ref: Jacqueline Whitmore, presidente do Etiquetteexpert.com

Susan Sommers, da consultoria Dresszing