Escola doméstica: estabelecimento (ainda) pioneiro há quase 100 anos.
Até aí, confere: as mulheres dessa região são conhecidas pela sua visão de vanguarda e coragem – para dizer o mínimo.
Há algum tempo atrás visitei a escola, e tive o prazer de conhecer d. Noilde Ramalho, que foi sua diretora, por mais de 60 anos até falecer em 2010.
Currículo invejável – todas seguem o currículo estabelecido pelo MEC – e há um índice mais do que satisfatório de aprovação no curso superior.
Mas o melhor são aulas extra curriculares como as de culinária – com direito a uma cozinha industrial, aprendizado de elaboração de cardápios e aula de dobradura de guardanapos.
Brincando de casinha, aprendendo para a vida – toda semana, duas alunas, na faixa dos doze ou treze anos se revezam por cinco dias no prédio batizado de “Meu lar”. Uma casa com quarto, cozinha, sala e banheiro onde elas cuidam desde a limpeza até a arrumação e preparo do jantar para o qual convidam um familiar por noite.
Exemplos que ensinam – as mesmas alunas revezam-se em duplas em outra casa, o berçário, onde a Escola atende bebês de famílias carentes que passam o dia lá. Antes de cuidarem na prática das crianças, as alunas tem aulas sobre cuidados com os bebês e maternidade responsável.
Visitei no campus, as instalações de aulas de informática, entre outras, mas confesso que não vi alunas alienadas com tablets ou smartphones.
Se estiver se perguntando para que serve aprender a dobrar guardanapos, cozinhar e cuidar de crianças em uma época onde todos os serviços são terceirizados, pense melhor.
E vai entender que, não por acaso que o maior índice de mulheres com liderança não apenas política, mas também social e comunitária, se encontra no Nordeste.
E, coincidência ou não, o estabelecimento formou inúmeras prefeitas, governadoras e primeiras damas. Prova de que esses detalhes na formação de uma pessoa fazem toda diferença do mundo vida afora.