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Normal, mediana e feliz

Essa depressão é causada pelas imagens das redes onde todos são felizes: mulheres magras e bem vestidas, homens sarados, bebês sorridentes e comida espetacular! No Instagram não basta ser algo: tem que parecer e postar – muito claro!

Não é à toa que grande parte das pessoas acaba se deprimindo por comparar tudo isso a sua vidinha aparentemente sem interesse, sem grandes viagens, onde o ponto alto é saborear uma pizza de vez em quando, assistindo a alguma série de TV. Nada de mar azul, cavernas e muito menos tanquinho bronzeado. Apenas uma sequência de dias onde a programação mais urgente é organizar a casa, abastecer (fazer supermercado), conversar com os filhos (ou atender aos pais mais velhos – ou os dois) e trabalhar. Sim, trabalhar, pois existem contas a pagar.

Como  tem gente que tem acesso a tudo isso e eu a quase nada?” é a pergunta que tristemente se fazem. Na verdade, ainda que tivessem acesso a todas as imagens mostradas nas redes, grande parte das pessoas não seria feliz. Porque essas são imagens projetadas por desejos e sonhos de outras pessoas.

Mas qual é o seu? E se o seu desejo não vai além de saborear aquela pizza deliciosa e ficar horas na rede lendo um bom livro? Quem te obriga a perseguir essas imagens ilusórias e exigentes? Um dos segredos da felicidade é encontrar satisfação do dia a dia e não na viagem dos sonhos – que pode nunca acontecer. Na companhia de amigos e familiares que nos entendem e não naquele amor complicado e que te mata de sustos e aflição – apesar da paixão.

É melhor ser feliz  com o que você  escolheu do que passar pela vida com o olhar nas estrelas sem perceber a beleza da relva, da areia e até das pedras do caminho.

E como é a satisfação do dia a dia? Varia de pessoa para pessoa, claro. Mas, é preciso entender que depende só de você encontrar belezas ocultas na sua rotina. Ou colocar mais graça nela.  Ou fazer pausas para simplesmente desfrutar essas pequenas alegrias. Sempre depende da gente.

Comece por  permitir-se desfrutar desses pequenos prazeres. E arrume tempo para isso e para eles. Depois entenda exatamente o que te dá prazer ou o que faz diferença em seu dia. E agregue, sempre que possível, uma dose dessas alegrias. Não se incomode em não estar em sintonia com o que você vê nas redes. 99% das pessoas também não está. Mas é importante que você entenda que essa é a sua escolha e não fruto de uma exclusão.

Ao tomar as rédeas do seus desejos, sejam quais forem sem dar satisfação de suas escolhas a ninguém você terá alegrias muito mais intensas e significativas  – afinal você  escolheu e formatou esses momentos – e a rotina torna-se muito mais gratificante. Ah, e postar ou não essas imagens é totalmente opcional – pois para você não fará a menor diferença!




Moda adaptada – Existe isso?

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No máximo se consegue via internet ou acabamos por nos se render a roupas sem graça e difíceis de vestir!!

Gente, visual é importante, é nosso cartão de visitas! E vestir-se bem e deve ser permitido a todos com ou sem deficiência.

 

 

Desenho em preto e branco de sapato de baile forrado com renda e cristais delicadamente bordados com salto fino e muito alto com pedras esféricas incrustradasComo é que o mercado de Moda no Brasil , que movimenta mais de 50 bilhões de dólares por ano ainda não acordou para isso?!!

Ora, temos grandes estilistas, especialistas, faculdade de moda, designer, incentivos, matéria prima etc. Só faltam as empresas acreditarem!!!

Não dá mais para ignorar esse segmento – um novo olhar para uma moda, de fato mais abrangente, humanizada, não segregadora e sim, acolhedora, tem sido o foco de estilistas na Europa e Estados Unidos.

Aqui no Brasil vemos isso timidamente – através dos concursos de moda inclusiva e dos incentivos a projetos acadêmicos. Mas é preciso mais.
Vestir bem vai muito além da vaidade – para quem qualquer tipo de limitação, as dificuldades são inúmeras Um exemplo: a falta de etiquetas em Braille que indiquem a cor e o tamanho daquela peça a ser escolhida. É uma coisa simples – que mas que garante uma preciosa independência a quem não enxerga.

Cinderela sobre Rodas – para ilustrar como as pessoas pensam, relato a confissão de meu amigo sobre minha vaidade com o que uso nos pés:
“Engraçado, quando te vi com esses saltos altos enormes na sua cadeira pensei logo, pra que? Se não vai andar. Fiz a pergunta e logo respondi, pra mim mesmo, deixa de ser idiota! Sapatos de saltos altos não são feitos pra andar (são desconfortáveis), foram feitos pra embelezar, pra dar sensação de poder.”
Ufa, ainda bem!

 

mariana_reisA Bailarina Mariana Reis, tornou-se cadeirante aos vinte anos. Tornou-se Administradora de Empresas e Educadora Física. É Pós Graduada em Gestão Estratégica com Pessoas e em Prescrição do Exercício Físico para Saúde pela Universidade Federal do Espírito Santo. É também atriz, colunista do jornal A Tribuna de Vitória, professora universitária, técnica e árbitra de ginástica artística. Atua como consultora em acessibilidade e gestora na construção e efetivação das políticas públicas para a pessoa com deficiência em Vitória. Acredita na sedução diária de superar limites e ir além do que nos impede – não as pernas, os olhos, os ouvidos – mas o cotidiano. Afinal, temos todos medo de enfrentar o mundo e suas barreiras. E todos temos obstáculos. Vamos encarar?