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Quando uma Casa não basta

BICASAS, pessoas com segundas casas – grupo que me incluo e que observo estarrecida a falta completa de consciência, cidadania e, claro, o mais simples e puro bom senso.

Eles têm casas na praia ou no campo e, assim que viram que a quarentena iria durar, ficaram num ir e vir de suas casas como se fosse uma temporada extra de férias.

É o pavor de se ver limitados a uma só casa?!

Falo pelos meus 105 vizinhos do condomínio de nossa casa no Litoral Norte de São Paulo – além de outros conhecidos e familiares.

Viajar não é uma opção – quando questionei minha vizinha da praia ela rebateu: ah, mas só a gente na praia não tem problema, tem?

Tem, claro. Em uma semana eram ela e todo um Maracanã de proprietários circulando pelas praias do Litoral Norte, enquanto os prefeitos desesperados faziam apelos para que todos não descessem a Serra. Em pouco tempo os apelos se tornaram proibição de ir a praia com direito a multa e prisão.

Quando vocês voltam? – perguntei a uma amiga que me ligava querendo saber como estava. Pasma, ouvi que o marido tem ido e voltado de 3 em 3 dias para fazer supermercado, farmácia… pois em Sampa tem mais estrutura…

Que mal tem isso? MUITO! São Paulo é um foco de Covid-19. O sujeito vem, circula com ou sem máscara, não importa – mas traz comida, caixas e leva para sua casa de praia. Beleza. Se, por um azar do destino descer algum bichinho junto e ele e a patroa pegarem Covid-19, não tem problema; entram no carro e sobem a serra. E tentam uma vaga em algum dos muitos hospitais da cidade.

Deixam para trás a casa infectada. O caseiro/a que se não estiver, vai pegar ao limpar a casa – e muito provavelmente outros com quem tenham tido contato.

Esses trabalhadores ao contraírem Covid-19, fatalmente a espalharão para a família e comunidade e… adivinha?? Não podem subir a serra para se tratar. Contam só com o precário sistema de saúde local que, muitas vezes nem pronto socorro tem.

O que adianta falar em fazer o bem, plantar árvore, mandar vídeo de cantoria em homenagem aos profissionais de saúde e agir dessa forma leviana, egoísta e ignorante?

Qual será a parte de isolamento social que os BiCasas não entenderam? Não pode ser tão ruim assim ficar em suas próprias casas, aturando a própria companhia ou dos filhos, parceiros e pais (que precisam de cuidados extras e não merecem ser abandonados com cuidadores enquanto eles vão “respirar” ar puro).

Não estou julgando. Ok, estou. E desabafando. E pedindo que, se você, como eu for um BiCasa, fique na primeira delas.




A vez da Consciência

 

Com a quarentena e o foco do planeta voltado para o Covid19, escrever sobre algo que não seja isso ou a agressão do dia do Presidente ou os números subnotificados de doentes é um desafio e tanto.

Que o comportamento da humanidade vai mudar não resta a menor dúvida; outros valores, outro tipo de consciência, outro padrão (e patamar) de consumo e negócios.

Na Moda isso já vinha acontecendo: marcas inovadoras estão na vanguarda da moda ética e hoje, a indústria mais ampla está tomando nota.

Porque reciclar – é fato que quase um quinto das roupas acaba em um incinerador ou aterro sanitário apenas um ano após a fabricação! Comprar roupas não é mais um passatempo inofensivo.

Consciência essa que começa a despertar: o site de pesquisa de moda Lyst registrou um aumento de 47% em compradores procurando de algodão orgânico ou couro vegano no ano passado…

O público não se restringe mais apenas a “upcyclers” ou “zero wasters”. Além de ativistas e inventores de tecidos, há o consumidor final que agora começa a garimpar e conhecer novas marcas e etiquetas que, se não chegaram a cidade ou região podem inspirar outros selos jovens.

A Econyl é um dos exemplos de marca que oferece um ótimo design – e que, junto a outras pode mudar a forma como a indústria mais ampla pensa sobre moda.

Transformando em trajes de banho as redes de pesca que podem ser infinitamente recicladas, em pouco tempo chamou a atenção de criadores como Stella MacCartney – entre outros.

Considerando que uma média de 64.000 toneladas de redes de pesca são deixadas no oceano a cada ano, dá para imaginar o quanto um país com a nossa imensa costa oceânica poderia transformar e ajudar as comunidades ribeirinhas tanto com o material quanto capacitando nossas talentosas e criativas artesãs?

Filantropia com os lucros – a marca de Shafiq Hassan, distribui 90% dos lucros assim: as pessoas que fazem as roupas, em Bangladesh e na Turquia, ganham 5%, as pessoas que constroem a marca ganham 5%, e o resto é dividido entre quatro instituições de caridade, que os consumidores ajudam a escolher. A etiqueta de cada peça há um código que os compradores digitam no site para votar em seu beneficiário preferido.

Segundo Hassan, para ser um agente de mudança é preciso compartilhar empatia, compaixão e valor – dando poder e voz às pessoas. Inspire-se!

 

 




O que você vê pela janela?

 

monge budista tibetano, vestindo seus mantos sagrados na cor marsala, está de pé com as mãos unidas junto ao peito junto a uma ampla janela do tempo por onde entra uma grande luz.

Me surpreendo a cada instante quando me dou conta do quanto estamos tendo tempo para fazermos coisas que a correria do dia a dia e as cobranças impostas pelo trabalho, e até por nós mesmos, nos impediam. Por outro lado me assusto ao ver pessoas que se negam a estar em reclusão para estar de volta a suas rotinas, que muitos dizem, desgastantes.

Ganhamos esse tempo livre que tanto sonhávamos, mas não sabemos o que fazer com ele, né? Parece que o egoísmo de querermos nos dar esse tempo ao invés de nos impor, nos faz arrastar e não compreender a transformação de tudo que bate às nossas portas.

Muitos se queixam da prisão em que se transformaram suas casas e não enxergam a oportunidade grandiosa de mudança interna que ela pode trazer. Aliás, tem lugar mais apropriado para essa transformação? Há pessoas melhores para essa referência do que nossos familiares?

A vida pisou no freio – será que podemos enxergar esse momento como uma chance de recomeçar? Me junto aos que têm consciência do sofrimento de quem tem que pagar as contas, sustentar a família e tantas outras necessidades infinitas. Mas esse calendário sem regras parece que está nos dizendo que entende isso também. Só impõe uma nova regra: daqui pra frente será diferente. A grande saída é se ajustar ao grande momento de mudanças que bate à nossa porta e não somente ajustar a rotina.

“Compositor de destinos

Tambor de todos os ritmos

Tempo, tempo, tempo, tempo

Entro num acordo contigo”

Escuto a música “Oração ao Tempo”, de Caetano, enquanto observo. Hoje é quarta e pode parecer qualquer dia porque todos os dias eu escolho me adaptar a eles, qualquer que seja a circunstância. Para finalizar, deixo pra você uma reflexão que, independentemente do dia, pode ser como um alento para aqueles que omitem sentir e viver o aqui e agora.

“Fica bem.

Fica com disposição.

Fica com o coração tranquilo.

Fica na esperança.

Fica na cama.

Fica na cozinha.

Fica no sofá.

Fica triste, tudo bem.

Fica alegre de novo.

Fica pensando.

Fica escrevendo.

Fica normal.

Fica na loucura.

Fica no vazio.

Fica na mansidão.

Fica firme.

Fica mais.

Fica, vai ter futuro.”

(Elisa Quadros)

 

 

 




Missão em Tempos de Guerra

E COMO PODMOS AJUDAR? Fique em casa, fique em casa, fique em casa. Fique Em Casa. Fique Em Casa. Fique Em Casa! Fique em casa. Fique em casa. Fique em casa. Fique em casa. Qual parte é difícil entender?

 

Quando ficamos doentes chamamos um médico e confiamos na sua receita. Frente a uma pandemia vamos acreditar no médico ou em um Capitão com passado nebuloso na corporação por mau comportamento? O Ministro da Saúde e médico. Tenho vários amigos médicos. E a recomendação de TODOS frente a essa tragédia mundial é uma só:

Fique em casa, fique em casa, fique em casa. Fique em casa. Fique em casa. Fique em casa! Fique em casa. Fique em casa. Fique em casa. Fique em casa!

Arriscar para quê? Pense Nisso. Escolha a vida. Pagar para ver é risco de morrer. Pessoas alavancam trabalho. Vivas. Mortas, não servem para fazer subir a Bolsa ou melhorar a economia. Pense nisso. Proteja sua Família e mais 240 milhões de pessoas. Acredite na ciência!

Fique em casa, fique em casa, fique em casa. Fique em casa. Fique em casa. Fique em casa!

Pense quantas vezes você disse que amava sua casa, seu lar, sua família! Chegou a hora de viver essa experiência e, de quebra, ajudar de fato o País!

O Covid19 – Super Vírus, poderoso e democrático: não entende a diferença entre Mito, mentirosos, milicianos, cientistas, artistas, crédulos ou bem intencionados. Ataca e se alimenta de todos. Principalmente da ignorância. E mata tá

Fique Em Casa. Fique Em Casa. Fique Em Casa! Fique em casa. Fique em casa. Fique em casa. Fique em casa!

Iranian Firefighters disinfect streets in the capital Tehran in a bid to halt the wild spread of coronavirus on March 13 2020.

Em tempos de Guerra – nações se unem e torno da sua liderança e se fortalecem com a solidariedade. Nossa tragédia maior: liderança tresloucada e perversa – e o país fragmentado, se afogando em inúteis e pequenas disputas. Quebre essa corrente. Fique em casa. E que Deus nos ajude. Aliás, dá para rezar em casa – seja para quem for.




Home Office

Muitas empresas decidiram não parar e pediram para que seus funcionários trabalhassem de casa, o famoso Home Office. Mas… será que você sabe realmente como deve ser esse tipo de trabalho?

Num quarto , a esquerda um armário, com roupas , sapatos, a direita, uma mulher loira, está sentada diante de uma mesa. Ela usa o notebook. Ao fundo uma luminária acesa dá um ar de beleza ao ambiente.

Para muitos, é uma situação nova e como sempre, tudo que é novo, assusta… mas fique calmo. Seguindo algumas regrinhas, você vai tirar de letra (alguém ainda usa essa expressão? Bom, eu uso rsrs).

Tire o pijama – não precisa colocar terno e gravata, nem aquele salto alto. Uma camiseta e uma calça confortável já está bom, só não pode ser pijama. Pois seria o mesmo que trabalhar na cama.

Nada de cama/sofá – acredito que é explicativo por si só, né? Escolha um lugar confortável e principalmente tranquilo, onde não será constantemente atrapalhado.

Sem distração – eu sou movida a música e me concentro melhor ouvindo, eu não me incomodo se tiver uma música ambiente baixinha. Mas nada de TV e se puder feche a porta do cômodo e avise as pessoas da casa (se morar com alguém) que está em “modo trabalho”.

Pausa para o cafezinho – ok, ok não é apenas para o café nem ir ao banheiro. Mas de tempos em tempos, dê uma pausa para relaxar. Brinque com o cachorro, fale com alguém da casa… algo que te distraia um pouco para voltar mais energizado para o trabalho.

Tenha hora para começar e terminar – siga em casa como no escritório. “Bata o ponto” normalmente. Se não conseguiu finalizar algo nesse tempo, desconecte e espero o outro dia. Simples assim!

Está bem, no começo é meio estranho mesmo. Mas vamos ver o lado cheio do copo? Não nos estressamos com o trânsito, não passamos horas nos arrumando (mais mulheres, no caso) e o mais importante no momento. Ficamos em casa, isolados e podemos conter a pandemia.