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Como assim, para cego ver?

Rosto de um mulher com os olhos vendados por um pano branco. Ela tem tranças de seus cabelos nas laterais da cabeça.

“Descrição da imagem pra cego ver”.

Muita gente não sabe, mas com o auxilio de programas de leitores de tela, os cegos conseguem ter acesso, em áudio, ao conteúdo em formato de texto. No entanto, as fotos precisam ser descritas para que o usuário consiga identificar o que traz a imagem.

Não é magia nem tecnologia:  e sim algo muito simples que pode ser aplicado em vários meios de comunicação. Ao postar uma foto, você pode descrever o cenário e todos os componentes dessa imagem.

Por exemplo: quem são as pessoas que estão na foto, o que elas vestem, a expressão facial elas… Com esse simples descritivo, estamos criando a possibilidade que o cego “veja”, no sentido de ter acesso ao conteúdo que está na figura. Ou seja, para que ele, mesmo que de maneira abstrata, enxergue.

Muito além do braille –  é fato: hoje, os recursos de acessibilidade para os cegos também se converteram para novas plataformas, que vão muito além do famigerado e conhecido método braille.

Faça sua parte – nós, como usuários, também podemos ampliar esses acessos. Sempre vale uma mãozinha, mesmo onde há tecnologia. Desde que comecei a descrever minhas fotos, #PraCegoVer passou a ser adotada por várias páginas e canais.

Ainda assim, a pessoa com deficiência visual padece com a falta de visão de alguns mercados, inclusive o editorial. Para se ter uma ideia, menos de 1% das obras publicadas no mundo é convertida em formatos acessíveis!!!

Quantos cegos não são subtraídos de conhecer boas histórias? Pois é, o mesmo vale para as imagens não descritas. Você sabia que nesse blog todas as imagens que você vê estão descritas em um campo especial?

cegos-internet

Pois é: assim como uma rampa ou elevador resolvem facilmente meu problema de locomoção, recursos como a audiodescrição e a descrição de imagens podem fazer a diferença na vida de uma pessoa que não enxerga.

Finalmente, ao descrever uma imagem estamos explorando nosso vocabulário, nossa capacidade de narrar detalhes, de síntese e principalmente nosso olhar. Com isso, nossa narrativa fica muita mais ampla e rica. Sem contar que proporcionar esse universo a uma pessoa com deficiência visual é gratificante e não requer nada – além de boa vontade. E só não vê quem não quer.

E aí, que tal começar a treinar por esta foto aqui do post?