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Velho x Idoso

Quando escolhemos falar em “velho” ou “idoso”, estamos diante de uma diferença importante na maneira como enxergamos e tratamos essas pessoas.

Apesar de se referirem à mesma etapa da vida, esses termos carregam sentimentos e percepções distintas, que podem afetar diretamente essas pessoas. A escolha das palavras influencia a forma como são vistas pela sociedade e, o mais importante, como elas próprias se percebem.

O que significa chamar alguém de “velho”? Embora o termo seja tecnicamente correto, é frequentemente associado a conotações negativas. Evoca uma sensação de desgaste, perda de valor e até inutilidade. Ao chamar alguém de “velho”, ainda que sem intenção, estamos diminuindo essa pessoa e a reduzindo à ideia de que, por causa da idade, ela não é mais capaz ou relevante. Isso apenas reforça estereótipos e preconceitos, levando ao preconceito etário, onde a idade avançada é vista como uma desvantagem ou um fardo.

Já o termo “idoso” transmite  respeito – ele reconhece a trajetória de vida, a experiência acumulada e a sabedoria que vem com os anos. É uma palavra que dignifica, reforça o valor da pessoa, em vez de minimizá-la por sua idade. Quando usamos “idoso”, estamos destacando o papel importante que essa pessoa ainda pode ter na sociedade. Reconhecemos que, apesar da idade, ela continua a ter relevância e pode contribuir de maneira significativa para o bem-estar coletivo, seja com sua experiência de vida, seja com seus conhecimentos.

Sugere inclusão e é amplamente usado em contextos formais, como em políticas públicas e discussões sociais, onde se enfatiza o cuidado e a proteção dos mais velhos, sem que isso signifique retirar-lhes autonomia ou diminuir suas capacidades. Ele reflete a ideia de que a pessoa idosa faz parte ativa da sociedade e merece o mesmo tratamento digno que qualquer outra pessoa.

Pode parecer um detalhe bobo, mas, escolher chamar alguém de “idoso” é uma maneira de reconhecer a dignidade e o valor contínuo dessa pessoa, promovendo uma sociedade que respeita todas as idades e fases da vida com uma convivência mais justa e harmoniosa. Pense nisso.




Você já ouviu falar em Etarismo? Sabe o que é???

Que triste. Aliás, tristíssimo. Como qualquer tipo de preconceito.  Mas, ele existe e infelizmente está bem presente na sociedade brasileira.

E não apenas contra pessoas de “idade avançada“, mas cada vez mais contra qualquer um que ultrapasse os 30, 40 anos.

Eu fico me perguntando: que sociedade é essa, que despreza (conscientemente ou não) a vivência, a sobrevivência, a experiência, a sabedoria. Só pode ser uma sociedade doente.

Tudo bem, é maravilhoso ser jovem, o viço, a força, a alegria de viver. Tudo isso é delicioso e encantador. Mas, também há o outro lado da moeda. A falta de  experiência, maturidade e independência, normalmente presentes na juventude. E está tudo bem, tudo certo. Elas virão com o tempo.

Todos nós já fomos jovens e nos lembramos, na maioria das vezes, com saudades de nossa juventude.

A juventude é maravilhosa, assim como a maturidade! A maturidade dos 40, 50, 60 e poucos anos.

Não há demérito algum em não ser mais jovem. Aliás, querer a juventude eterna é utopia. Que na prática, muitas vezes leva aos exageros e ridículos da vida.

A vida passa e nós envelhecemos com tudo a que temos “direito”.

Nos tornamos mais calmos, mais sábios, mais tolerantes. Ou não! Vai depender também dos aprendizados individuais.

Mas, há grande chance de isso acontecer para a maioria. Tomara…

Nós precisamos urgentemente repensar essa postura social generalizada, horrorosa e injusta, de Etarismo.

Precisamos aprender a enxergar as realidades da vida e mudar nossos próprios conceitos.

Tenhamos como exemplo a sociedade japonesa, que honra e valoriza seus não jovens. Que os mantém inseridos em seus contextos familiares e sociais, fazendo uso de suas competências adquiridas com a vivência. Quantas diferenças em relação a nossa doente sociedade brasileira.

Nós que já passamos dos 40, 50 (quando tantos e tantos morrem antes), precisamos aprender que somos sobreviventes de valor e experiência. Não há necessidade alguma em omitir ou mentir a idade.

Pintar os cabelos brancos? Apenas se for mesmo uma questão de estilo e nunca para os esconder.

Vamos pensar sobre isso? Tenha orgulho da sua idade. Da sua vida. É libertador

Eu sou Astrid Beatriz, tenho 52 anos e cabelos prateados. Me orgulho muito da senhora em que me tornei. Me acho o máximo!!!

 

Escrito pela Professora Astrid Beatriz Bodstein