Escolhi as reclamações mais recorrentes para alertar os homens pois, embora não pareça algo tão importante, aparência e primeira impressão contam muito e, mesmo que não estejam querendo agradar especificamente alguma mulher, é sempre bom lembrar que elas estão em todo o lugar desde a escola dos filhos como professoras ou diretoras, na chefia de empresas e, claro em todas as rodas sociais e familiares…

Camiseta Regata – a campeã das reclamações me fez pensar que, por morar em um país tropical e com milhares de quilômetros de costa, acabamos por normalizar o uso de algo que, até pouco tempo atrás, era uma peça íntima masculina. Ok elegante não é masssss, em algumas situações como praia, restaurantes na areia, piscina em áreas esportivas e externas de resorts, dá para abrir uma exceção, afinal, nós mulheres usamos o ano todo regatas em todos os tecidos e modelos e ninguém fala nada…

Sem camisa a mesa, dirigindo e na churrasqueira – nesse caso concordo com elas: ninguém é obrigado a compartilhar a mesa, carro ou qualquer outro espaço com um marmanjo seminu com fios de transpiração escorrendo axilas e dorso abaixo. E nesse ponto a regata ajuda e parece quase um traje de festa…

Camisa de time em shopping – adoro futebol, mas concordo com a reclamação: nem em shopping e nem em outro local público que não seja o estádio ou jogo entre amigos.

Chinelo – mais uma vez estamos em vantagem: podemos usar centenas de modelos de sandalinhas de dedo e tamanquinhos leves e eles não podem usar chinelos?! Pensando bem, não: precisam antes aprender a escolher os mesmos e, principalmente entender que são usados nas mesmas circunstâncias das regatas ou em casa – mas de barba feita, e roupa limpa de preferência…

Boné – calma: existem bonés bacanas, bem-acabados e proporcionais a cabeça que vestem super bem complementando o visual do sujeito. Mas os bonés vagabundos, velhos, emprestados dos filhos acabam sendo a esmagadora maioria. Assim como a maior parte dos homens não entende a diferença entre um e outro e acabam usando mal e o tempo todo…

Perfume em excesso – pecado feminino também. É preciso aprender a escolher e depois borrifar: escolha algo mais leve para o dia e, se borrifar, é apenas uma vez! Perfume que invade é insuportável.

Joias grandes – e em excesso – nem preciso dizer que aqui, mais uma vez, para homens e mulheres, menos é mais. Muito menos no caso deles…

Pois é, rapazes, somos muito exigentes ou será que dá para vocês elaborarem mais essas questões? Talvez seja uma abertura para revelar – com muita delicadeza e jeito – o que nós mulheres fazemos sem perceber e que vocês acham… inadequado!

Explico: depois de 2020, os eventos virtuais e a possibilidade de participar de praticamente todo tipo de reunião de forma remota foi uma grande conquista. Afinal há muita economia de dinheiro de passagens e diárias de hotéis, tempo e energia.

A volta do Presencial – ora, somos humanos, gostamos da troca de olhares ao vivo, de entender o tom da voz de perto e nada substitui a energia de um encontro presencial – seja ele profissional, amoroso ou social. E em 2023 os eventos presenciais profissionais voltaram: feiras, convenções, fóruns ….

O Novo presencial – Aí recebemos o convite virtual com um extenso cadastro a ser preenchido em caso de aceitarmos participar. Uma vez preenchido, nos apressamos em anotar e bloquear datas, se preciso for reservar passagens e…eis que, há uma semana do referido evento, praticamente de malas prontas, recebemos uma comunicação virtual dizendo que, “devido ao grande número de pessoas que aceitaram participar, não haverá espaço para todos e que, então eles estão disponibilizando o link x, y, z para que você possa acompanhar distância”

Fica oficializado o desconvite!!! Oi??? Além da extrema grosseria e descaso de convidar e depois mandar dizer que “não vai dar”. Isso é péssimo para a empresa anfitriã, pois longe de organizar, cria um ruído desnecessário gerando insatisfação, uma “classe B e C “ de convidados, e o pior, os demais parceiros de tais feiras e convenções, que muitas vezes esperam aquelas pessoas em seus stands ou espaços (pois os mailings são cruzados e construídos para agregar) acabam ficando na mão e sem a presença do representante daquela empresa ou marca!

Finalmente, como ficam as despesas com reservas, passagens etc.? Multiplicado por muitas empresas convidadas, gera um gasto considerável (e evitável), pior ainda no caso de profissionais liberais.

Tem solução – sempre tem. Comece por contratar uma boa empresa de RSVP: atualize o mailing, faça um briefing detalhado e divida os seus convidados entre aqueles que moram mais longe e talvez até prefiram participar virtualmente.

Mande os convites presenciais e virtuais: a diferença é que será feito um controle de confirmação ativo (e não eletrônico e burro). Em alguns casos – sempre orientados pela empresa anfitriã, vale a pena perguntar se a pessoa prefere ir presencial – dando a entender que disponibilizam o link por ser mais prático, etc. E não contrário: convidar e depois dizer que você realmente não cabe, pois é classe B e precisa priorizar os VIPs.

Uma comunicação telefônica ou virtual bem-feita, é a diferença entre a pessoa sentir-se prestigiada ou um nada – que é o que ocorre quando há o desconvite. Simples assim. É a diferença entre uma empresa séria e outra com gente que se acha esperta improvisando dessa forma. Pense nisso.

Há uma série de variáveis sobre esse assunto, algumas mais outras menos rigorosas – dependendo da ocasião e do grau de formalidade. Por exemplo:

Em restaurantes informais – e ocasiões sociais, os casais podem sentar-se lado a lado ou mesmo “de quina”: um em cada face da mesa quadrada.

Em uma ocasião de encontro de negócios – o recomendado é sentar-se um em frente ao outro (no caso de homem e mulher não casados e simplesmente colegas de trabalho). Para que se evite o ar de intimidade de quando estão lado a lado e possam se comunicar melhor frente a frente.

Em um jantar social – na casa de alguém, manda o protocolo que os casais casados sentem-se separados  embora não muito distantes uns dos outros  – ou seja: marido e mulher não se sentam lado a lado, mas podem estar próximos e em frente um ao outro.

Em um jantar informal – essa regra fica um pouco mais flexível: mas é indiciado sempre intercalar homens e mulheres – podendo sentar juntos casais que façam questão disso.

Em jantares oficiais – ou mais formais, casais casados são separados e sentados conforme a hierarquia de cargo de cada um – sendo que, sempre as mulheres, por uma certa cortesia, não devem ser colocadas nas extremidades das mesas e muito menos nas cabeceiras onde ficariam expostas e isoladas.

O Rèchaud (pronuncia-se rexô e vem do francês) é um pequeno fogareiro colocado para manter a comida quente. Hoje há também pedras quentes e bandejas elétricas que funcionam igualmente, mas não tem o mesmo charme. Na foto acima, vemos um rechaud individual trazido pela copeira de um restaurante no interior da China, onde estive alguns anos atrás.

Ficamos todos fascinados com o visual da bandeja fumegante que ela trazia nas mãos…. Na hora de comer nada mais era do que o nosso bom e conhecido lámen (macarrãozinho fino em caldo de legumes ou galinha). Mas, como estava tão bem apresentado e quentinho (com a velinha individual esquentando sob a sopeira) achamos um manjar do deuses!

Por isso, use e abuse de rèchauds – sejam eles com álcool gel, velas ou bandejas térmicas! Ele pode ficar em cima de um aparador ou do bufê. E é usado em cima da mesa quando o jantar é no estilo Americano e todos ficam acomodados nos sofás e cadeiras fora da mesa. Nesse caso a mesa é usada para colocar a comida com as travessas, pratos e outros elementos.

Dica Importante: a comida deve ser colocada sobre o rèchaud apenas no momento de servir –  para que não cozinhe demais por excesso de tempo sobre calor.

Algumas regras antigas podem confundir, pois foram adotadas há muito tempo e por um motivo que, hoje, pode ou não ser aplicado.

Tirar o chapéu ao entrar em um edifício – no passado, as pessoas passeavam por estradas de terra empoeiradas ou cidades industriais com fuligem no ar. Fazia sentido tirar o chapéu por uma questão de higiene e respeito.

Hoje, essa regra é flexível, a única vez em que você absolutamente deve segui-la é quando seu chapéu obstrui a visão de alguém ou se você está em uma situação social que torna embaraçoso não fazer isso.

Mas, de verdade? Continuo achando que é melhor tirar sempre…

Sentar com os tornozelos cruzados – mães e avós costumavam dizer às meninas que elas sempre deveriam se sentar eretas com os tornozelos cruzados de uma maneira feminina. Na verdade, os tornozelos cruzados ajudam a manter o equilíbrio com muito mais conforto com a coluna ereta.

Não é à toa que rainhas e princesas, sempre mais expostas sentadas, ficam nessa posição. Que na verdade se tornou regra por puro conforto.

Ok, sentar em linha reta é uma boa regra, mas os tornozelos cruzados não são mais necessários…

Os homens andam na calçada do lado da rua – quando o cavalo, carroças e carruagem eram o único meio de transporte, os homens protegiam as mulheres dos perigos das ruas (lama e poeira eram comuns). Hoje isso não é mais necessário; portanto, caminhe pelo lado da calçada em que você se sentir confortável.

Mas, acho elegante (e muito fofo) quando um homem automaticamente passa para o lado de fora quando estou caminhando junto…

Puxando a cadeira de uma senhora – as mulheres da alta sociedade usavam roupas tão restritivas que eram incapazes de se sentar à mesa sem a ajuda dos cavalheiros com quem estavam. Sem falar que, as cadeiras eram pesadas e enormes, difíceis mesmo de administrar – ainda mais em um figurino desse…

Hoje as mulheres usam calças ou saias e o mobiliário ficou mais leve, não precisam mais desse tipo de ajuda.

Um homem deve sempre pagar – antes, os homens tinham carreiras e as mulheres não (embora muitas vezes tivessem empregos). Essa regra está claramente desatualizada. A conta pode ser paga por ele, ela ou dividida. Em outras palavras, não importa quem paga.

Alguns homens ainda mantêm a velha regra de sempre pagar, o que é bom, desde que a outra pessoa, concorde.

A coisa mais importante a lembrar é mostrar respeito pelos outros, e isso geralmente significa seguir as normas da sociedade. Se você sair do país, aprenda o que é considerado adequado onde quer que vá, para não parecer grosseiro ou rude.