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Visual conta sim – e determina a sintonia

Acredite: uma produção bem acabada, em harmonia com o contexto em que você trabalha ou da empresa que está visitando faz as coisas fluírem melhor.
Por exemplo, se estiver visitando alguém ligado a área do agronegócio talvez seja o caso de dar uma aliviada na formalidade. E o mesmo, de forma inversa, vale para setores mais formais como o jurídico ou financeiro.
Mas calma! Não é o caso de incorporar uma fantasia do estereótipo visual de determinadas profissões. Em visita a empresas mais informais não precisa usar tênis de 3 andares e 24 rodinhas – em geral, apenas o fato de estar sem gravata já sinaliza sintonia.


Na prática – o desafio é equilibrar uma aparência composta com toques de informalidade.
O truque é se basear em uma referência mais universal de elegância. Assim: evite usar itens dos últimos “gritos da moda” justamente por não serem amplamente testados – e muito menos aprovados.
Mulheres podem evitar as maxi bolsas brilhantes ou de couro de bichos (ainda que, falsas e ecologicamente corretas).


Homens também não devem extrapolar com mochilas extra grandes ou cheias, principalmente na hora de apoiar sobre o delicado mobiliário do escritório visitado.


Ok, esses são só exemplos. O que conta mesmo é a atitude: que dever ser antenada, atenta, suave e firme. Parece contra senso? Não mesmo. Tente exercitar e comprove que quando conseguimos isso o resultado se traduz em sucesso nas relações – profissionais e pessoais.




Sustentabilidade, qualidade e liberdade!!!

Os almoços de Domingo são sobre toalhas de minha avó Camilla: italianas em linho bordado, com mais de 80 anos, pois eram do seu enxoval. Vou substituir por quê – e pôr o que? Uma vez por semana vão para a máquina e um dia vão acabar, tendo cumprido a missão…

Meu marido tem lindas gravatas de seda de meu tio avô Costabile que o presenteou com uma caixa delas (hoje já não se usa tanto, mas são lindas).

No alto verão uso camisolas de renda e seda pura do enxoval de minha mãe (mais de 60 anos) maravilhosas – que cortei e fazem sucesso usadas como regatas, à noite.

Uma seguidora me perguntou se eu não repito roupa: percebi que na verdade repito sim, e muito: massss…. tenho um estilo clássico que “enfeito” e vario com acessórios desses, que herdei e guardo há décadas.

Tenho brincos e cintos de mais de 30 anos – e super atuais – da Rose Benedetti – a primeira designer de bijuterias do Brasil. Desses não desapego… Daí a impressão de que nunca repito nada.

Roupa nova é coisa do passado – o fast fashion trouxe o excesso, e a conscientização de que 10% da emissão de gás carbônico é gerado pelo mundo da moda, levou a priorizar a sustentabilidade e tentar o equilíbrio de todo esse excesso.

O objetivo agora é aumentar o ciclo de vida das roupas.

Na pandemia percebeu-se como a qualidade é importante. Já era um processo que vinha ocorrendo, mas foi acelerado em vários setores.

Barreiras conceituais e preconceitos em comprar roupa usada foram derrubadas. Brechós aumentaram e começam a pagar melhor pela sua roupa usada. Cultura do desapego cresceu.

Pensamento jovem – consumidores de 18 a 25 anos querem consumir marcas que tenham compromisso social, sustentabilidade, responsabilidade e transparência. É o Lowsumerism (baixo consumo). Há um esforço para valorizar o conserto de roupas e a durabilidade das peças.

Aluguel de peças. Paga-se uma assinatura/mensalidade e o cliente pode usar por um tempo produtos de marcas/objeto do desejo. O cliente fica um mês com a peça (ou 3 ou 4) montando looks diferentes e depois troca por outro conjunto de itens. Várias amigas que aderiram a esse Closet virtual estão amando, pois misturam com peças xodós que tem em casa e variam muito mais…

A geração Z viviam angústias enormes, pois não poderiam aparecer com roupa repetidas. A geração pensava que o bom é o novo. Hoje, essa nova geração, o desafio é usar as mesmas peças por uma semana ou várias vezes e ver o que acontece.

Comecei a pensar e não é que é divertido? Experimente: a experiência permite aprendizado e evolução. E liberta muuuuito!




Slow Fashion: mais do que um conceito, o futuro

E antes que você diga que é mais um modismo, calma: muito além do rótulo, o movimento traz um conceito que pode ser a salvação de muita gente que, nas últimas décadas, se entregou ao consumismo desenfreado e acabou caindo em inúmeras armadilhas – inclusive psicológicas.

O conceito – desacelerar o ritmo em que as roupas são confeccionadas e consumidas, gerando peças menos perecíveis e, dessa forma, reduzindo o lixo e o impacto no meio ambiente. Não é frescura – e faz muito sentido, mais ainda se pensarmos que, nos últimos 10 anos, a quantidade de roupas produzida no mundo DOBROU!!! De toda essa roupa, quase nada é reciclado: 87% das fibras produzidas acabam incineradas em aterros sanitários!

Na década de 80, tudo nos chegava com a defasagem de 3 meses da Europa, de onde a moda se espalhava para o mundo.

Com o tempo, os lançamentos aconteciam a cada 3 meses, depois 2 e, finalmente, nos últimos anos, o tempo todo – com vendas feitas online, ou no próprio dia do desfile, com uma arara no sistemaby now”.

Era o reinado da fast fashion: barata, ágil e democrática. Por algum tempo, até mesmo as madames endinheiradas aderiram, afinal, era divertido comprar baratinho e variar peças o tempo todo.

Preço, qualidade e quantidade – o ritmo era alucinante e a concorrência beirando a deslealdade. Assim começam uma série falsos conceitos que, por sua vez, geraram grande confusão de identidade e um boom de consumo, com uma indesejável e jamais vista ostentação.

Convencionou-se dizer que a alta costura, oposto da fast fashion é cara – e que a fast fashion seria barata. Os estilistas e marcas alegavam uma qualidade e durabilidade superior para justificar seus preços, enquanto a moda express, por ser mais barata era considerada de baixa durabilidade.

Nem uma coisa nem outra. Com o tempo as grifes caras começaram a produzir na China, nos mesmos polos que originavam as peças fast baratinhas. Resultado: peças de grife vendidas a preço de ouro performavam no guarda-roupa de maneira sofrível, muitas vezes durando menos, encolhendo e desbotando de forma que suas primas pobres jamais haviam feito. Pois é: na indústria da moda, caro, nem sempre quer dizer bom. Nem belo ou durável.

 

O desafio slow fashion – hoje a meta é fidelizar clientes e provar que vale a pena pagar um pouco mais e contribuir para um bem maior – além de adquirir peças mais sustentáveis. Embora vendam bem pelos sites, as lojas físicas são essenciais, pois é importante que os clientes sintam o toque, experimentem e comparem caimentos e texturas, uma vez que são peças atemporais.

O principal é aprender a consumir menos, melhor, com mais consciência e focar mais na essência e conceito e não na quantidade. A ideia não é dividir por coleções – e sim por itens duráveis, básicos e atemporais que durem e interajam com outros.




Como fazer para resgatar suas roupas de inverno

 

Quando isso acontece, leva um certo tempo para que elas adquiram o trato necessário e  a gente acaba saindo na rua com aspecto descuidado. Por isso preparamos essas dicas para resgatar  suas roupas para os meses mais frios. É fácil e econômico!

Primeiro passo – separe as malhas de lã ou lã mista: casaquinhos, cardigãs e valem também jaquetas e casacos de couro. Veja quais você vai usar  – e deixe de lado os que não usou no inverno passado nem no anterior.

 Examine com calma – coloque as peças perto da luz, e com muita calma veja quais estão com bolinhas e/ou fiapos grudados. Proceda sem pressa a uma limpeza cuidadosa eliminando as bolinhas e fiapos com uma lâmina afiada ou pente especial para isso.

 Banho perfumado –feito isso deixe de molho em um sabão próprio com amaciante para fiquem macias e cheirosas e soltem o resto de resíduos que por acaso ainda estejam presos a trama.

Novo visual – como o ano é de crise, nada de pensar em comprar novos casacos para um inverno curto e instável: monte novas produções com o que você já tem.

Para isso, reserve um outro dia, quando suas roupas já estiverem devidamente limpas e recuperadas e escolha algumas peças para montar uma nova produção com acessórios descolados.

 

 

Xales e pashminas – podem ser complementos que fazem a maior diferença no seu visual. Divirta-se montando novo visual para suas peças devidamente resgatadas e agora arrumadas por cor e em ordem no guarda roupa de forma a ficar mais “a mão”..

Broches: super em alta – e quem disse que ficam bem apenas em lapelas? Que tal usar como fecho de xales, cachecóis ou mesmo complementando um cardigã de caimento mole?

Para quem precisa – doe todos os itens que você está na dúvida ou que não tenham sido usados no último ano. Coloque em uma sacola e faça essa energia circular: você vai se espantar como esse gesto pode fazer diferença.

Tá achando que viajei? Pois arregace as mangas e faça sua limpeza – e depois me conte!




O futuro da moda pós 2020

Não foram só a indústria e o varejo de moda que sofreram um baque com a parada forçada. As circunstâncias obrigaram o consumidor a repensar seus hábitos de compras. Com perda de emprego, diminuição de salários e home office, as roupas, sapatos e acessórios se tornaram supérfluos – muitos até quase indispensáveis.


Isso levou a uma crise existencial real para a indústria da moda: afinal muitos consumidores simplesmente não estão mais interessados em comprar roupas no momento. Sem falar que não tem mais o poder aquisitivo de antes

Há muito foco na compra de itens essenciais para “sobreviver” durante este período. E a incerteza quanto a empregos também não ajuda – ao contrário, cria uma espécie de paralisia.

Este é o momento para a indústria da moda buscar com urgência alternativas para mudar, ousar e seguir em frente. Aos poucos, algumas destas novas tendências da moda pós-pandemia já se manifestam.

Conforto em primeiro lugar – as vendas de sapatos de salto alto, mocassins e outros calçados sociais vêm caindo há anos. O Google Trends chegou a registrar 142% mais buscas por pijamas no começo de maio deste ano, sem contar os pijamas chics que viraram uma verdadeira febre entre os famosos. Sim, pois a tendência é que as pessoas fiquem cada vez mais tempo em casa durante e depois da quarentena. E que neste tempos, busquem mais peças ainda mais confortáveis para o dia a dia.

Peças básicas – agora as pessoas compram menos por impulso e mais por necessidade. Itens básicos ganharam ainda mais espaço: jeans confortáveis e com lavagens mais discretas, blusas em cores neutras como branco e preto, além de roupas versáteis que transitam entre as mais diversas ocasiões do dia a dia recebem mais destaque nas vitrines e no guarda-roupa.

Cores alegres – por outro lado, depois de tanto sofrimento, os estilistas apostam em cores vibrantes e alegria. Assim como novos tecidos, mais inteligentes ainda e irreverentes…

Roupa antiviral já anunciaram a produção de fios e tecidos contra o coronavírus. E como mesmo com a vacinação, todo cuidado é pouco,  além de máscaras, empresas apostam em peças que oferecem proteção contra bactérias e vírus diversos. Mal não faz, certo?

Hoje, com tudo que acontece no Brasil e no Mundo, os consumidores buscam marcas com propósito: aquelas que se posicionam a favor de um bem comum. As grifes precisam definir com transparência e objetivamente seus posicionamentos diante de fatos ou questões de relevância social. O mesmo vale para conceitos como sustentabilidade, responsabilidade social, diversidade e proteção ao meio ambiente. Pois é ! se antes a poderosa indústria da moda ditava tendências, hoje, para sobreviver, precisa estar extra atenta para as exigências e necessidades do consumidor  que, vamos combinar, são muitas e variadas. Mas acredito que isso não deixa de ser saudável – para todos não acham?!