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Daqui pra frente

Se as pessoas não estivessem divididas com querelas ideológicas inúteis, como duas torcidas fanáticas e as autoridades tivessem dado a toda Nação o devido respeito, orientando a todos com união, firmeza e sobriedade, certamente muitas vidas teriam sido poupadas. Isso é fato.

Mas o mal está feito – agora temos que lidar com as perdas, com a economia de joelhos e uma depressão perene: por parte de pessoas mais velhas, fragilizadas e com medo, de jovens que não veem futuro e de adultos desempregados e endividados.

Nunca o comportamento foi tão importante. E temos duas direções claras no tange a postura: manter o negacionismo, a truculência e o embate ou tomar as rédeas de nossas vidas aplicando com rigor as medidas de isolamento e distanciamento – além claro, da Etiqueta Preventiva sobre a qual já falamos aqui.

Tenho ouvido muita reclamação de gente que não vai poder se acabar de dançar no Reveillon – como se fosse o último da vida, ou a coisa mais importante no momento. Não é. Assim como um Natal em família reservado, com pouca gente e menos presentes só pode fazer bem.

O maior exemplo de bom senso nos foi dado pela postura da Liesa – a liga das escolas de Samba do Rio – e os maiores Festeiros do Mundo! Há meses, sem questionar vacina ou não vacina adiaram o Carnaval para julho.  Mas, com vocação nata para festas, os brasileiros parecem ter enlouquecido com a privação das festas de final de ano. Será para tanto mesmo?

Ora, é possível ser festeiro sem ser estúpido: é inconcebível que, há 1 mês do início da vacinação da população ainda há gente que ache que vale a pena literalmente “morrer na praia.” E outra turma que diz que não vai tomar vacina porque … por que mesmo?

Ok, não foi um ano bom para ninguém, e muito do que aconteceu não estava no nosso controle. Mas cabe a nós, controlar sim esse final de ano e o que os reflexos do nosso comportamento agora possam causar no início de 2021.

Tá difícil de aguentar?  Para mim também! Mas imagine para os médicos e todos os profissionais da saude – que trabalham há 10 meses sem parar assumindo todos os riscos, que conseguiram debelar uma parte da pandemia, venceram o vírus salvando milhões de vidas, perdendo milhares de outras – e são brindados com o que? Mais pandemia causada por quem não se conforma em não poder “comemorar” e “confraternizar”.

Quem está ótimo para organizar festas e confraternizar, com disposição para beber, comer e se acabar até o sol raiar no novo ano, deveria se prostrar de joelhos para agradecer. E, para variar, pensar em quem está enlutado, cansado ou fragilizado e em risco. Quem sabe ajude a segurar toda essa vontade de comemorar -espalhando perigo.

É triste terminar o ano com esse tipo de mensagem – e tomara possa mudar o discurso em poucas semanas, mas meus leitores esperam de mim algo mais do que regras de Etiqueta a Mesa. Assim, para 2021, mais do que Etiqueta, recomendo apenas um comportamento rigorosamente ético. Boas festas!




Um Futuro nem tão ambicioso

Acredito que, você como eu, queira um futuro pacífico, seguro e saudável – para você e claro, para toda família e amigos queridos. Para o País enfim, nossa Pátria amada de gente cordial, corajosa e guerreira.

Penso em um futuro ideal: onde os jovens da nova geração tenham chances iguais e acesso ao estudo para escolher entre empreender ou trabalhar em uma empresa de gente solidária, com horários e honorários decentes.

Onde a única escolha não seja “arriscar ou morrer” para levar comida para casa. Onde as pessoas nas quais votamos (e aquelas nas quais não votamos) tenham dignidade e noção suficiente para, diante de 90 mil mortes, não dizer algo como “está com medo de que? Tem que encarar!”

Um futuro onde nossos líderes não fossem gente que escolhe aliados desqualificados ou covardes que fogem de avião ao menor sinal de tempestade.

Um futuro onde, entre a economia e a saúde, salva-se ambas – com esforço e exemplos inspiradores e concretos – e não as afundar com polêmicas menores e declarações aberrantes que envergonham a Nação diante do mundo.  E de quebra, arriscam ainda mais nossas já frágeis parcerias comerciais.

Um futuro onde, todos encarassem os projetos sociais com um olhar de prioridade e de direito inerente – e não de caridade e esmola dada de má vontade.

Um futuro onde não se concederiam medalhas e honrarias a presos. Onde ficassem presos – e não soltos por serem amigos de gente poderosa.

Fact or Fake concept, change wooden cube

Um futuro onde não fossemos obrigados a diariamente ter que digerir ódio, fake news, pedidos de cínicas (e ineficazes) desculpas e ataques violentos a toda e qualquer tentativa de diálogo.

Um futuro onde as forças armadas voltassem a ser o braço forte em defesa da Nação e não ficassem divididas, expostas e a mercê de um grupo interno, fechado com não se sabe bem qual projeto de poder.

Um futuro sem tantas certezas raivosas, mas, com muitas dúvidas bem intencionadas. Com menos polarização e mais interação. Com menos pregação e mais compaixão. Com mais empatia, cidadania e – pensando no que nós brasileiros sempre refletimos e exportamos – um futuro com muito, muito mais simpatia!!

 

 




E se houverem mais negócios lucrativos em 2020?

Imagem de muitos pacotes de dólares com a tarjas dos maços

 

Uma alternativa é criar negócios que encontrem caminhos para atender às demandas inexploradas do mercado. Ou, pelo menos, inusitadas. Aqui alguns exemplos de nichos que vem crescendo e que seriam impensáveis anos atrás.

Alimentação saudável e gourmet – esses setores continuam crescendo e merecem destaque. Segundo a Euromonitor, o setor de alimentos e bebidas saudáveis cresceu 12,3% ao ano nos últimos cinco anos. Inove com os alimentos “gourmetizados” ou em alimentos orgânicos, diet/light e recentes versões sem glúten e lactose.

Mercado pet – de acordo com dados do Instituto Pet Brasil, em o Brasil faturou R$ 36,2 bilhões neste setor – pet shops, lojas especializadas, clínicas veterinárias, marcas de produtos e alimentos para animais.

Um dos segmentos em ascensão é o de pet food (afinal se a comida gourmet cresce porque não o gourmet pet food)? Pois ele traz tendências como alimentação natural e caseira para cães e gatos. E, claro faz muito sucesso entre os amantes dos bichos mais ligados em nutrição mais saudável.

Construtechs – está cada vez mais crescendo nas startups, por conta do retorno dos investimentos no mercado imobiliário, infraestrutura e obras domésticas.

Inteligência artificial – nem precisa explicar que o mercado de software na nuvem e IA é o futuro da tecnologia. Simples assim!

Economia compartilhada – compartilhamento de bens e serviços e, geralmente, da internet, também. Essas empresas possuem uma estrutura diferente. A grande oportunidade é diversificar o setor, como o que começou com o compartilhamento de caronas e hoje já conta com aplicativos voltados a serviços de cuidados de animais, aluguel de bicicletas entre outros serviços…

Na verdade, para que se enxerguem esses nichos não basta apenas ter coragem e/ou dinheiro para investir. A condição – mais que especial e essencial para que uma dessas ideias se torne um bom negócio – é investir em tempo para se permitir sonhar. É isso aí.  É preciso antes ter o tempo e a mente limpa para pensar em algo diferente, permitir-se a pergunta ” e se?” e ir adiante para imaginar a resposta. E os detalhes, desenvolvendo um raciocínio lúdico.

O que acontece é que, com a crise as pessoas ficam pessimistas e cautelosas. Cautela é bom mas não pode ser uma trava. Pense nisso, olhe mais em volta, procure os nichos e as demandas. E permita-se sempre um ” e se”?  Afinal, vai que…