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Porque VALORIZAR as PESSOAS MAIS VELHAS

Maria Tereza Matarazzo

 

4 Veja, algumas dicas práticas de ações que podem mudar seu relacionamento e agregar mais alegria para todos.

 1 – Pare e faça uma pausa – para estar com eles, para conversar, perguntar, saber de fato o que o incomoda, o que vai fazer naquele dia. Os mais velhos são naturalmente mais vagarosos e a pressa é uma agressão contínua a eles. E poucos percebem isso…

2 – Valorize os conselhos – e a experiência deles. Mesmo que te pareça fora de época e da nossa realidade. Faça o exercício de ouvir e descubra novos significados, alternativas e até soluções para velhos problemas que se repetem…

E faça isso a sós, para que suas palavras não se percam em um barulhento jantar de família.

3 – Requisite seus talentos – ele ou ela cozinha? Peça um quitute – mas lembre de comprar tudo o quanto precisa… Se achar legal peça para ensinar e aprenda a fazer…

Ele ou ela costura? Peça para ajustar uma roupa ou dar um realce – ele/a vai amar pode exibir os dotes – ainda mais se você fizer propaganda com a turma.

Ele ou ela tem jeito com carpintaria ou artesanato? Encomende um presentinho ou lembrança – e faça questão de pagar ou pelo menos comprar o material (com ele junto para que se sinta especialista, desde que tenha prazer nisso)…

4 – Faça companhia – além do encontro familiar no domingo, arranje um revezamento para fazer companhia. Defina que vai almoçar junto uma vez por semana ou passar no fim da tarde para um lanche ou, se puder, passar uma manhã ou tarde por semana juntos.

5 – Proponha uma programação – informe-se dos cursos, bailes e todo tipo de programação gratuito de sua cidade ou comunidade e proponha a ele/a irem em pelo menos 2 por mês.

Ainda que ele/a não aceite e não queira nada disso, isso é assunto para conversa e ele vai sentir que existem alternativas bacanas e pode sugerir algo que o/a agrade mais…

6 – Espaço – eleja um canto da casa ou uma cadeira – só para ele. Se ele morar com você, esse tipo de carinho o/a fará se sentir acolhido…

 7 – Comemore como ele quer – aniversário de gente mais velha é diferente do de gente jovem. De repente ele prefere um passeio a uma festa ou uma visita a um parente ou filho que mora longe – pergunte como quer comemorar e respeite sua vontade.

8 – Gente velha é muito teimosa – assim como crianças e muito marmanjo maduro. Mas eles tem lá suas razões para querer as coisas do jeito deles. Portanto, em questões que não vão fazer diferença para você respeite e aceite a teimosia – essa é uma das maiores fontes de estresse entre maduros e idosos.

9 –  Sem essa de super velhos – nada de forçar a barra e achar que seus velhos tem que ser bacanas, animados, sarados e sociáveis. Só em novela. Se ele quiser ficar quietinho, respeite e deixe-o a na dele. Só comece a se preocupar se junto com o ficar quietinho perceber que ele/a está deprimido. Aí é diferente.




É preciso muito talento para envelhecer

Um casal de aproximadamente 70 anos se abraça rindo aparentando grande felicidade e cumplicidade. Ele de óculos e careca com camisa azul clara ela com uma malha verde clara e cabelos brancos arrumados na altura dos ombros.

O envelhecimento da população é um fenômeno mundial, e claro, se repete no Brasil também.

Envelhecer faz parte do ciclo natural da vida e chegar lá com saúde, e bem estar é o desejo de todos nós –  e o grande desafio hoje.

Mas é inevitável: as alterações fisiológicas do envelhecimento podem e muito limitar a vida. Sobretudo, no que diz respeito à capacidade funcional.

É bem assim: de crianças passamos para a adolescência – e quantas alterações  hormonais ali acontecem …  De adolescente a adulto e de adulto e depois  idoso. Mas essas transformações podem ser amenizadas com cuidado com o organismo.

A alimentação e a prática de exercícios podem diminuir os impactos e tornar ativa e mais prazerosa essa nova fase.

Começar desde cedo –  em viagens ao exterior que fiz com a ginástica artística, sempre me chamou atenção ver idosos circulando e vivendo a velhice com autonomia e disposição para suas atividades do cotidiano. E a resposta para isso é que fazem ginástica desde criança. Ao contrário de nós, brasileiros, que não temos a cultura dos exercícios físicos.

É triste, mas é real –  O Centro Nacional de Estatística para a Saúde estima que cerca de 84% das pessoas com idade igual ou superior a 65 anos sejam dependentes para realizar as suas diárias, constituindo-se no maior risco de institucionalização. Estima-se que em 2020 ocorrerá aumento de 84 a 167% no número de idosos com moderada ou grave incapacidade!!

Qualidade de vida ruim e dependência –  o idoso diminui sua massa muscular, que consequentemente, diminui a capacidade de gerar força, equilíbrio e claro, as chances para as temidas quedas e fraturas, se tornam ainda mais reais.

Que qualidade de vida é essa? há vários fatores envolvidos: de um modo geral, envelhecer  bem significa estar feliz, satisfeito com a vida atual e ter expectativas positivas sobre o futuro.

Bem-estar físico e psicológico, autonomia, vínculos sociais, trabalho, diversão etc., devem ser considerados para uma boa qualidade de vida. E os exercícios?

Já que é inevitável vamos reverter! É preciso pelo menos tentar – por quanto tempo pudermos. Hoje é muito comum ver idosos frequentando academias, especialmente, as salas de musculação.É fato: ninguém obtém mais benefícios com a atividade física que os idosos.  A melhoria na qualidade de vida não aparece só no combate direto ás doenças, mas também, na área psicológica.

A atividade física regular desencadeia alterações hormonais, como a serotonina, que regula o humor e a memoria (xô depressão!), a acetilcolina (xô alzheimer) e a endorfina, que reduz o estresse. Finalmente, “só o ferro salva”!

Brincadeiras à parte – a musculação é uma poderosa aliada para diminuir as transformações do corpo ocasionadas pela passagem do tempo e ainda, a musculação age de forma direta no cérebro, deixando-o mais ativo, sem danos. Partiu treinar?

Foto em preto e branco, de uma bebê com 6 meses, recebendo o batismo - a água escorre pela cabeça e ombros nus , enquanto ele aperta as mãos juntas como se estivesse em prece.