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Jogos Olímpicos: noite perfeita em país imperfeito

bandeira do brasil formada com mãos de crianças carimbada em verde, amarelo e azul

A medida que a noite avançava no Maracanã sucediam-se as belezas. Sem falhas, fluindo como se fosse natural embasbacar o mundo todos os dias com criatividade e competência.

Foi o que fez a equipe de produção da abertura dos Jogos Olímpicos, eles próprios time de craques: Daniella Thomas, Fernando Meirelles, Andrucha Waddington, Debora Colker e todos os que não apareceram – mas que certamente deram sangue para que a noite acontecesse.

 Sobriedade, alegria e sentimento deram o tom da festa. Não vou repetir aqui o que todos já disseram listando a ordem das atrações mas tenho que falar da elegância de Paulinho da Viola cantando nosso hino na maior serenidade.

Só para logo depois sermos sacudidos pelo balanço de Jorge Benjor e sorrir de orgulho com a faceirice de Aquarela do Brasil de Ary Barroso.

A noite foi o resumo mais bem feito do que constrói nosso país: afinal gente como Tom Jobim e Ary Barroso fizeram mais pelo Brasil do que dúzias de deputados, prefeitos e governadores e presidentes que não sabem o que fazer com o poder conquistado.

Sim vou ter que falar disso: de como não podemos contar com o poder público e do quanto, a medida que o a festa acontecia eu agradecia a Deus – que deve mesmo ser brasileiro – por dar a esse país pessoas com tanto talento e mais que isso: com fé, perseverança e uma alma guerreira.

Que o digam nossos atletas – gente como Sarah Menezes ou Marta do futebol feminino. Que o digam nosso estudantes ganhadores de Olimpíadas de matemática e língua portuguesa que estudam e escolas precárias e longínquas – e não desistem.

Que o digam os milhares de voluntários que fizeram a festa e estão ajudando a receber turistas e atletas na cidade maravilhosa.

Porque repito, a depender do poder público – que arrecada zilhões em impostos e não entrega o que promete. Só para lembrar: a despoluição da Baía da Guanabara ficou para outra vez – sem maiores explicações.

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Antes que fique ainda mais chata e reclame demais vou encerrar por aqui. Mas reitero que, quem fez a festa foram pessoas com talento, alma e sentimento – e nessa festa estamos todos incluídos.

Pois a única coisa que não morre ou acaba é essa chama da paixão pelo que se faz bem e com amor. E é esse fogo – não olímpico, mas heroico – que faz a maior diferença em um país como o nosso, saqueado pela indiferença dos que o dirigem.

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Paralimpíadas além dos 2016 – vamos encarar o esporte?

Numa piscina coberta, algumas senhoras nadam, usando uniforme (maiô) na cor azul, e usam tocas da mesma cor.

Sempre tive dificuldade em falar de esportes – já que nenhuma atividade esportiva me atrai. E olha que já tentei de tudo… Mas sou da dança e da música  e,  como estas aulas sempre tem horário fixo, acabo desistindo no meio do caminho de tanto faltar.

Mas, como sempre meu maior exemplo vem de casa: assim que minha mãe se aposentou, há 7 anos, aos 61 anos, começou a fazer hidroginástica e não parou nunca mais.

São 3 vezes na semana –  e nunca falta, mesmo  resfriada, mesmo quando faz 10 graus de temperatura, mesmo quando tem outras coisas para fazer! Ela não abre mão.

Aí, não bastando as aulas de hidro, agora apareceu outra: um mix de capoeira, alongamento, artes cênicas e canto. E ela encara: 3 dias da semana faz aula dupla, uma seguida da outra, e ela faz tudo.

Claro que isso reflete em outras áreas da vida dela: hoje  tem a maior disposição para cuidar do Marcos, que fez 42 anos  esse ano. Agora,  quando viajamos é a que mais tem disposição para “bater pernas”, não gosta de resorts (se sente presa rsrs).

E finalmente, não sai de casa sem maquiagem e sem se arrumar. Aproveita tudo que a vida lhe oferece de uma forma intensa e generosa.

Ok, posso não ser do esporte mas admiro esse tipo de postura e amo assistir ginástica artística: quando vejo aquele controle total do corpo fico imaginando o quanto conseguem controlar a mente também –   dominando a ansiedade, sem crise de comer chocolate e carboidrato e aí me animo a fazer alguma coisa.  Pena que passa rápido…

Ultimamente testei o Ballet Fitness e gostei muito. Toda 3ª feira ensaio para voltar e aí ouço da minha mãe: – vai começar para que? Para sair? E aí a gente vê que mãe dá bronca em qualquer idade que a gente tenha. Elas podem….

A beira de uma piscina olimpica a nadadora Letícia da seleção brasileira de Natação, ergue seu braço direito que segura nas mãos uma medalha - Ela está sorrindo, cabelos loiros lisos e soltos

Tenho uma amiga Letícia Lucas, de Uberlândia, linda, exuberante, que  ficou cadeirante com 10 anos de idade e pratica natação profissionalmente. Vive viajando para vários países para competir e quando vem para São Paulo me dá o prazer da sua companhia.

O que a motivou a nadar foi uma trombose e, como tantas pessoas com deficiência  e sem , ela se encontrou no esporte. Nadava quando criança no Rio São Francisco e resolveu se dedicar a esta prática.

Exemplos não me faltam do quanto o esporte nos faz bem e em ano de olimpíadas nos encantamos com todas práticas e com a dedicação dos atletas e paratletas.

Assim fica a minha promessa de me dedicar a algum esporte, com disciplina, para ter vitalidade, força e, principalmente mãe, para  não ter mais ninguém pegando no meu pé!!!

Lilian C. Fernandes

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