“Se ela engravidar, ela vai ficar seis meses fora da empresa. Você consegue imaginar uma empresa ficar seis meses sem seu gerente?” e “licença maternidade de seis meses é um “crime contra a mulher”. A frase foi dita pelo nosso recém empossado Ministro de Minas e Energia, Adolfo Schsida.
Perplexa, resolvi pesquisar mais: nossa Constituição prevê licença paternidade de 5 dias, que inicia no 1° dia útil após o nascimento da criança. E nas empresas cadastradas no Programa Empresa Cidadã, o prazo se estende para 20 dias.
Ok, concordo que não é ideal, pois não muda de fato a vida das mulheres. Já, um período de licença para o pai igual ao da mãe… resolveria muita coisa! Acompanhe o raciocínio:
Como é no mundo – isso já acontece na Suécia desde 1974, quando o governo sueco substituiu a licença maternidade, então vigente, por uma licença paternidade e maternidade estendida que dura nada menos do que 390 dias!!! Lá, o casal é obrigado a tirar em conjunto essas férias – em até 8 anos, em períodos escolhidos por eles próprios.
Na Islândia, o casal tem 9 meses de licença parto – também para tirar em conjunto. No Brasil, os homens, apenas agora estão conseguindo essas 3 semanas de licença e com risco, pois ela ainda corre o perigo de ser “opcional”: o trabalhador que escolher ficar em casa 3 semanas ainda tem que encarar o chefe achando que está de vagabundagem …
O Brasil não é a Suécia! – exato. Mas nem sempre foi fácil pra eles: lá, como aqui, as mulheres ganhavam menos por conta de licença maternidade e outros direitos. Até que o governo resolveu obrigar os homens a tirar a licença – multando o casal cujo pai não o fizesse.
Aos poucos, os salários femininos foram sendo equiparados, uma vez que mulheres não mais representavam um ”peso morto” para as empresas. Que tiveram que se adaptar E nenhuma quebrou…
Pois no Brasil, isso funcionaria lindamente! Sim, pois até pela questão financeira, muitos casais que não formalizam a união o fariam – de olho no benefício. E dessa forma, quando fossem abandonadas com os filhos, as mulheres estariam amparadas pela lei. Sem falar nos muitos malandros não afeitos ao trabalho que adorariam poder tirar três (ou mais) meses de férias ganhando…
E aqui, como na Europa, aos poucos, as mulheres teriam seus salários equiparados – e empregos valorizados, uma vez que as empresas não demorariam a perceber as vantagens de empregar mulheres diligentes pelo mesmo salário, no lugar de alguns homens vagabundos.
Pai solteiro pode! – no último dia 12, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, que os servidores públicos têm direito a 180 dias de licença-paternidade se forem pais solteiros. Oi?! Mas por que só os pais solo?
Homens e futuros pais: briguem para que a lei não se atenha a apenas algumas empresas públicas. Valerá a pena, não apenas por suas companheiras, mas por vocês!
Voltando a fala do Sr. Ministro: será que ele diria que essa licença para pais solo é um crime contra os homens??? Pensemos.