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Você sabe receber um presente?

Todo mundo gosta de receber um presente – mas poucos sabem agradecer com graça e leveza. E como um presente é sempre um gesto de carinho, há frases que podemos literalmente evitar falar para não ofender quem nos presenteou.
Sim, muitas vezes é sem querer, e como basta ficar atento, veja aqui algumas frases desastradas…
“Ah, não precisava!” – embora pareça uma maneira educada de responder, pode soar como se você estivesse diminuindo o gesto. Quem deu o presente pode achar que o esforço foi em vão.
“Quanto você pagou por isso?” – perguntar o valor de um presente tira a magia e transforma a situação em algo materialista. Além de ser deselegante, cria um clima de desconforto, como se houvesse uma obrigação implícita.
“Eu já tenho um desses.” – não é culpa dela, mas a pessoa que te deu o presente se sente mal, como se não tivesse sido atenciosa o suficiente na escolha. Ninguém precisa disso, certo?

“Você não sabe que eu não gosto disso?” – uma das piores coisas que você pode dizer! Mesmo que o presente que você goste, essa frase é ingrata e magoa quem tentou agradar.
“Você poderia ter escolhido outra cor/modelo/tamanho.” – qualquer comentários sobre o que “poderia ser melhor” parece que o presente desmerece e frustra, pois quem deu tentou acertar.
“O que vou fazer com isso? – isso sugere que o presente não tem utilidade para você, e como resultado, a pessoa que o deu fica decepcionada. É uma forma de rejeição disfarçada.
“Você comprou em promoção?” – eu, hein? Perguntar isso é grosseiro – simples assim. Faz pessoa sentir que seu presente é de pouca importância ou qualidade, quando na verdade o que conta é a intenção.
“Por que você me deu isso?” – faz parecer que o presente não faz sentido e que a pessoa não colocou carinho ou reflexão ao escolher. Ninguém quer sentir que errou na escolha.
“Eu esperava algo diferente” – demonstra decepção, o que pode magoar a pessoa que se esforçou para te agradar. As expectativas devem ser ajustadas para que a gentileza do gesto seja o que mais importa.
“Você sabe que isso não combina comigo, né?” – insinua que a pessoa não te conhece bem, o que é doloroso.

O mais importante quando recebemos um presente é focar no gesto e na intenção, não no objeto em si. Ao evitar essas frases, você garante que o momento seja leve, agradável e sem constrangimentos. Mesmo que o presente não seja o que você esperava e só agradecer: essa ainda é a melhor forma de valorizar o carinho de quem se dedicou a agradar!




Como dar Presentes

Reuni aqui várias dúvidas que foram chegando e espero que ajude a esclarecer.

Dividir um presente com alguém que está sem grana – perfeito, desde que fique claro que são duas ou mais pessoas que estão dando – e que todos assinem um cartão ou mensagem.

Para quem “devo” dar presentes? – para quem você sente vontade, claro. Mas existem alguns que são obrigatórios e não tem como escapar…

Aniversário de parentes e amigos – preciso comprar? Parentes super próximos e queridos merecem pelo menos uma lembrança. Já os outros mais distantes e que vemos pouco, depende do caso. No entanto se há uma comemoração para a qual você foi convidado, não há como chegar de mãos vazias…

Já os amigos, acredito que há aqueles que independente de comemorar junto ou não, são amigos da vida, que nem é preciso esperar o aniversário para presentear. Basta ter vontade ou ver algo que sabemos que é a cara dele…

Presente para namorado – se der fora de data melhor ainda, mas não dar em datas especiais é imperdoável – simples assim.

Presentear com tato –  se vai dar roupa, tem que conhecer o estilo e preferência do outro. Mas não só isso: não dá pra comprar, por exemplo, um número minúsculo porque estava na liquidação e era o último… Roupa precisa poder trocar, tá?

E um número bem maior? Se for beeeeem maior a pessoa pode ficar ofendida, mas apenas um número maior não tem problema – e você pode justificar avisando que o fez por segurança e é mais fácil apertar…

Se ganho um presente tenho obrigação de retribuir?– não de imediato, mas, em uma data oportuna é delicado retribuir sim. Já, agradecer é obrigatório – e o mais rápido possível…

Posso presentear chefe ou superior na empresa? Não é obrigatório e nem adequado. A não ser que a pessoa tenha uma amizade pessoal com você. Nesse caso faça isso em particular, apenas no aniversário e com um mimo discreto.




Segundos e terceiros casamentos: presentes além do PIX

Sim, senhores… A vida anda difícil para quem vai dar um presente de casamento, massss…. A boa notícia é que ninguém, nem você, nem padrinhos ou familiares tem que seguir esse tipo de determinação (ou pedido ou fantasia) tresloucada… Siga o seu bom senso e o que manda seu bolso – e, claro seu carinho pelo casal nubente…

Dito isso, passemos a segunda maior dúvida sobre esse assunto: segundas e terceiras núpcias. Muda muito? Um pouco, claro, mas vamos lá:

Tenho que dar presente? Sim – é um novo começo para esse casal E você foi convidado a celebrar com eles. De modo que, seja generoso e lembre que o presente independe de comparecer ou não a celebração.

O que dar – nessa fase o casal já tem casa montada – já saíram da casa dos pais, desfizeram a casa de um primeiro casamento e montaram outra sozinhos. Portanto, mesmo se tiverem  uma lista detalhada em algum lugar, se quiser impactar e deixar uma lembrança boa, será preciso ser mais criativo e dedicar algum tempo a essa escolha. Pense em alguns critérios:

Preferências  – são esportivos e loucos por determinado esporte? Ingressos para um  jogo importante, ou mesmo juntar amigos para pagar uma viagem com direito a assistir alguma final emocionante… Esse tipo de coisa pode ser mais marcante do que simplesmente mais um jogo disso ou aquilo…

Estilo de vida – amam viajar? Vaquinha para algum destino dos sonhos ou passeio diferente em determinada viagem que já tenham marcado também agrada muito!

Vales: sempre uma boa pedida – escolha uma loja além da de presentes tradicional: escolha uma de mobiliário e equipamentos de casa e parabenize com um vale – e com certeza eles vão amar poder escolher juntos presente que você (ou a turma de amigos/ colegas/ familiares) ofereceram.

Assinaturas e Inscrições  – para cursos que que ambos vão curtir ou que sempre quiseram fazer. Pode ser a matrícula mais 3 meses, ou dependendo do que é, o curso inteiro – ainda que precise chamar mais amigos para participar. Aqui vale tudo: aulas de culinária, de dança, paraquedismo, academia, música, assinaturas para concertos anuais….

Personalize – alguns itens são mais baratos, mas adquirem outro status e importância quando personalizados. Toalhas de banho, por exemplo: jogos brancos com as iniciais de ambos em marinho ou preto – elegante e mostra atenção para com ambos. O mesmo vale para jogos de facas de churrasco e outros itens…

Como se vê, existem muitas maneiras de presentear além do Pix. Mesmo que o presente envolva crédito e uma transação, é importante se envolver minimamente com o gesto, entender que se trata de afeto, lembrança, apoio e principalmente uma maneira de fortalecer o vínculo que já existe com o  novo casal!




Natal sem estresse

Muita gente sofre à toa nessa época e, convenhamos, ninguém quer atritos nessas reuniões. Há quem ame Natal, mas também os que são anti sociais, os que preferem se recolher, os que não tem família na cidade, os que tem péssimas memórias dessa época…

Ufa! Me solidarizo com todos, mas, como a maioria acaba indo a uma ou outra festa, espero que as dicas abaixo sirvam para que esses encontros de fim de ano sejam mais amenos.

A etiqueta em festas de família é a praticamente a mesma de festas na casa de amigos?

Sim, com cuidados redobrados pois, com família, tendemos a nos distrair e escorregamos. Conhecemos seus podres, vamos fazer “uma graça” que de repente não é graça. Família se ofende toa portanto é bom se ligar.

O que é proibido?  Provocar o cunhado/a ou amig/a,  reclamar do presente;beber demais… Em tempo: Aguente a sogra/sogro ou aquela tia mais lerdinha, que está exigindo mais atenção.E, principalmente, não fale de política, não entre em discussões fúteis e inúteis.

Obrigatório presente para todos os familiares? Leve presentes para o dono da casa e para as crianças da família.  Em família, siga a praxe da família –  cada caso é um caso.

Em família deve-se dividir o valor da ceia? Depende também. Em família, dá para dividir o valor ou combinar (cada um leva um prato e quem leva o que). Agora é mais fácil pedir para cada um levar um prato, deixar quentinhas preparadas para depois os familiares (se quiserem) levar de volta alguma coisa, porque sempre sobra… Ainda: uma sobremesa gostosa é sempre bem vinda e nunca é demais! Já, dividir o valor da ceia gera controvérsias, vai ter quem reclame, questione porque comprou isso que é mais caro etc. Prefira a ceia colaborativa

Como fugir de conversas desagradáveis? Fazendo o olhar de paisagem ou indo para outro canto. Mude de assunto fale: “ai não quero falar sobre isso, mas me conte sobre…” e segue nessa toada.

Dica de ouro de como passar pelo período de forma leve: o ideal é se convencer que não precisa seguir um roteiro pré-determinado, não somos obrigados a nada. Mas você tem que avisar as pessoas se você vai ou que você não vai.

Combinar antes é importantíssimo e se você não gosta dessas comemorações, você pode muito bem ficar em casa (sempre avisando antes e sem contagiar o outro).

Ok, você prefere não ir, mas tem muita gente que ama esse período por isso respeite.

E administre na hora qualquer estresse (natural nessas circunstâncias) com leveza.

É bom  lembrar que passa e que no fundo você está numa festa, está comemorando, não gastando em médico.  E que amanhã é outro dia.




Nem sempre é chique presentear

Explico: quando era criança, as pessoas ganhavam presentes de aniversário e no Natal. E, eventualmente, quando íamos visitar alguém, levávamos “lembranças” e/ou  “mimos”  como chocolates, flores ou um bolo feito em casa.

Nos casamentos, distribuía-se na saída amêndoas confeitadas (costume europeu incorporado aqui) e/ou bem-casados. As famílias mais abastadas distribuíam pequenos objetos de prata com o monograma dos noivos gravado (vacas gordas e lembremos que os casamentos eram menores).

O tempo passou e as lembrancinhas de prata acabaram se transformando pela indústria do casamento e pelo setor de eventos, em quinquilharias mais acessíveis.

Beleza. Nem todos podem pagar e alguns itens são até que criativos e bonitinhos (embora sejam exceção e normalmente as pessoas jogam fora ou passam pra frente a lembrancinha)…

Alguém tem que ganhar mais – a lembrancinha em si, podia até render, mas não tanto quanto queriam os empreendedores, mais ávidos. Então inventaram que era “Chique presentear.” Algum consultor desavisado (talvez até bem-intencionado) resolveu criar os “presentes para padrinhos de casamento”. Oiii?!  Então vamos entender…

Presentes para padrinhos – padrinhos de casamento é que presenteiam os noivos. Não tem essa de distribuir bandejas de prata ou outros eventuais mimos para os padrinhos. Pura ostentação. Eu hein…

Lembrancinhas para amigas – as senhoras fazem almoços e distribuem na saída um cupcake. Mas não é um simples bolinho: é quase uma joia, cujo valor, somado em uma mesa de 10 amigas, por exemplo compraria facilmente a tal joia.  Acho mais emocionante rifar na hora e doar – para quem precisa.

Anfitrião não presenteia – a exceção são lembrancinhas de festas infantis! E não é obrigação, tá? No mais, abrir a casa, dedicar tempo, escolher e privilegiar alguns amigos com seus preparativos e acolhimento – tudo isso é um grande presente!

Ora, as pessoas parecem esquecer que o intuito do presente não é mostrar status, poder ou riqueza – e sim demonstrar afeto, atenção ao que a pessoa gosta, vontade de agradar.

E isso, não tem preço. Não se distribui igualmente na saída ou na entrada de eventos fortuitos. São sensações construídas com cada pequeno gesto, com olhares, com mínimas atenções muito específicas dirigidas conforme a necessidade e preferência de cada um.

Feito por mim – não se acanhe de dar um presente feito por você mesma. Pode ser um cachecol, um bolo, uma pulseira… A energia e o valor de algo feito pela pessoa que presenteia é uma das coisas que fazem o presente ser mais apreciado ainda. E se não for, é porque a pessoa não entende nada de nada – e não te merece. Simples assim também!

É urgente resgatar a empatia – palavra banalizada, mas preciosa, que merece mais atenção – o afeto, o prazer de entregar algo pessoalmente olhando nos olhos com o coração palpitando para perceber a emoção do outro.  Sim, presentear é bom, mas para que seja chique, é preciso ir além da compra…