1

100 mil mortes – desculpa aí!

É tão pródigo em ofensas quanto em pedidos de desculpas. E convence cada vez menos pessoas. Poucos são os que ainda se sentem convencidos de que o Inominável é o Messias em forma de “gente como a gente”.

Não é gente como a gente. Pelo menos não como a gente com que costumo me relacionar. Há algum tempo escrevi aqui que a forma do pedido de desculpas era importante. Sim, pois, como sabemos, um pedido de desculpas é essencial para retomar, seja a amizade o relacionamento profissional ou mesmo ganhar votos – que, em resumo é o que interessa (Deus nos livre) a essa pessoa que ora ocupa a cadeira de Presidente do Brasil.

Ok, chega de mimimi: estamos, todos os 70% ou mais, que não coadunam com o pensamento grotesco desse governante, a espera de que ele consiga sentir um mínimo de empatia pelas perdas das, agora tragicamente, 100 mil famílias Brasileiras.

Que, em algum momento consiga proferir algo que nos sinalize que está pensando na saúde das pessoas – e não em fazer propaganda de remédio, acobertar milicianos, oferecer cloroquina a emas, aumentar os impostos de livros, (como ninguém pensou antes?) diminuir a taxação de vídeo games (projeto importantíssimo)! E, claro, explicar por que um amigo da vida toda, acusado de comandar durante anos um esquema ilícito no gabinete do seu filho, mandava mesada para a conta bancária de sua mulher. Mesada essa que nós pagamos, fruto do nosso trabalho.

Por falar em trabalho: ele alegou que era muito ocupado para ir a bancos – daí pedir ao amigão que se ocupasse de mandar dinheiro pra patroa. Trabalha muito ele, né? Alguém pode me apontar um só legado que tenha sido deixado por ele em 30 anos de vida pública? Desconheço.

Como Presidente, em resposta a como vê o futuro diante da tragédia que vivemos, ele diz “vamos encontrar um jeito de se safar desse problema”.

Eu hein!? Usando a linguagem tosca que ora rege o Planalto: e nós, quando vamos nos safar dele?

PS – Desculpem mais um texto com esse assunto. Prometo no próximo caprichar e falar de algo mais animador. Mas não está facinho não.




Governo Bolsonaro e a Virtude do Equilíbrio

 

 

Na régua da direita tudo pode – e não se discute. Já, na régua da esquerda tudo não pode: é excluído, punido, execrado, linchado e distorcido. E nem pense em discutir.

Porque, nas palavras do próprio presidente, se “não pensar como ele ou ele não concordar, está fora”.  Ainda, segundo ele porque essa é “a regra do jogo”.

O que é isso Presidente? Onde está o diálogo que o senhor prometeu em campanha? E  lembra quando tanto demonizou o PT por “ideologizar e aparelhar” tudo quando estava em campanha?

Pois é: tanto o Presidente quanto seu  Ministro da Educação, Weintraub, estão fazendo igualzinho – apenas usando a ideologia da direita.  Repito que sempre fui de direita. Sempre votei mais ao centro e a direita porque a direita me parecia um sistema mais… livre.

Mas vamos ao que interessa: o Futuro. Futuro esse que o Governo está comprometendo seriamente e agora em massa: não se contenta mais em demitir um ou outro ligado a setores culturais cujas ideias eles “não concordem”.

 

Passaram agora a cortar verbas de “Todas as Universidades Federais” sob a fraquíssima alegação de que “promovem balburdia”.

 

Concordo que em algumas Universidades haja uma movimentação mais desorganizada, solta e permissiva. Mas não é tarefa do Governo controlar isso – muito menos punir cortando verbas de ensino e Pesquisa.

Bem na Foto – O Ministro talvez não saiba da força e Prestígio de nossas Universidades Federais. A do Paraná, por exemplo, está entre as melhores do mundo, em 2019 em um levantamento da Times Higher Education entre 1250 Universidade de 86 países do mundo!

 

Essa lista é liderada por nada menos que a Universidade de Oxford – e a nossa do Paraná, está lá, pelo segundo ano consecutivo.

A USP,  Universidade de São Paulo também está nessa lista e figura como a melhor entre as Brasileiras. Seguida da Unicamp de Campinas e da UFMG de Minas.

 

O que é um pouco de balbúrdia diante de um feito desses? Justifica cortar 30% da verba porque não se concorda com a possível ideologia do reitor X ou Y?

 

Um terço do orçamento senhores! – sabem o que significa cortar isso em pesquisa e educação? E nem me venham com a conversa pra lá de apelativa que vão remanejar essa verba para custear creches!!

 

Creche pode ser cobrada dos empresários que empregam mulheres – já existe uma lei que obriga as empresas a terem uma creche e ninguém (ou muito poucos) as cumprem!

 

Falta equilíbrio e diálogo a esse Governo. Gritam, agridem e não ouvem. Recusam-se a conversar mas deviam. Converse Presidente. Ouça e seja plural. O meio do caminho e a conciliação são sempre a melhor resposta – e a que deixa todos satisfeitos.

 

Em se tratando de pessoas – e da Educação – apenas preto e branco, esquerda e direita, dentro ou fora não resolve.

 

O equilibrista, quando anda na corda, abre os braços para se equilibra: de peito aberto  e com a mente em paz, encara o vácuo buscando o equilíbrio dos pés, firmes na corda.

 

Atirar a esmo não resolve. Pode atingir o pé, o filho ou vizinho. E, quando menos se espera, cair da corda.