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As Regras de Etiqueta: Das Tradições Antigas à Vida Moderna

Aquelas normas de como nos comportamos em situações formais, como devemos nos vestir ou como tratar os outros com respeito, têm uma longa história.

Desde a antiguidade, já existiam formas de etiqueta em diferentes culturas. Sociedades antigas como a Mesopotâmia, Egito, Grécia e Roma tinham normas de comportamento bem definidas, especialmente quando se tratava de interagir com a elite. Por exemplo, no Egito, não era qualquer um que podia se aproximar do faraó e quem podia tinha que seguir regras bem rígidas.

Já na Roma antiga, existiam “códigos de conduta” para diferentes ocasiões, como banquetes e cerimônias públicas. Na Idade Média, as coisas ficaram ainda mais complicadas nas cortes europeias. Nobres, cavaleiros e camponeses tinham que seguir várias regras de etiqueta, mostrando respeito aos seus superiores. Nada era por acaso: desde como se aproximar de um senhor até como agir em um banquete.

As coisas começaram a mudar no Renascimento. Foi nessa época que as regras de etiqueta começaram a se formalizar de verdade, especialmente nas cortes da Itália e da França. A nobreza começou a valorizar muito o refinamento e o comportamento educado. Livros de etiqueta foram escritos para orientar a elite. Um dos mais famosos é “Il Cortegiano”, de Baldassare Castiglione, que dizia como um cortesão deveria se comportar para ser considerado ideal.

Se tem um período que marcou a história da etiqueta foi o reinado de Luís XIV, na França. A corte de Versalhes era o centro de tudo, e o rei exigia um comportamento extremamente formal de todos. Desde como você deveria andar, falar e até o jeito certo de cumprimentar as pessoas. O termo “etiqueta”, que usamos hoje, vem daí, pois eram dados “bilhetes” com instruções de como se comportar na corte.

Com o tempo, essas regras não ficaram apenas na Europa. A partir do século XV, com a expansão colonial, os europeus levaram suas normas de comportamento para outros lugares do mundo. As elites locais de colônias na América, Ásia e África acabaram adotando algumas dessas regras.

Além disso, no século XVIII e XIX, com o aumento das interações diplomáticas entre países, a etiqueta virou quase uma linguagem universal. Em eventos internacionais e casamentos reais, seguiam-se essas normas como forma de facilitar a comunicação e evitar gafes entre culturas diferentes.

Se a França teve um papel importante na história da etiqueta, a Inglaterra vitoriana não ficou atrás. Durante o reinado da Rainha Vitória, no século XIX, as normas de comportamento ficaram ainda mais rigorosas. A corte britânica ditava o que era considerado “apropriado”, e manuais de etiqueta começaram a circular não só entre a nobreza, mas também entre a classe média, que queria imitar o estilo de vida dos mais ricos.

Com o passar do tempo, especialmente depois das duas guerras mundiais, a etiqueta se tornou mais internacional. Organizações como as Nações Unidas ajudaram a criar normas de comportamento em eventos diplomáticos, e a mídia de massa, como cinema e TV, fez com que essas regras chegassem a diferentes partes do mundo.

Hoje, essas normas ainda variam de cultura para cultura, mas muitos dos princípios são amplamente aceitos em contextos formais e internacionais. Pontualidade, respeito pela privacidade e cortesia são alguns dos valores que continuam sendo importantes em várias partes do mundo. Ao mesmo tempo, a globalização trouxe um olhar mais cuidadoso para as tradições locais, mostrando que é importante adaptar nosso comportamento dependendo do contexto cultural.

Essas normas ajudam a manter o respeito e a harmonia nas interações sociais e culturais, e, apesar de terem mudado ao longo do tempo, continuam sendo parte essencial da nossa convivência. Saber se comportar em diferentes situações é uma habilidade que nunca sai de moda, não importa o século!




Taças de Vinho: Evolução e História

As taças de vinho, como conhecemos hoje, passaram por séculos de evolução e refletem muito da história das civilizações que apreciavam essa bebida.

Na antiguidade, civilizações como os egípcios, gregos e romanos já usavam recipientes próprios para beber vinho. Na Grécia, por exemplo, eles usavam o “kylix”, uma taça mais rasa com alças laterais, muito usada em encontros sociais. Já os romanos, sempre preocupados com o status, adoravam usar taças feitas de vidro ou metal para mostrar sofisticação.

Durante a Idade Média, o design das taças era bem variado. As pessoas usavam desde cálices de metal até copos de madeira. Mas foi nesse período que os primeiros copos de vidro começaram a se popularizar, especialmente em Veneza, onde a arte de produzir vidro era uma tradição forte e respeitada.

Foi apenas séculos XV e XVI, em pleno Renascimento,  que as taças começaram a tomar uma forma mais parecida com a que conhecemos hoje. Veneza, com sua habilidade incrível na fabricação de vidro, ajudou a popularizar as taças entre as classes mais altas. Já no século XVII, a produção de vidro se espalhou por países como Inglaterra e França, e o design das taças foi ficando cada vez mais refinado, com a base, o corpo alongado e uma borda fina.

Nos séculos XVIII e XIX, elas continuaram a evoluir, ganhando novos formatos até mesmo diferenciando tipos de taças para cada tipo de vinho. Havia uma atenção maior aos detalhes dos sabores e aromas que cada formato de taça podia destacar.

No século XX, empresas como a Riedel, da Áustria, inovaram ao criar taças com formatos específicos para diferentes vinhos, criando a impressionante variedade de mais de 50 formatos, consolidando a ideia de que isso realmente influencia na degustação e paladar.

A taça de vinho que usamos hoje é o resultado de uma longa jornada histórica. Desde as versões mais simples da antiguidade até os sofisticados designs de cristal dos dias atuais, a taça de vinho vai além de simples recipiente – é um símbolo de cultura, bom gosto e apreciação da bebida.




Serviço Empratado ou À La Russe

Em 1810, o Principe Aleksandr Kurakin, embaixador russo na França, introduziu no país o serviço à la russe (serviço empratado), o que revolucionou a maneira como os alimentos eram servidos durante os banquetes e jantares formais.

Neste serviço, os pratos são preparados na cozinha e servidos individualmente a cada convidado, já montados. E em sequência:

  • Aperitivos;
  • Sopas;
  • Pratos principais;
  • Sobremesas

E como é um prato seguido do outro, sendo que prato quente é servido quente e prato frio segue a mesma lógica, isso permite muito mais controle sobre a temperatura e apresentação dos alimentos.

No início do século XX, grandes chefs franceses adotaram o serviço empratado e Auguste Escoffier foi um dos que ajudou a padronizar e a popularizar esse método em restaurantes de luxo em Paris e Londres.

O serviço comida empretada permitiu uma maior atenção à apresentação e à estética dos pratos, que se tornou um elemento central na alta gastronomia. A prática de servir os alimentos já empratados permitiu aos chefs mais controle sobre a composição visual e a experiência geral do jantar.

Com o tempo, o serviço à la russe tornou-se o padrão em todo o mundo ocidental, especialmente em restaurantes e eventos formais, onde a apresentação dos pratos e a experiência do cliente são fundamentais. E permanece até hoje.




Receber com ritmo – o truque dos bons anfitriões

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Antes de mais nada, é preciso estar pronto para receber as pessoas – e não dar um ar de que foi pego no meio da confusão.

Por exemplo: os aperitivos tem que estar prontos para ser servidos rigorosamente 10 minutos depois do primeiro convidado chegar. Ou seja: é bom estar pronto assim que ele tocar a campainha – pois depois disso você vai ter que dar atenção a ele.

Vale servir desde cumbucas prontas com mix de nozes até canapés mais elaborados, mas é preciso ter algo a oferecer…

O jantar (no caso de jantar) não pode atrasar – se você convidou para as 9 da noite, as 10 horas tem que servir. No máximo! A ideia é que a noite se prolongue também depois do jantar e não que fiquem todos famintos até as 11 e meia e saiam correndo assim que for servido…

Cafézinho – acredite: ser você servir logo depois da sobremesa, todos despertam e ficam muito mais animados. Afinal, ele não deve marcar o final da refeição, mas o início dos melhores momentos da reunião.




Quer Receber Bem? Simplifique

Sei que muita gente já faz isso no dia a dia, mas pelo que vejo na prática, a partir do momento em que abrem a casa, as pessoas se sentem na obrigação de exibir seu melhor. E até aí tudo bem.

Ocorre que, com um mercado que te mostra uma infinidade de itens que parecem sensacionais, não é fácil fazer uma triagem.

E, quando vamos ver, estamos com todos os espaços da casa ocupados com uma série de acessórios e “coleções” que raramente usamos – se é que o fazemos…

Ora, embora a beleza e decoração sejam importantes, circulação de sua casa e conforto no dia a dia também são. De modo que, fiz uma lista de uma série de coisas que muitos consideram indispensáveis para o momento de “abrir a casa” ou reunir amigos a mesa, mas que, na verdade em nada agregam e podem ser sumariamente dispensados. Veja só:

Vários jogos de pratos completos – não precisa ser tudo coordenado. Mas eles devem harmonizar entre si. Assim, se seu jogo de 12 hoje tem apenas 8, você pode misturar com outro liso em cores contrastantes ou complementares. O segredo é alternar de forma simétrica: os diferentes um em frente ao outro, ou nas pontas e assim por diante.

Receber Bem – Convidados para um jantar

Guardanapos coordenados com toalhas – e/ou lugar americanos… ocupam muito lugar e usamos pouco. Eleja cores lisas que contrastem com o que tem, um jogo de linho branco para ocasiões mais sóbrias e brinque com as cores.

Dica – conforme encontrar, compre e tenha sempre alguns pacotes de guardanapos de papel decorados: são lindos e compactos para guardar, e muuuuito práticos!

Espaço de Jantar – se tiver sala de jantar, otimize o espaço ajustando a mesa: em geral, uma redonda para 8 é melhor e mais usada do que uma retangular para 10 ou 12.

Se gostar de aventura, considere integrar o espaço da sala de jantar com a de estar: você ganha espaço para bancadas e bufê e sempre pode montar outras mesas menores – sem falar que a circulação aumenta consideravelmente.

Bandejas mega trabalhadas – algumas são lindas e super originais – mas difíceis de guardar e pesadas para usar na hora. Uma bandeja leve, lisa e que encaixe em alguma prateleira quando fora de uso é o ideal. Ninguém repara tanto na bandeja: o foco é o que está sendo servido.

Por falar em servir: nada contra anfitriões que cozinham e tem prazer em fazer isso para os amigos. Mas, se você não é desses/as, nem pisque: encomende tudo de fora, ajeite em suas travessas e esquente no forno (menos sujeira e trabalho) e seja muito feliz! Simples assim e sem o estresse de não saber se vai “ficar bom” ou não…

Poderia falar de várias maneiras de simplificar a vida, mas aqui quis focar quando abrimos a casa e saímos da nossa rotina para “fazer bonito”. Fria! Pense em fazer bonito no dia a dia e exercitar isso pois, uma vez incorporado aos hábitos da família, o “receber em casa” vai requerer esforço zero. E continuar bonito! Pense nisso!