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1984, de Orwell e o nosso presente

O romance 1984, de George Orwell, publicado em 1949, apresentou ao mundo uma distopia assustadora, onde um governo totalitário controla cada aspecto da vida de seus cidadãos.

A obra retrata um Estado onipresente, que manipula a verdade, vigia a população incessantemente e pune qualquer pensamento divergente. Mais de sete décadas depois, até que ponto essa visão sombria da sociedade se tornou realidade?

Vigilância e controle da informação – no universo de 1984, o “Grande Irmão” observa tudo, monitorando indivíduos por meio de teletelas e informantes. Atualmente, vivemos em uma era digital em que a privacidade se tornou um conceito fluido. Redes sociais, dispositivos inteligentes e sistemas de reconhecimento facial podem ser utilizados para rastrear nossas ações e preferências. Governos e corporações coletam e analisam nossos dados em larga escala. Aí te pergunto: segurança ou controle de liberdade?

Manipulação da verdade – no livro, o Ministério da Verdade reescreve histórias, apaga eventos e molda a realidade de acordo com os interesses do Partido. Nos dias atuais, assistimos a fenômenos semelhantes por meio da proliferação de fake news, deepfakes e revisões históricas tendenciosas. A informação se tornou uma ferramenta de poder, e a verdade, muitas vezes, depende de quem a está difundindo.

Controle do pensamento e cultura do cancelamento – o conceito de “duplipensamento” descrito por Orwell reflete a capacidade de aceitar simultaneamente ideias contraditórias sem questionamento. Em nossa sociedade, debates políticos polarizados e a cultura do cancelamento podem restringir a liberdade de expressão, levando indivíduos a se autocensurar para evitar represálias. O medo de discordar e ser isolado socialmente cria um ambiente de conformidade forçada. Por favor, não faço isso. Tenha opinião!

O poder da propaganda – em 1984, a propaganda do Partido reforça a lealdade ao governo e molda a percepção da realidade. Hoje, somos bombardeados por algoritmos que filtram o que vemos online, criando bolhas de informação que reforçam crenças preexistentes e dificultam o pensamento crítico. A influência da mídia sobre a opinião pública nunca foi tão poderosa e, assim como no livro, ela pode ser usada para direcionar comportamentos e manipular emoções.

Ainda há esperança? Espero que sim!

Se Orwell estivesse vivo hoje, possivelmente veria muitos dos elementos de sua obra refletidos na nossa sociedade, mas ainda há diferenças fundamentais. Ao contrário dos personagens, ainda temos voz ativa, acesso a múltiplas fontes de informação e a capacidade de questionar e debater. O futuro não está escrito, e cabe a nós resistirmos à manipulação, protegermos a verdade e garantirmos que a liberdade não se torne apenas uma lembrança apagada pelo tempo. Afinal, a melhor forma de evitar um futuro orwelliano é nunca deixar de pensar por conta própria.




Menos Wi-fi e mais olho no olho

imagem em detalhe de um teclado de notebook, on a tecla "Enter" tem um símbolo do coração, na cor vermelha. Simbolizando que a pessoa está se relacionamento pela internet.

Vivemos tempos de gente conectada a internet 24 horas por dia e as relações humanas passaram de conversas ao telefone para Whatsapp.

Já reparou como seu filho tem amigos que não se desgrudam via smartphone, mas que, quando se encontram cara a cara ficam desconfortáveis? Ou então como ficamos felizes quando um mega profissional nos adiciona em sua rede LinkedIn, e aí quando os conhecemos pessoalmente eles não parecem tão especiais assim?

Maquiagem Virtual – a capilarização das redes na internet faz com que sejamos mais ousados e aí temos a impressão que conhecemos todo mundo e evitamos frustrações que certamente aconteceriam numa conversa cara a cara.

O “www” foi incrível para a humanidade! Ele nos conectou e nos colocou numa mesma sala, porém o modo como nos comportamos diante a tecnologia é que fez a diferença. E antes que você me diga que é a internet a culpada, sorry, aqui ela não é a vilã, quem tem culpa no cartório é você.

Estamos mais egocêntricos, tímidos e despreparados para algumas situações, que antes eram resolvidas numa boa conversa.

Gerações como a minha e a sua têm dificuldade de se expressar, são mal compreendidas e muitas vezes são mal interpretadas, porque preferem ambientes controlados, onde beijo, abraço e aperto de mão são traduzidos por imagens. Mas não substituem as sensações.

Muitos de nossos processos sociais, linguísticos e emocionais são aprendidos ao se escutar a voz da nossa mãe. Imagine das outras pessoas? Assim podemos utilizar a internet como conexão e conversa, já que tem diversos aplicativos que podem encurtar distancias para uma conversa por vídeo ou voz.

Então pergunto: será que estamos utilizando a tecnologia de forma errada? Somos mais conectados, mas interagimos pouco com o colega de trabalho, à professora do filho, e pior, com as pessoas que realmente amamos sem utilizar um smartphone, tablet ou um notebook.

Em tempos onde a wi-fi reina, deita e rola, a dica é o equilíbrio entre virtual e o real. Deu saudades? Liga. Precisa resolver um problema com colega de trabalho? Marque um café. Quer encurtar distancias? Use a boa e velha maneira de se relacionar com as pessoas, fale com elas olhando nos olhos.

Afinal, o impacto de qualquer experiência “ao vivo” ainda é muito maior e mais gratificante.




Direito a desconexão!

Antigamente um trabalhador após a jornada de trabalho, se desligava da empresa e ia cuidar de sua vida doméstica, hoje com as facilidades da internet forçamos as pessoas a trabalharem fora do horário previsto. Será que vale a pena? Essa ideia de que sempre estamos online está nos adoecendo, prejudicando nossos relacionamentos e ainda nos forçando a entender que nunca precisamos descansar.

Em termos gerais o direito de desconectar lida com as restrições físicas do trabalho tradicional versus trabalhos digitais de hoje e esse adoecimento da sociedade tem feito os países regular leis e condutas ao chamado direito de desconexão a fim de barrar os excessos da cultura sempre ativa em torno dos smartphones e acesso constantes ao e-mail,  WhatsApp e mensagens de trabalho.

O direito de se desconectar exige que grandes organizações reformulem políticas sobre a comunicação digital fora do horário de trabalho e definam qual é o limite desse novo jeito de trabalhar.

Essas indefinições de limite revelam complexidades importantes que afetam a aplicabilidade do direito de desconectar a legislação. E mais, que empresas revejam que que impactos econômicos podem suportar.

Se não temos leis que regulamentem esses limites sobre a jornada de trabalho, o que podemos fazer??? Individualmente alguns funcionários tentam regular os limites em trabalho e vida pessoal usando dispositivos separados para seus trabalhos.

Mas é preciso ficar atento ao tempo de trabalho com estar trabalhando online e acessar a internet para compras, usar mídias sociais ou jogar, sim isso é muito importante!

Apesar da eficácia duvidosa das leis de direitos de desconexão, elas levantam questões importantes: sobre o tipo de trabalho que valorizamos como sociedade e o tempo que deveria consumir.

O direito de desconectar pode ser catalisador para uma reflexão importante sobre uma mudança cultural que tire o estigma de um ritmo de trabalho menos frenético e permita que os funcionários tenham mais controle sobre os seus limites entre vida pública e vida privada.




LIVE DE TUDO!

Se há um segmento/mercado que floresceu na Pandemia, o das comunicações virtuais é um deles. As Lives, que existiam discretas e segmentadas, democratizaram pra valer: todos podem ser anfitriões, entrevistar quem quiserem e, principalmente, apresentar seus talentos, projetos e conteúdo a um público que, em tese, é ilimitado.

 

Cardápio virtual – podem ser encontros musicais, culinários, zen com meditação passo a passo, médico-científicos, eróticos, intelectualizados, de humor …

Além do Instagram – rapidamente outros formatos se popularizaram: temos por zoom, facebook etc. – vale tudo, desde que a conexão esteja boa e o anfitrião não perca o timing. Pois, tão fácil quanto entrar em uma live é sair dela! Tá chato? Procura outra. É como zapear canal no controle de TV…

Ao vivo e de graça – no início eram todas gratuitas, mas, aos poucos os artistas, abandonados pela secretaria da Cultura e nunca prestigiados por esse governo, começaram a se organizar. Os grandes nomes não tiveram dificuldade em encontrar apoio e patrocínio, mas, a maioria dos artistas – de circo, de pequenos teatros, de clubes noturnos – os talentos anônimos que tecem a trama da alegria em nosso dia a dia, continuam a sofrer com a falta de bilheteria.

Chapeuzinho Virtual – é a bilheteria virtual das lives, que permite ao público pagar pelo que assiste. Quem gostou paga, e alguns artistas já colocam o sistema de pagamento em link com seu perfil para que o espectador possa remunerá-lo, nem que seja com um valor de Gorjeta.

As Vantagens:  em uma live podem entrar mais pessoas do que em alguns teatros (em média com 100 a 200 lugares) então a bilheteria, dependendo da apreciação do público, pode ser consistente. Muitos performers arrecadam pelo menos 50% do que ganhavam antes. Ainda é pouco, mas melhor do que esperar algum programa social que, se vier, será como esmola.

Vários pontos positivos – o alcance mais democrático, o conteúdo variado, a distração e o divertimento são grandes vantagens dessa profusão de encontros mas, de verdade, o que me encanta é perceber que, aos poucos, o público se organiza para prestigiar seus artistas – sejam quem forem – cada um procura e valoriza seus preferidos e há uma natural organização por parte da sociedade em um movimento solidário jamais visto!

Pagam sim – e por que não?  –  é lindo ver que contribuem como podem, mostrando que o alimento da alma é tão ou mais importante que o das prateleiras de supermercados. É a Arte, em suas múltiplas formas, mais do que nunca rompendo fronteiras, alcançando corações e conquistando seu espaço – magnífico e imortal – apesar da boçalidade reinante.




Como fazer para conciliar Redes Sociais com Emprego

Recrutadores perceberam que o monitoramento das mídias sociais é uma das mais valiosas ferramentas de pesquisa para conhecer o perfil do profissional que querem contratar, ou mesmo dos atuais funcionários de sua empresa –  e o resultado do que encontram  ao navegar, pode mudar a opinião acerca de muitos deles, mesmo que possuam um ótimo currículo.

Abaixo um guia básico para te ajudar a não se dar mal por conta de seu Facebook e outras redes. Mas vou usar essa rede social específica pois engloba tudo – fotos, vídeo, opiniões, comentários…

  1. Coloque uma boa foto no perfil – é o seu cartão de visita. Selecione uma foto que transmita uma boa mensagem e que seja bem vista, trazendo boas impressões. É aquele ditado que minha mãe sempre usa, “a primeira impressão é a que fica!”
  2. Não seja radical – seja cuidadoso ao comentar e dar sua opinião sobre determinado tema. Nem pense em ser racista ou preconceituoso achando que isso é “se colocar”.
  3. Publique coisas interessantes e construtivas – isso ajuda o recrutador a entender seus interesses.
  4. Sem poluição visual – não compartilhe tudo o que aparece no feed. Lembre-se da dica acima.
  5. Seu dia-a-dia e vida pessoal – rede social não é como nosso diário (sim, eu ainda uso, vocês também?). Claro que não precisa deixar de postar uma ou outra coisa que goste e curta, mas há limites.
  6. Cuidado com a ortografia – imprescindível.
  7. Informações acadêmicas – aproveite o espaço para colocar dados sobre onde estudou , que projetos tem, e atividades que realiza que podem tornar seu perfil mais atraente.

 

Antes de postar qualquer coisa, pense duas vezes e pergunte a si mesmo o motivo e o benefício que aquela informação pode trazer. Os recrutadores pesquisam as redes sociais para ver se a forma como  você se descreveu na entrevista bate com a maneira que você se “comporta” na real – ainda que virtualmente…

Espero ter ajudado. Comentem ai…