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A história das bebidas e seus costumes regionais

Das mais antigas como vinho e cerveja até as modernas bebidas energéticas, elas refletem as transformações culturais e tecnológicas que moldaram nossas sociedades.

As primeiras bebidas alcoólicas surgiram de fermentações naturais. Vinho e cerveja, por exemplo, estão na nossa história há milênios:

Cerveja – surgiu por volta de 7.000 a.C. na Mesopotâmia e no Egito, naquela época era bem diferente da que conhecemos hoje – mais espessa e consumida com canudinhos para evitar os resíduos que ficavam no fundo.

Vinho – embora mais associado a Itália e França, existem indícios de produção de vinho na Geórgia e na Irã, desde em 6.000 A.C.! E foi parte fundamental das culturas mediterrâneas antigas, como na Grécia e Roma.

Hidromel – uma bebida doce feita de mel fermentado, consumida por civilizações como os vikings e gregos antigos. Ainda existe, vocês já experimentaram?

O Ponto de virada –  foi com , que começou no século VIII no mundo árabe, criando o que se chamava “aqua vitae” (água da vida), usada principalmente para fins medicinais e mudou a história das bebidas quando se descobriu que também era possível produzir bebidas alcoólicas com ela. Foi quando surgiram:

Conhaque (Brandy) – na França no século XV, sendo uma destilação do vinho.

Uísque – originado na Irlanda e Escócia, também no século XV, destilado de cereais fermentados.

Rum – feito nas colônias do Caribe no século XVII, a partir da cana-de-açúcar.

Vodka – vem da Rússia e Polônia e começou a ser destilada no século XV.

Bebidas populares sem álcool –  foi apenas nos séculos XVI a XVIII, que algumas das bebidas mais queridas hoje começaram a se popularizar com o comércio global, por exemplo:

Café – embora originário da Etiópia, o café se popularizou no mundo árabe no século XV e depois chegou à Europa no século XVII, onde logo surgiram as famosas casas de café.

Chá – trazido da China pelos portugueses no século XVI, o chá conquistou os ingleses, que o tornaram um ícone cultural no século XVIII.

Chocolate Quente – introduzido na Europa pelos espanhóis após a conquista das Américas, o chocolate quente virou uma bebida de elite no século XVII.

O século XIX trouxe bebidas com gás e o início da cultura dos refrigerantes:

Gaseificadas – no século XVIII, o químico Joseph Priestley descobriu como adicionar gás à água, e no século XIX as bebidas gaseificadas começaram a ser vendidas.

Foi o início da popularização dos refrigerantes – bebidas como Coca-Cola e Pepsi surgiram no fim do século XIX como tônicos medicinais e logo viraram sucesso mundial.

Com a evolução da tecnologia e da globalização, os últimos dois séculos viram uma explosão de novas bebidas: energéticos, águas saborizadas, sucos industrializados e coquetéis sofisticados viraram parte do nosso dia a dia. Sabores mais sutis e misturas requintadas hoje fazem parte do conhecimento básico de qualquer barman.

A história das bebidas acompanha a nossa própria história, refletindo os avanços, descobertas e trocas culturais ao longo dos séculos. Cada gole conta um pouco do nosso passado e das tradições regionais que moldaram o que bebemos hoje.




Taças de Vinho: Evolução e História

As taças de vinho, como conhecemos hoje, passaram por séculos de evolução e refletem muito da história das civilizações que apreciavam essa bebida.

Na antiguidade, civilizações como os egípcios, gregos e romanos já usavam recipientes próprios para beber vinho. Na Grécia, por exemplo, eles usavam o “kylix”, uma taça mais rasa com alças laterais, muito usada em encontros sociais. Já os romanos, sempre preocupados com o status, adoravam usar taças feitas de vidro ou metal para mostrar sofisticação.

Durante a Idade Média, o design das taças era bem variado. As pessoas usavam desde cálices de metal até copos de madeira. Mas foi nesse período que os primeiros copos de vidro começaram a se popularizar, especialmente em Veneza, onde a arte de produzir vidro era uma tradição forte e respeitada.

Foi apenas séculos XV e XVI, em pleno Renascimento,  que as taças começaram a tomar uma forma mais parecida com a que conhecemos hoje. Veneza, com sua habilidade incrível na fabricação de vidro, ajudou a popularizar as taças entre as classes mais altas. Já no século XVII, a produção de vidro se espalhou por países como Inglaterra e França, e o design das taças foi ficando cada vez mais refinado, com a base, o corpo alongado e uma borda fina.

Nos séculos XVIII e XIX, elas continuaram a evoluir, ganhando novos formatos até mesmo diferenciando tipos de taças para cada tipo de vinho. Havia uma atenção maior aos detalhes dos sabores e aromas que cada formato de taça podia destacar.

No século XX, empresas como a Riedel, da Áustria, inovaram ao criar taças com formatos específicos para diferentes vinhos, criando a impressionante variedade de mais de 50 formatos, consolidando a ideia de que isso realmente influencia na degustação e paladar.

A taça de vinho que usamos hoje é o resultado de uma longa jornada histórica. Desde as versões mais simples da antiguidade até os sofisticados designs de cristal dos dias atuais, a taça de vinho vai além de simples recipiente – é um símbolo de cultura, bom gosto e apreciação da bebida.




Arrase no brinde do seu jantar a dois

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Com as emoções à flor da pele, a expectativa toma conta do ambiente. E é então que um bom vinho na taça ajuda a acalmar as batidas do coração.

Quem nunca perdeu a fala nessa situação? Os homens, querendo impressionar, geralmente sofrem mais, mas as mulheres também não escapam.

Em tempos de encontros virtuais, o primeiro olho no olho pode ser decisivo! E, nesse momento, sobre que assuntos falar? Como parecer irresistível? Ou melhor, como não parecer sem graça?

Dica: se o jantar envolver vinho – e hoje quase sempre envolve – mostre seu conhecimento: além de facilitar a conversa certamente vai te diferenciar do papo comum aos primeiros encontros.

Ok, você não quer parecer pedante, por isso não precisa decorar a bíblia do vinho. Basta apenas lembrar de alguns fatos e histórias que podem fazer a conversa fluir.

As uvas: são muitas as variedades de uvas, mas algumas delas são tão antigas e ficaram mais famosas. É o caso da Cabernet Sauvignon, a rainha das variedades tintas, enquanto a Chardonnay é a líder das brancas. Ambas são francesas de origem, mas hoje já são plantadas em quase todo o mundo.

O barril de carvalho – é utilizado na armazenagem de quase todos os vinhos. E além de deixar sabores mais amadeirados, é também responsável pelas notas de baunilha de alguns vinhos.

Quando o vinho fica armazenado por muito tempo, o barril transfere cremosidade e untuosidade – principalmente aos vinhos brancos.

Acidez – é o um dos elementos mais importantes em qualquer vinho. É essa acidez, maior ou menor, que faz o vinho harmonizar bem com determinados pratos. Quanto maior a acidez, melhor ficará com comidas mais gordurosas . E vice versa.

Um exemplo: o vinho doce (de sobremesa) não leva açúcar. Eles se utilizam da própria doçura natural da uva – algumas têm menos, outras mais, como a famosa Moscatel. E por serem mais doces harmonizam bem com frutas.

As vinhas – a prova de que panela velha é que faz comida boa: vinhas velhas são as que produzem as melhores uvas. Isso acontece porque elas dão à luz a menos frutos, porém mais concentrados – e com muito mais sabores e características.

A História – o vinho é mais antigo do que imaginamos. A primeira referência histórica de um vinho data de 6000 antes de Cristo, na região do que é hoje o Oriente Médio.

Para se conseguir uma garrafa de vinho de boa qualidade usa-se em média 600 uvas.

Finalmente, se quiser use uma cantada clássica que pode até não ser original, mas agrada sempre: faça sua lição de casa antes e pesquise o ano de nascimento do seu amor.

Aí, veja se coincide com o ano de algumas safras de vinhos que entraram para a história. Se esse for o caso e você conseguir uma garrafa do mesmo ano, ganhará muitos pontos – ainda mais se ele/a apreciar vinho.

Mas ainda que não consiga brindar com a safra do seu ano de nascimento, a coincidência pode render mais um brinde…

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“RACLETTE” : Além dos queijos e vinhos

Explico! Raclette, é a raspa do tacho do fondue de queijo que, ao final fica crocante, grudada ao fundo e com o sabor acentuado. Sua origem é suíça, vem dos acampamentos de pastores que, à noite, levavam um grande pedaço de queijo para derreter e comer ao redor do fogo.

Em algum momento,  inventaram um Grill com suporte para segurar grandes pedaços de queijo suspenso com o fogo devidamente regulado na base e, eis que a Raclette, do fundo da panela, tornou-se além de mais atraente, mais fácil de manusear e oferecer! O queijo derretido é então degustado com batatas, pão, verduras grelhadas… o que preferirem…

Vantagens da Raclette – tem cara de comida requintada, mas é super fácil de preparar e servir. Simplifica o serviço, pois os convidados são quem escolhem os acompanhamentos e administram a forma de montar seu prato.

Como servir – há suportes para pedaços maiores de queijo, menores e também os reguláveis que atendem famílias ou individualmente. Hoje esses “Raclette Grills” são  fáceis de encontrar, além de super festivos: são “cooktops” elétricos com grelhas ou granito quente na parte de cima e sobre o qual as verduras e vegetais de acompanhamento podem ser grelhadas diretamente. Abaixo, tem uma “prateleira” onde o queijo é derretido em mini panelinhas chamadas  “coupelles.” 

Os queijos ideais – todo queijo que derrete bem é indicado para a Raclette: os macios (mas não moles demais), que seriam os de textura firme, porém não duros. Ementhal, Gouda, Cheddar e Gruyère são alguns dos mais usados.

Acompanhamentos: figos, berinjelas fatiadas, cebolas em cubos, picles, batatas cozidas em rodelas ou cubos. Além, é claro, de pães variados dispostos em cestas e previamente fatiados.

Como servir – deixe os acompanhamentos já preparados e fatiados em várias travessas dispostas ao longo da mesa ou aparador para que cada uma escolha o que quiser. O mesmo com relação aos queijos, que devem estar dispostos perto do grill (ou dos grills, caso use mais de um).

Disponha também duas ou mais bandejinhas de temperos com ervas, pimentas ou outras especiarias para temperar e, se quiser, uma boa salada com folhas crocantes e mais firmes e coloridas, pois muita gente adora comer com queijo. Molhos como pesto genovês (com manjericão e salsinha), mostarda escura, mel e outros também são sempre bem vindos.

Dica do especialista – quando preparar os queijos, pode limpar e raspar ligeiramente a casca, mas deixe uma camada, para que, ao derreter – fique crocante. Ainda, se ele derreter demais, a gordura separa-se da massa  e ele perde consistência e sabor.

Bebidas para acompanhar –  além de vinhos como: um Sauvignon Blanc, rosê suaves ou mesmo um tinto mais leve, como Burgundy Pinot Noir, ofereça sucos e água em profusão ,pois os queijos são salgados, e reidratar é preciso. Deixe jarras espalhadas e a mão.

@claumatarazzo




Detalhes importam- outros nem tanto…

Com a pandemia, as vendas online desses itens – de toalhas e lugares americanos a copos, talheres e argolas de guardanapo explodiu. Todos descobriram que, a comida e até mesmo a conversa ficam mais agradáveis com uma mesa arrumada e harmoniosa.

Os ingleses, meseiras e profissionais de eventos levam isso muito a sério (e devem mesmo) e, frequentemente chegam-me perguntas sobre detalhes que nunca havia atentado. Mas que, para quem ama o belo e repara em equilíbrio e simetria, faz muita diferença.

Aqui coloco alguns mais comuns, e que espero:

Regra geral –  só vai a mesa o acessório que for ser usado. Ou seja: se eu servir 2 tipos de vinho, coloco as taças correspondentes. Senão nada de taças sobrando. Apenas 1 guardanapo por pessoa; ninguém tem duas bocas e é ostentação dispensável usar dois apenas porque “decora a mesa.” Isso vale para talheres, pratinhos de pão (há que se ter pão) etc.

Lugar e ordem das taças – a ordem é da esquerda para a direita (água, vinho tinto , vinho branco e, se houver, licor). Elas ficam centralizadas, alinhadas acima do prato ou a partir da direita. O importante é que tenham um alinhamento simétrico de um lugar para outro. Mas não há uma regra rigorosa “terminando na faca” ou coisa similar. Isso é criado apenas para que fiquem todas por igual.

Talheres – são dispostos de fora para dentro conforme a ordem dos pratos. Ou seja: se for servida uma entrada os talheres de entrada (menores, ou os mesmos usados para sobremesa) estarão ali, e rente ao prato, os talheres maiores, do prato principal.

Entradas – dependendo do que servir, pode ser uma salada num prato de sobremesa sobre o raso ou numa cumbuca (sempre sobre um prato de sobremesa que fica sobre o raso maior).  Ou uma tacinha com ceviche, ou ainda um creme quente em uma cumbuca…

Onde apoio a colher de sopa? Se a entrada for ou sopa/caldo, os talheres ficam na posição de descanso apoiados sempre no prato raso que estará embaixo.

E quando no nosso faqueiro não tem os talheres de entrada? Use os de sobremesa na posição entrada. O que rege é o tamanho do talher. Pode até misturar modelos (que combinem) que sejam do tamanho correto.

A mesa, posso usar porta copos?  Não é ideal. Na mesa posta não colocamos porta copos: o correto é que o lugar americano generoso em tamanho onde caibam os copos – ou toalha. E se não couber o copo e este não for do modelo taça,  melhor não servir água gelada para não manchar o tampo, caso seja de madeira.

Existe um sem-fim de detalhes, mas esses, são os básicos, com os quais qualquer mesa adquire um ar organizado e elegante. De resto, comida saborosa e conversa fluida com muita alegria! E vamos conviver e viver melhor!