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Nossos vovôs e a pandemia

Vivemos numa realidade na qual o distanciamento físico foi imposto. Era preciso que houvesse um espaço para preservar e cuidar das pessoas, principalmente das idosas e com outras doenças (comodidades).

As pessoas começaram a vivenciar um medo muito forte e eminente de que pudessem contrair este Vírus e desta forma correr o risco de morte. Ou talvez de levar está doença a pessoas queridas e amadas

Começou a haver além do distanciamento físico também um afastamento emocional. Ou seja, não estar junto ao neto; deixar de dar aquele abraço ou comer aquele alimento de amor e sabores especiais, ficou proibido.

Está situação tem gerado além da falta física do beijo do abraço, da proximidade que todos sabemos ser fonte de vida e transmissão de amor!

O que ficou? Um grande vazio e para alguns idosos, uma certa dor misturada de mágoas de um tempo de incertezas.

De um tempo no qual os dias perderam suas características e suas identidades.

O sábado dia de estar com avós; momento de encontros e trocas – teve que ficar num certo vazio. Quem sabe inventar uma forma de um outro encontro, enviar fotos, enviar mensagens ou cozinhar pelo vídeo.

Tudo e possível. E sabemos que passa.

Mas também sabemos que nada substitui a presença ou será que a gente consegue com nossa força e resiliência virar o jogo???

Podemos mais que imaginamos, somos criativos, mas a saudade e a falta fazem parte deste processo de elaboração da realidade.

Colaboração: Dorli Kamkhagi




Papo de vó

desenho de avó dormindo em uma poltrona e o neto está atrás. Ele enrolou a avó com pequenas luzinhas de natal e est;a colocando uma estrela na cabeça dela.Vó é mãe duas vezes: mãe com açúcar, sobremesa da vida.

É todo o clichê que circula em redes sociais.

Sim, avó é internauta. Crochê, tricô? Ah! Isso é para os jovens.

Vó é antenada, navega por mares cibernéticos, tem celular, face, instagram e até whatsapp.

Fica criança com o pó de pirimpimpim: conhece as princesas atuais e os super heróis.

Assiste novela infantil para contar aos netos, já que os pais não permitem tv.

A cozinha vira restaurante a la carte – vai trocentas vezes preparar as ‘delícias” pedidas.

Vó que é vó enche os netos de comida e nem sempre 100% saudável. Politicamente correto é para os pais.

Brinquedos guardados é na casa deles. Na casa de vó os brinquedos são fabricados. Um lençol vira cabana, potinhos vazios, teclado de computador, papeis e embalagens vazias, viram escritórios, lojinhas, casinhas.

Depois da farra o cansaço toma conta. O jeito é deitar de pernas pro ar, sentir o alivio de um dia gostoso, e dar graças a Deus por entregar os netos aos pais….

Como descreveria este dia? Um furacão passou na minha casa, deixou tudo de ponta cabeça e no ar o mais puro amor.

Um amor incondicional que nao saberia descrever e acho que nem carece. Vó entende!!!