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A Real idade

Há mais de 10 anos, comecei a falar sobre a beleza de cabelos brancos – quando chegavam a essa cor naturalmente. Na época, divagava: dizia que a aparência fica mais leve, o prata empresta brilho e que o grisalho, na tonalidade certa confere uma certa respeitabilidade – tanto para homens quanto para mulheres.

Mature woman with hand on chin

Não estava fazendo média: sou a única morena com cabelos escuros de uma família de loiros de olhos claros: a vida inteira quis saber como seria ter reflexos brilhantes.

Durante a pandemia, como muitas mulheres, fui deixando de tingir os cabelos – até que um belo dia, percebi uma grande mecha branca, que brilhava no espelho pela manhã assim que eu o encarava…

Gostei. Hoje a cabeça está toda prateada com uma mecha branca acentuada. E eu feliz. Há dias que acordo mais cansada e me acho abatida, masssss… se estivesse de cabelos escuros estaria igualmente pálida e com as mesmas olheiras .

O prata me devolveu uma identidade que estava escondida: a da minha real idade. Sim, era bom ouvir de todos que eu parecia 10 mais jovem que meus 62 anos. Mas meu espírito anda neurastênico e impaciente – mais até do que minha mãe, impávida aos 91.

Talvez por esse motivo não me importe quando as pessoas (na verdade, apenas a patrulha familiar) me pedem insistentemente para voltar a escurecer os cabelos alegando que “envelhece.”

Envelhecer é proibido –no Brasil poucos respeitam a idade massssss , não é por isso que devemos fugir da palavra e do conceito como o diabo da cruz.

Chega a ser patético: sou a terceira filha de 4 irmãos. Meu irmã  e minha irmã – 2 e 4 anos mais velhos respectivamente – são os mais indignados com meu novo visual. Todos os Domingos, no almoço familiar, dizem que estou horrorosa que isso envelhece e coisa e tal. Até que um dia deixaram escapar: “essa cabeça branca está entregando a nossa idade” Oi?!  E eu com  “a nossa idade” cara pálida?

Percebem o ridículo? Fiz iuma pesquisa entre os 80 mil seguidores para provar a eles que a maioria aprovava a mudança e que era uma questão de EU sentir-me mais confortável, pois essa aparência me representa nesse momento. Ainda que nela eu pareça mais velha…

Bingo! Apenas 20% preferiam os cabelos escuros. Onde, caro leitor está escrito que, aos 62 anos, com experiência de 62 anos (45 deles no batente), coluna de 62 anos e espírito momentaneamente combalido de 102 anos, eu devo parecer jovem?

Qual a vantagem de me debater para parecer um arremedo do que fui aos 18 anos – se estou me sentindo bem e confortável com essa aparência?

Tá achando o papo fútil? Eu também achava: até perceber o quanto me fez bem voltar a me encontrar com a Claudia verdadeira – que está batendo um bolão – e hoje não trocaria pela mais jovem.

Detalhe: o marido, ítalo brasileiro, sem papas na língua, respeitosamente não se pronunciou. Convivendo juntos há 33 anos, acho bom sinal. Portanto, viva a Real idade! O resto é detalhe.




Biquíni com atitude

Princesa Kate Middleton do Reino Unido, sentada na proa de um iate, usando um biquini branco e ela segura em suas mãos uma garrafa azul com água.

Princesa Kate Middleton em momento férias : corajosa, ela encara um biquini branco

 

Madonna há algumas temporadas, deu novo fôlego aos tops em modelos colantes inclusive para usar como roupa depois da praia. Saídas de banho, cangas e conjuntos em tecidos transparentes continuam valendo para usar sobre os trajes de banho.

Marilyn Monroe, está em pé na borda de uma piscina, ela está usando um proteção no tornozelo direito e usa uma muleta para se sustentar. Ela veste um biquini preto.

Marilyn Monroe : nem as muletas tiram seu glamour de biquini

Escolha seu estilo – e contexto. As cangas são mais despojadas e fáceis de dobrar na bolsa. Práticas, também servem para sentar a beira mar.O que já não é o caso das saídas tipo vestidinhos – super sensuais e femininas.

Já os conjuntos de calça e top em malha fria ou tecidos sintéticos fininhos fazem bonito saindo do mar direto para a mesa de algum restaurante ou deck de clube.

Mas atenção: essa linha “mulher rica” – que deveria ser traduzida para mulher elegante e viajada – deve se seguida de uma atitude igualmente descolada.

Sim, vivemos em um país tropical e sensual onde as praias democraticamente igualam todos, mas não se iluda: há algumas coisas que são proibidas para quem quiser exibir aquele visual com legenda “eu nasci assim linda e saio de casa sem me olhar no espelho”.

Garota de praia – se quiser ser uma musa das areias, esqueça brincões pendurados – aliás, na praia não use de jóias – não importa se grande pequena, pendurada ou não.

Quando muito você pode usar um anel de ecobijoux bem discreto. Ou um micro diamante nas orelhas. Nada mais.

Maquiagem nem pensar – nem mesmo a linha a prova d´água. A idéia não é parecer que você emendou a balada com a praia. Simples assim.

Esqueça também as bolsas e sacolas gigantes de plástico –  transparente ou não. Use palha. Ou bolsas atoalhadas. Infinitamente mais chiques.

Estampas de bichos – elas estão aí para criar armadilhas. Se quiser usar, que sejam discretas e em cores neutras: onças pink e zebras turquesas são aberrações – além de não existirem na vida real.

Pés despojados – os chinelinhos de strass ou cristais detestam praia tá? Aliás, evite também os modelos com plataformas enormes – use as clássicas: havaianas mesmo.

A atitude conta – e deve ser a mais discreta possível. Isso inclui, deixar o celular na bolsa, de preferência desligado ou no vibra call.

Fuja sempre que puder – há itens que as mulheres podem evitar, como o look “no-bra” (sair sem sutiã); delineador de boca visível; bronzeamento artificial com efeito laranja; cofrinhos a mostra…

Sou chata? Mas quem falou que era fácil? Se conseguir incorporar pelo menos metade desses conceitos, já dá pra brincar de mulher elegante